CUIDADO COM AS ILUSÕES! (VII)
Por Paulo de Aragão Lins | 17/07/2009 | BíbliaCUIDADO COM AS ILUSÕES (VII)
“Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa”. Lucas 6.49.
Pobre deste homem! Quem sabe, gastou uma fortuna com o material da casa dos seus sonhos! Queria uma casinha arrumada, bonita, bem mobiliada, com uma varanda agradável...
Queria reunir a família e gozar um pouco a vida.
Dias antes planejou toda a construção, fez ou mandou fazer a planta da casa, escolheu o material, o local, as cores das tintas que iria usar na parte externa e nas partes internas da casa...
Tinha no coração aquilo que todo ser humano tem quando resolve construir uma casa – um profundo sentimento de realização, de triunfo, de sucesso, de conquista. Um desejo de expor, diante de todos, sua casa, como um troféu da conquista.
Mas... Oh ilusão!
É muito necessário termos cuidado com as ilusões. Não sei por que, mas a existência terrena é muito visitada pelas ilusões. São muitas e mui variadas!
Este homem planejou tudo, comprou o material necessário, proclamou aos quatro cantos que ia construir uma casa e até a construiu.
Mas o principal foi esquecido! Ele não atentou para o fato que toda obra precisa de uma base, de um apoio, de um alicerce. Qualquer obra precisa de um embasamento, de um fundamento. O que adiantou tanto cuidado com a estética da casa, com a aparência exterior?
Lembro-me do meu bom amigo, o Dr. Fernando Portela, querendo colocar em sua futura mansão um alicerce de pedras. Bom! No entanto ele queria simplesmente amontoar as pedras umas por cima das outras. O irmão Benedito, construtor experiente, chegou para ele e disse:
- Irmão Fernando, sua casa vai cair.
Por que, homem?
- Porque as pedras têm que ser rejuntadas com areia e cimento.
O homem de quem Jesus deu o exemplo nem em pedras pensou. Resolveu construir em cima da terra. Quando vieram as chuvas e as torrentes bateram sobre aquela casa, ela caiu e grande foi a sua ruína.
Mas Jesus estava falando em outro tipo de ilusão, uma ilusão muito maior!
Logo depois de terminar o sermão do monte, ele falou que os que ouvem a palavra e não a praticam são semelhantes a esse idealista que projetou uma casa, chegou a construí-la, mas a perdeu porque não cuidou do alicerce.
Então o alicerce de toda a vida cristã é a prática da Palavra. O zeloso Tiago nos adverte disto:
“Pois se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante a um homem que contempla no espelho o seu rosto natural, porque se contempla a si mesmo e vai-se, e logo se esquece de como era”. Tg 1.23,24.
O poético profeta Ezequiel também observou esta perigosa ilusão:
“E eis que tu és para eles como uma canção de amores, canção de quem tem voz suave, e que bem tange; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra”. Ez 33:32.
Nos dias atuais são muitos os que dizem que amam a palavra de Deus. São muitos os que conduzem a Bíblia para suas igrejas, geralmente bíblias muito bonitas, muito bem encadernadas, com enfeites e artifícios mil. Hoje ter a Bíblia, citar a Bíblia, falar da Bíblia é uma questão de status. A Bíblia se tornou objeto de mostra, artigo de mídia, até base de posição social e eclesiástica.
Como dizia meu amigo, o Pr. Fábio Bernal de Bogotá, Colômbia: “Muchos dicen que conocen
Deus quer que sejamos praticantes da Palavra. Vamos deixar de lado a ilusão que ser religioso, ser praticante de alguma igreja, realizar obras meritórias tudo isto é o suficiente para estarmos bem como cristãos.
Mas eu pergunto, irmão, você é capaz de dar a outra face se alguém te ferir no rosto?
Você é capaz de perdoar até a mais hedionda afronta?
Você é capaz de seguir o exemplo de Cristo, quando alguém leva o que é seu?
Um fato inconteste e trágico hoje é que convivemos com um cristianismo ilusório. Muitos se acomodaram nele e têm até medo de algo mais sério em suas vidas.
Se você preza sua casa espiritual, irmão, atente para o alicerce – a prática da Palavra de Deus.