Cultura africana na sala de aula
Por luciano pereira mariano | 08/06/2017 | EducaçãoA Contribuição dos negros na construção da sociedade brasileira é óbvia. Podemos percebê-la na vida dos brasileiros, através do modo de viver, nas superstições, no dançar, na culinária, língua dentre outras características marcantes. Sendo que essa grande influência teve início a partir do tráfico negreiro, em que milhões de africanos foram obrigados a saírem de terra natal para exercer trabalhos escravos no Brasil.
Hoje, apesar de a discriminação racial ser crime, ainda existente no Brasil pode ser observada em várias instituições de ensino, privadas ou públicas, mantendo-se como um entrave para a melhoria do ensino e aprendizagem dos indivíduos.
Atualmente a cultura e o padrão estético negro e africano, convivem de maneira tensa com um padrão estético e cultural branco europeu, no entanto, mesmo que a população brasileira seja composta por 45% de negros não tem sido o suficiente para eliminar os resquícios sociais que os afetam ou afetaram.
Este trabalho tem a finalidade de apresentar questões relacionadas Cultura Africano na tentativa de proporcionar e sensibilizar os educandos quanto aos valores defendidos pelo povo africano e afrodescendentes, conscientizando-os de que a sociedade é formada por pessoas pertencentes a grupos étnicos raciais distintos, que possuem culturas e histórias próprias.
Ressaltamos:
Para Santos, p.01- 2008, a educação brasileira não pode ser entendida sem, antes, analisarmos os diversos grupos étnicos que formaram esta nação [...], a escola na sociedade capitalista assume um caráter homogeneizado, deixando prevalecer um padrão estético vinculado à sociedade europeia, o que estamos chamando de mono culturalismo e excluindo, por exemplo, a referência negro-africana da formação da sociedade brasileira.
Trabalhar e apresentar aos estudantes, em especial aos do ensino médio básico, a cultura africana, poderá promover uma maior compreensão e consolidação desse assunto diminuindo assim, o preconceito inter-racial, construir uma identidade nacional mais sólida.
O povo africano passou por muitas batalhas, lutas e conquistas, e no Brasil apesar dos movimentos terem sua gênese na década de 70, a sua ascensão se dá a meados dos anos 90 amparados pela Constituição Federal, Lei 10.639/2003, que assegura o ensino de história e da cultura negra nas unidades escolares, como uma tentativa de transformar a realidade sofrida do negro em terras brasileiras.
De acordo com Ramos (2001, p.177), Conhecer a história de um povo que quando escravizado e transplantado de sua terra, de sua comunidade e de sua sociedade para o Brasil, trouxe toda a sua história de vida na alma porque não lhe foi permitido carregar nenhum pertence. Ou talvez um único... A sua autoestima. Quem sabe reporte para tantas tentativas de silêncio e inspiração, motivo para tanta resistência.
Essa proposta de ensino nas escolas valorizará o negro brasileiro e sua diversidade cultural, poderá permitir um novo horizonte, uma literatura diferente e ao mesmo tempo similar com a nossa.
Valorizará a produção africana em todas as áreas do conhecimento e não somente nas áreas da música, futebol e carnaval como é mostrado na mídia.
Entendendo a educação como uma prática social que ocorre em diferentes espaços e momentos da produção da vida social, foi ressaltado o papel da educação escolar nos processos formativos por meio dos diferentes níveis, ciclos e modalidades educativas.
Tal assertiva realça a importância das políticas públicas e, dentre estas, as políticas sociais e educativas no que se refere ao enfrentamento das questões extraescolares que interferem no processo educativo e, sobretudo, à definição das finalidades educacionais e dos princípios que orientam o processo ensino-aprendizagem e sua articulação, com a trajetória histórico-cultural dos alunos e com o projeto de nação no estabelecimento de diretrizes e bases para o sistema educacional.
As diretrizes garantem um suporte, um rumo para o professor desenvolver suas práticas educacionais. Ela também garante que o ensino de história, cultura afro-brasileira e africana podem ocorrer em diferentes níveis e modalidades de ensino, entre outros, afirmam ainda que as unidades de ensino têm autonomia para compor projetos relacionados ao ensino supracitado.
Através da Lei Constitucional, 10.639/2003, pode ser descortinados conteúdos até então ausentes do ensino porque eram considerados desnecessários para a aprendizagem dos educandos.
A diversidade cultural pode ser destacada tanto na fase de exploração realizada pelo trabalho escravo, como o da atividade exercida pelo trabalho livre do imigrante. O negro manifestava sua fidelidade à África nas danças, na alimentação e na religião.
As práticas religiosas eram duplamente vivenciadas, tanto aos orixás africanos quanto aos santos católicos. A fusão de ideias religiosas tão diferentes por parte da população gerou o fenômeno do sincretismo religioso.
É necessário salientar que os negros trouxeram consigo muitas culturas e ao adentrar no Brasil, viu uma realidade totalmente diferente do seu cotidiano, eram obrigados a fazerem somente o que o colonizador europeu queria.
