CULTURA POPULAR NA IDADE MODERNA ( Peter Burke)

Por suzelaine cristina lopes andrade | 30/11/2015 | História

Estruturas da cultura popular - Capítulos 6 e 7

HEROIS, VILÕES E BOBOS

“(...)Os heróis, vilões e bobos de uma cultura formam um sistema e revelam os padrões dessa cultura de três maneiras respectivas: ultrapassando-os, ameaçando-os e ficando aquém deles(...)” (p.260)

§As fraquezas do clero nem sempre recebem uma descrição tão simpática na tradição popular; muitas vezes, eles são apresentados como vilões ou bobos, ignorantes, orgulhosos, gananciosos, preguiçosos, luxuriosos em relação às mulheres.
 
Artesãos e Camponeses

“Mentalidades...”

§Fatalista: “ O que se pode fazer nessa vida é suportar”
§Moralista: “Problemas e injustiças são fruto da natureza humana e não do sistema”

§Tradicionalistas: “Resistir em nome da velha ordem social”

§Radicais: “Igualdade completa na terra”

§Milenaristas: “Chegará o  tempo em que príncipes e senhores trabalharam para seu pão de cada dia”
 
Carnaval

Na cultura popular européia tradicional o tipo de cenário mais importante era a festa: de família como casamento festa de comunidade, festas anuais como a pascoa, dia de natal, ano novo e o carnaval.

Eram ocasiões especiais em que as pessoas paravam de trabalhar comiam, bebiam e consumiam tudo que tinham o caráter, de ocasião especial vinha simbolizado nas roupas que o povo usava pra participar . As roupas especiais era um sinal de que o dia não era um dia comum.

A estação do carnaval começava em janeiro o mesmo em finais de dezembro sendo que a animação crescia a medida que se aproximava  a quaresma o local era ao ar livre no centro da cidade, podia ser visto como uma peça imensa em que as principais ruas  e praças se convertiam em palcos, a cidade ser tornava um teatro sem parede e os habitantes eram os atores e espectadores .  

O mundo de cabeça para baixo

O carnaval era um feriado uma brincadeira um fim em si mesmo dispensa qualquer explicação ou justificativa.

Era uma ocasião de êxtase e libertação.

Havia três temas principais no carnaval, reais e simbólicos: comida, sexo e violência

Comida: era o mais evidente foi a carne que compôs a palavra carnaval

O sexo: como é usual era mais interessante  simbólicamente do que a carne.

O carnaval não era apenas uma festa de sexo, mas  também uma festa de agressão destruição profanação.

A violência como o sexo, era mais ou menos sublimado em ritual era uma época de desordem institucionalizada em conjunto de rituais e inversão.     

O Carnavalesco

Num certo sentido, toda festa era um Carnaval em miniatura, na medida em que era uma desculpa para a realização de desordens e se baseava no mesmo repertório de formas tradicionais, que incluíam procissões, corridas, batalhas simuladas, casamentos simulados e falsas execuções. O emprego do termo “carnavalesco” (...) sugere que as grandes festas do ano tinham rituais em comum, e que no Carnaval constituía um agrupamento especialmente importante de tais rituais.”

Controle social ou protesto social?

§“Liberdade no ritual”
§“A suspensão dos tabus e restrições normais serve obviamente para reforçá-los (...) se destinam a preservar e até fortalecer a ordem estabelecida”
§Não ocorrem “ritos de protesto”
§Válvula de segurança
§“O uso de máscaras ajudava as pessoas a se libertar dos seus eus cotidianos, conferindo a todos um senso de impunidade como o manto da invisibilidade dos contos folclóricos.(...) As máscaras não só liberavam os mascarados dos seus papéis cotidianos, mas impunham-lhes novos papéis.”
§Os simbolismos, das canções com duplo sentido, a agressão sublimada no ritual.
§O enterro do “Carnaval”: encerra o prazo de êxtase e liberdade, um retorno sóbrio à realidade cotidiana.
§
§“os ricos da cidade se enriquecem às custas dos pobres”
§Os membros das classes altas frequentemente sugeriam abolir determinadas festas, ou reformas na cultura popular.
 
Bibliografia
BURKE, Peter. Cultura popular na idade moderna