CUIDAR DO CORPO E DO ESPÍRITO
Por SILNEY DE SOUZA | 15/04/2010 | ReligiãoCUIDAR DO CORPO E DO ESPÍRITO
Em uma de suas lições de O Evangelho Segundo o Espiritismo, vemos que: "A vida é difícil, bem o sei, constituindo-se de mil bagatelas que são como alfinetadas e acabam por nos ferir. Mas é necessário olhar para os deveres que nos são impostos, e para as consolações e compensações que obtemos, pois então veremos que as bênçãos são mais numerosas que as dores. O fardo parece mais leve quando olhamos para o alto, do que quando curvamos a fronte para a terra.”
Muito bem.... Sabemos que estamos em um mundo de provas e expiações e que pelas características deste planeta, em razão do seu atual estágio evolutivo, ele mais se assemelha a uma combinação de uma escola e a um hospital, aonde Deus vai ministrando seus ensinamentos e medicamentos a cada um de seus filhos, doentes ainda, no Egoísmo e no Orgulho e de acordo com o nível de gravidade da doença.
E um lugar assim não é um local de delícias... Mas fico pensando aqui comigo, o quanto pequeninas ações que poderíamos tomar em nosso dia a dia não tornariam essa estada terrena, pelo menos, menos desagradável a nós mesmos e aos nossos semelhantes?
Vejamos alguns exemplos de ações que nos ajudariam muito nesse processo de nos "suportarmos" mutuamente:
. Ética e responsabilidade nos negócios. Existe coisa mais desagradável e revoltante do que sentir-se "roubado", enganado nos negócios? Do que um fornecedor de um produto ou serviço não cumprir com suas responsabilidades? Esquecem-se esses das leis imutáveis de ação e reação? Na hora de vender oferece-se o paraíso; na entrega recebemos o inferno!
. Educação e paciência no trânsito. Atrás do volante o ser humano demonstra toda a sua origem animal e irracional. É constrangedor e deprimente ver o que algumas pessoas fazem aos seus semelhantes, atrás do volante de um carro, ônibus, caminhão e similares ou guiando suas motos. O som do seu carro é para você ouvir e não o mundo, que não necessariamente compartilha de seu "gosto" musical. Vou parar por aqui os meus comentários sobre esse tópico....
. Mais educação nas ruas. Respeito aos demais pedestres, jogar lixo no lixo, gritar menos, pronunciar menos palavrões. Carro aguarda pedestre passar, sem dúvida, mas alguém poderia me explicar porque quando você está manobrando um carro o pedestre sempre faz questão de passar atrás do carro obrigando o motorista a esperá-lo passar, quando seria muito mais inteligente e menos perigoso passar pela frente deixando a traseira do carro livre para o motorista completar a sua manobra com tranqüilidade? Procure preocupar-se com os demais pedestres. Não bloqueie as passagens; se não esta com pressa ande no canto, libere espaço para quem precisa andar mais rápido. Vamos parar de cuspir no chão!
Por favor, com licença, muito obrigado não constam mais do Aurélio?
Preocupe-se com o outro, coloque-se em seu lugar. Sei que alguém vai me dizer:
“É a luta pela sobrevivência que nos torna assim; a necessidade de mantermos o nosso corpo e atendermos aos nossos compromissos materiais...” - Sempre os nossos direitos, nunca os nossos deveres!!!!!
Ouvi certa vez uma frase que, por alguma razão ficou gravada na minha mente, que dizia mais ou menos o seguinte: Para que as pessoas querem tanto possuir uma casa, se quando a tem ficam nos bares bebendo, ao invés de compartilhar do convívio familiar?
E por falar em família, puxa vida como é bom poder compartilhar desses momentos em paz e harmonia, com alegria e a satisfação de estarmos todos juntos. São momentos e sensações realmente mágicas; compartilhar do café, das refeições, principalmente os jantares e os almoços de final de semana juntos. Poder conversar, trocar idéias, contar piadas, compartilhar preocupações e discutir alternativas para os problemas. Sentir-se realmente querido por um grupo de pessoas que te ama e que só quer o melhor para você. É na família que se encontra o amor em sua mais pura expressão.
Do ponto de vista não das emoções e sensações, mas das coisas materiais que também são muitas vezes importantes, enquanto instrumento de demonstração de amor, de carinho e de atenção; comer "aquela comidinha" que você sabe que foi feita especialmente para você, porque você gosta. Encontrar suas roupas organizadas e arrumadas em suas gavetas. Calças, camisas bem passadas, sem faltar botões, sem manchas ou remendos, calçados limpos e engraxados. Encontrar a cama arrumada e pronta, seu travesseiro preferido ali, te esperando na hora de dormir. Seu chinelo confortável à disposição, o seu copo de água, enfim, as coisas que você gosta.
E quem mais senão nós mesmos para nos preocuparmos com o outro (esposa, marido, filho, pai, mãe, avós etc.)? E quem mais senão nós mesmos para estarmos atentos a essas ações que trazem mais prazer à vida cotidiana e que, embora pequeninas, nos trazem tanto alívio e reconforto para enfrentarmos as dificuldades diárias?
E no estágio evolutivo que nos encontramos, como essas demonstrações de carinho e de atenção nos são importantes....
Certo é, no entanto, que, conforme descrito no Capítulo II, no. 5 do ESE: “O verdadeiro sábio deve, portanto, de algum modo, isolar a alma do corpo, para ver com os olhos do espírito. É isso o que ensina o Espiritismo.”
Para finalizar: “Enquanto tivermos o nosso corpo e a nossa alma se encontrar mergulhada nessa corrupção, jamais possuiremos o objeto de nossos desejos: a verdade. De fato, o corpo nos oferece mil obstáculos, pela necessidade que temos de cuidar dele; além disso, ele nos enche de desejos, de apetites, de temores, de mil quimeras e de mil tolices, de maneira que, com ele, é impossível sermos sábios por um instante. Mas, se nada se pode conhecer puramente enquanto a alma está unida ao corpo, uma destas coisas se impõe: ou que jamais se conheça a verdade, ou que se conheça após a morte. Livres da loucura do corpo, então conversaremos, é de esperar-se, com homens igualmente livres, e conhecermos por nós mesmos a essência das coisas. Eis porque os verdadeiros filósofos se preparam para morrer, e a morte não lhes parece de maneira alguma temível. (Céu e Inferno, I parte, cap. 2º, e II parte, cap. 1º)”