A heterogeneidade cultural das etnias africanas era imensa, suas culturas eram diferenciadas dependendo da região as quais pertenciam. Misturavam-se informações, assim como etnias, tradições e práticas culturais.
Novas cores eram forjadas pela sociedade colonial e por ela apropriadas para designar grupos diferentes de pessoas, para indicar hierarquização das relações sociais, para impor a diferença dentro de um mundo cada vez mais mestiço.
A conformação e a preservação do universo cultural dão-se, então, através das aproximações e afastamentos, das interseções, das intervenções de espaços individuais e coletivos, privados e comuns, que envolvem dimensões do viver tão diversas.
Podemos ressaltar que a contribuição africana, assim como a indígena e a europeia, foi bastante relevante para a composição do povo brasileiro, tanto na formação física como na formação cultural brasileira ou afro-brasileira única fazendo do Brasil um país de grande miscigenação cultural e racial.
Estas peculiaridades, multiculturais, manifestaram-se, principalmente, na língua, culinária, música, dança, religião, e assim por diante.
Diante desse contexto, podemos trabalhar a questão do afrodescendente no Brasil, englobando a linguística. Explanando sobre a história e a geografia do continente africano; permitindo aos educandos uma reflexão sobre a importância, a influência e a descriminação social e racial desse povo africano nossa sociedade brasileira. Para evidenciar esse trabalho os discentes poderão produzir cartazes para exposição.
Outra proposta seria o conto africano (Estória da galinha e o ovo, autor: Luandino Vieira), no qual poderia ser visto tipo de linguagem utilizada; interpretação do texto; identificar expressões e palavras desconhecida e atribuir significações, como num jogo de ideias e descobertas de significados.
Finalizando a aula, poderia ser proposto um reconto e produção textual transformando o conto supracitado em um conto moderno.
Também seria muito viável e importante, trabalhar com expressões de origem africana (como: topônimos (locais, comidas e bebidas), danças, instrumentos musicais, animais, plantas e frutos), onde os educandos poderiam pesquisar em dicionário, enciclopédias ou sites, informações sobre a região onde são mais utilizadas, suas significações; produzir algumas frases para melhor compreensão. Como conclusão da aula, poderia ser realizado um debate.
Outra atividade que poderia ser realizada com o texto: Estória da galinha e os ovos. Seria uma análise estrutural da narrativa como o espaço em que acontece a história, tipo de personagens, o tempo entre outros. Sendo que os discentes fariam essa análise e apresentariam em forma de seminário.
Salientamos que as supostas sugestões poderão ser modificadas e readaptadas de acordo com o desenvolvimento da turma de educandos ou propostas do educador.
Através de pesquisas realizadas em livros e nas webs aula do curso de letras, podemos observar que as literaturas africanas abordam uma linguagem de autores que, no plano ficcional, discutem e reescrevem a história do seu país.
Diante disto Candido, considera a literatura um fator indispensável para a humanidade, por isso acrescenta “Entendo por humanização o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, aquisição do saber, da boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso de beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor. A literatura desenvolve em nós uma quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, à sociedade e o semelhante (Candido, 1995, p.249)”.
Nesse contexto, ao promover o contato com autores africanos de expressão portuguesa à escola irá mediar e estabelecer o diálogo entre a literatura brasileira e outras literaturas, outras culturas promovendo a quebra de preconceitos e paradigmas.
Nas literaturas africanas podemos evidenciar os encontros e as diferenças que marcam a identidade dos povos africanos.
Já nas leituras desses autores africanos, têm-se uma literatura que transcende fronteiras geográficas e linguísticas. Percebendo então, enlaçamento entre Brasil, angola, Moçambique, Cabo Verde e outros países que sofreram semelhante processo na construção.
Então, o discurso literário serve como aliado na luta que se trava dentro e fora da linguagem. Esses confrontos buscam uma expressão própria que se consolidam em caminhos que se abrem para um futuro que proteja um novo homem e uma nova nação.
Entendendo, portanto, a educação como uma prática social que ocorre em diferentes espaços e momentos da produção da vida social, foi ressaltado o papel da educação escolar nos processos formativos por meio dos diferentes níveis, ciclos e modalidades educativas.
Tal assertiva realça a importância das políticas públicas e, dentre estas, as políticas sociais e educativas no que se refere ao enfrentamento das questões extraescolares que interferem no processo educativo e, sobretudo, à definição das finalidades educacionais e dos princípios que orientam o processo ensino-aprendizagem e sua articulação, com a trajetória histórico-cultural dos alunos e com o projeto de nação no estabelecimento de diretrizes e bases para o sistema educacional.
As diretrizes garantem um suporte, um rumo para o professor desenvolver suas práticas educacionais. Ela também garante que o ensino de história, cultura afro-brasileira e africana podem ocorrer em diferentes níveis e modalidades de ensino, entre outros, afirmam ainda que as unidades de ensino têm autonomia para compor projetos relacionados ao ensino supracitado.
Através da Lei Constitucional, 10.639/2003, pode ser descortinados conteúdos até então ausentes do ensino porque eram considerados desnecessários para a aprendizagem dos educandos.
