Crise existencial
Por Marcelo Diniz | 02/01/2013 | Sociedade2013 vai começar na semana que vem. Os prefeitos, em sua maioria, são novos, inexperientes e herdarão municípios falidos, o PSDB, por falta de melhor opção, pensa em Luciano Hulk para o Rio de Janeiro, a Câmara vai (ou não vai) votar alguns milhares de vetos na tentativa de tungar os royalties do petróleo que já estão sendo tungados pelos beneficiários atuais, os que merecem ser presos não o serão, ou, se o forem, abreviarão suas penas ao mínimo, os que não merecem apodrecerão nas cadeias por falta de advogados e excesso de burocracia, na política e nos negócios tudo acabará em acordos, a real oposição continuará sendo liderada pelo PCC e pelo Fernandinho Beira Mar, os bandidos da cidade pacificada estarão assustando as populações de outros lugares, a Coréia do Norte se livrará da pobreza extrema através de uma farsa pacificadora, a Europa continuará sem saber se quer ou não quer a integração, Obama terá mais uns anos para tentar convencer os republicanos de que, embora distante, existe alguma coisa chamada humanidade, Israel continuará azucrinando a existência dos árabes, inclusive com o apoio velado de Obama, os cientistas continuarão à procura de fórmulas salvadoras para salvar o homem, embora não saibam discutir os dilemas éticos da sua procura, as corporações estarão cada vez mais ávidas de lucro e poder e eu, aqui deste insignificante notebook, continuarei acreditando que um mundo melhor é possível. Só não sei dizer como.
Mas Galbraith sabia:
“A atual era do contentamento chegará ao fim somente quando e se as realidades adversas que ela promove desafiarem o seu senso de confortável bem-estar.”