Cultura - Arma De Inserção Ao Mercado Japonês
Por Gustavo Guirlanda Ferrari | 02/01/2007 | AdmO reaquecimento do mercado japonês nos últimos anos tem colocado o Japão de volta ao grupo dos países que têm atraído a atenção dos exportadores brasileiros. Mas é notório, atualmente, o fracasso da maioria das tentativas de negociação entre os dois países (Brasil e Japão). O desconhecimento do mercado japonês por parte dos negociadores brasileiros resulta em perdas significativas, oportunidades únicas que não podem ser desperdiçadas.
Toda empresa que deseja atuar no mercado internacional deve estar atenta à cultura e à história do país onde se pretende inserir. Esses aspectos são a base do comportamento local, que influi diretamente em seu modo de compra e em sua mentalidade consumidora.
De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria e Keidanren, no mês de maio de 2002, a diferença cultural é o principal fator que impede o aumento das exportações brasileiras para o Japão. Para melhorar a relação comercial Brasil-Japão, é necessário compreender o funcionamento do mercado japonês e adaptar seus produtos ou serviços de forma satisfatória às exigências do mesmo.
O consumidor japonês é extremamente exigente. Ele tem consciência de que os produtos devem ter uma qualidade elevada. Além disso, o país tem se preocupado muito com as questões ambientais. Se o produto não está de acordo com a legislação em relação aos lixos e poluentes, o mercado japonês não o aceita.
O Japão é um país ainda mistificado pela cultura ocidental. Mesmo após as grandes mudanças ocorridas no país, por conseqüência da Segunda Guerra Mundial, os nipônicos ainda são vistos como uma sociedade rígida e conservadora.
A sociedade japonesa é dotada de particularidades que, aos olhos da cultura ocidental, podem parecer estranhas e desnecessárias. Seus valores são baseados em tradições, crenças e momentos históricos únicos, que afetam o seu discernimento e, conseqüentemente, sua visão enquanto mercado consumidor.
De fato há, atualmente, uma ramificação dessa sociedade que preza valores milenares como guias para o seu modo e estilo de vida. Mas o que os empreendedores devem notar é que o conceito de modernidade no Japão já ultrapassou, há muito, as barreiras da indústria e tecnologia. Os japoneses da nova geração possuem tantas qualidades e vícios quanto os jovens americanos ou brasileiros. Possuem os mesmos dilemas e preocupações relativos aos problemas da vida comum.
O povo japonês nem sempre se porta de maneira clara e objetiva, quando o observador não está habituado ao comportamento local. A correta interpretação destes hábitos e costumes pode, portanto, significar grande vantagem competitiva para o empreendedor brasileiro que visa o mercado japonês para iniciar ou expandir suas exportações.