A diversidade cultural pode ser destacada tanto na fase de exploração realizada pelo trabalho escravo, como o da atividade exercida pelo trabalho livre do imigrante. O negro manifestava sua fidelidade à África nas danças, na alimentação e na religião.
As práticas religiosas eram duplamente vivenciadas, tanto aos orixás africanos quanto aos santos católicos. A fusão de ideias religiosas tão diferentes por parte da população gerou o fenômeno do sincretismo religioso.
É necessário salientar que os negros trouxeram consigo muitas culturas e ao adentrar no Brasil, viu uma realidade totalmente diferente do seu cotidiano, eram obrigados a fazerem somente o que o colonizador europeu queria.
A heterogeneidade cultural das etnias africanas era imensa, suas culturas eram diferenciadas dependendo da região as quais pertenciam. Misturavam-se informações, assim como etnias, tradições e práticas culturais.
Novas cores eram forjadas pela sociedade colonial e por ela apropriadas para designar grupos diferentes de pessoas, para indicar hierarquização das relações sociais, para impor a diferença dentro de um mundo cada vez mais mestiço.
A conformação e a preservação do universo cultural dão-se, então, através das aproximações e afastamentos, das interseções, das intervenções de espaços individuais e coletivos, privados e comuns, que envolvem dimensões do viver tão diversas.
Podemos ressaltar que a contribuição africana, assim como a indígena e a europeia, foi bastante relevante para a composição do povo brasileiro, tanto na formação física como na formação cultural brasileira ou afro-brasileira única fazendo do Brasil um país de grande miscigenação cultural e racial.
Estas peculiaridades, multiculturais, manifestaram-se, principalmente, na língua, culinária, música, dança, religião, e assim por diante.
Diante desse contexto, podemos trabalhar a questão do afrodescendente no Brasil, englobando a linguística. Explanando sobre a história e a geografia do continente africano; permitindo aos educandos uma reflexão sobre a importância, a influência e a descriminação social e racial desse povo africano nossa sociedade brasileira. Para evidenciar esse trabalho os discentes poderão produzir cartazes para exposição.
Outra proposta seria o conto africano (Estória da galinha e o ovo, autor: Luandino Vieira), no qual poderia ser visto tipo de linguagem utilizada; interpretação do texto; identificar expressões e palavras desconhecida e atribuir significações, como num jogo de ideias e descobertas de significados.
Finalizando a aula, poderia ser proposto um reconto e produção textual transformando o conto supracitado em um conto moderno.
Também seria muito viável e importante, trabalhar com expressões de origem africana (como: topônimos (locais, comidas e bebidas), danças, instrumentos musicais, animais, plantas e frutos), onde os educandos poderiam pesquisar em dicionário, enciclopédias ou sites, informações sobre a região onde são mais utilizadas, suas significações; produzir algumas frases para melhor compreensão. Como conclusão da aula, poderia ser realizado um debate.
Outra atividade que poderia ser realizada com o texto: Estória da galinha e os ovos. Seria uma análise estrutural da narrativa como o espaço em que acontece a história, tipo de personagens, o tempo entre outros. Sendo que os discentes fariam essa análise e apresentariam em forma de seminário.
Salientamos que as supostas sugestões poderão ser modificadas e readaptadas de acordo com o desenvolvimento da turma de educandos ou propostas do educador.
Através de pesquisas realizadas em livros e nas webs aula do curso de letras, podemos observar que as literaturas africanas abordam uma linguagem de autores que, no plano ficcional, discutem e reescrevem a história do seu país.
Diante disto Candido, considera a literatura um fator indispensável para a humanidade, por isso acrescenta “Entendo por humanização o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, aquisição do saber, da boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso de beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor. A literatura desenvolve em nós uma quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, à sociedade e o semelhante (Candido, 1995, p.249)”.
Nesse contexto, ao promover o contato com autores africanos de expressão portuguesa à escola irá mediar e estabelecer o diálogo entre a literatura brasileira e outras literaturas, outras culturas promovendo a quebra de preconceitos e paradigmas.
Nas literaturas africanas podemos evidenciar os encontros e as diferenças que marcam a identidade dos povos africanos.
Já nas leituras desses autores africanos, têm-se uma literatura que transcende fronteiras geográficas e linguísticas. Percebendo então, enlaçamento entre Brasil, angola, Moçambique, Cabo Verde e outros países que sofreram semelhante processo na construção.
Então, o discurso literário serve como aliado na luta que se trava dentro e fora da linguagem. Esses confrontos buscam uma expressão própria que se consolidam em caminhos que se abrem para um futuro que proteja um novo homem e uma nova nação.
Referências
SANTOS, Rosenverck Estrela. Educação e Relações Étnico - Raciais no Brasil:
Mono culturalismo e a Construção da Identidade Negra. Revista Espaço Acadêmico
– Nº. 91. São Luís- MA, Dezembro de 2008.
CANDIDO, Antônio. “O direito à literatura”. In: Vários Escritos. São Paulo: Duas cidades, 1995, p. 235-263.
BRASIL, LEI nº 10.639 de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394 de 20 de setembro de 1996. Diário oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 de janeiro de 2003.