Danton: O processo da revolução: Uma análise através obra de Eric J. Hobsbawn (A era das revoluções: Europa 1789-1848)

Por Luis Carlos Borges dos Santos | 27/05/2012 | História

Este trabalho pretende expor a questão do “Terror” durante a Revolução Francesa apresentada na obra cinematográfica intitulada Danton: O Processo da Revolução, dirigido por Andrzej Wajda (1982).

Para tanto partimos da Obra de Eric J. Hobsbawn (A era das Revoluções: Europa 1789-1848) como ferramenta teórica para embasar o nosso trabalho de analise cinematográfico.

Para Hobsbawn o final do século XVIII, “foi uma época de crise para os velhos regimes da Europa e seus sistemas econômicos, e suas ultimas décadas foram cheias de agitações políticas”. (p.72). O diretor procurou demonstrar no filme Danton às conjunturas da Revolução Francesa.

A Revolução Francesa segundo Hobsbawn[1] teve várias manifestações de projeção para o seu inicio, uma delas foi a crise socioeconômica  nos últimos anos da década de 1780 com o advento de um inverno intenso proporcionando as más safras e com isso aumento a pobreza do campesinato e do cidadão urbano.

Hobsbawm, expõe que:

 [...] a Revolução começou como uma tentativa aristocrática de recapturar o Estado. Esta tentativa foi mal calculada por duas razões: ela subestimou as intenções independentes do Terceiro Estado  a entidade fictícia destinada a representar todos os que não eram nobres nem membros do clero, mas de fato dominada pela classe média  e desprezou a profunda crise socioeconômica no meio da qual lançava suas exigências políticas.( p. 90,2005)            

 No filme “Danton e o Processo da Revolução”. A obra esta centralizada na volta de Danton a Paris durante o período do terror em 1794 e o enfrentamento a Robespierre, para que desse um fim a essa prática. Este pressionado pelos companheiros jacobinos, acaba por concordar que seu ex-aliado é um personagem perigoso e o submete ao Tribunal Revolucionário.

O “ Terror” que o filme expõe esta na relação de oposição entre os dois personagens da Obra. Cada um a seu modo usa os princípios da Revolução - igualdade e liberdade – para defender suas idéias. Danton quer que eles sejam utilizados para felicidade do povo e acusa Robespierre de ignorar esses ideais e levar à guilhotina aqueles que não pensam como ele.

Para tanto  “ os conservadores criaram uma imagem duradora do Terror, da ditadura e da histérica e desenfreada sanguinolência”(p.86.2005). Segundo o Filme  Robespierre instala o “terror” ocorrendo radicalização dos jacobinos, “ a primeira tarefa do regime jacobino foi mobilizar o apoio da massa contra a dissidência dos notáveis e girondino provincianos”.(HOBSBAWN, p.87.2005).

Contudo podemos construir as interpretações históricas baseado-se em duas obras uma de interpretação cientifica e outra cinematográfica que foram apresentadas neste breve ensaio. Procurei ter como pano de fundo a obra  de Hobsbawn tentando intercalar com algumas reflexões do Filme acerca do “Terror”.

Danton – O Processo da Revolução mostra como o Cinema não é apenas produto social, mas também um agente da história, buscando representar o passado, mas em consonância com o presente e suas aspirações.          

Referencia:

HOBSBAWM,Eric. A Era das Revoluções: Europa de 1789-1848. 19ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005. 



[1] HOBSBAWN. Destaca em sua obra da pagina 77 e 78 as questões dos Estados, simplificarei da seguinte forma: 1° Estado (nobreza), 2° Estado (clero) e 3° Estado (povo) —, se reuniriam para discutir e decidir os assuntos de interesse nacional. Mas, isso só serviu para o aumento das tensões, pois, ficaram claros os diferentes interesses dos grupos. Enquanto a nobreza e o clero se preocupavam com a expansão dos seus privilégios, os burgueses e camponeses lutavam pela extinção desses.