Crianças: Rebeldia ou alienação?
Por Marcos Paterra | 25/07/2010 | PsicologiaO presidente da Republica Luiz Inácio Lula da Silva aprova a "lei que proíbe bater em crianças",para marcar os 20 anos de vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Atualmente, 25 países têm leis que tratam do assunto.
Muito se perguntam, mas que lei é esta? Onde o governo diz como você deve ou não tratar seu filho; Muitos defendem a idéia de que uma palmada é um ótimo "corretivo"... Será mesmo?
É comum em uma roda de amigos, alguns lembrarem aliviados de que em sua época de criança graças a Deus já se havia abolido a palmatória e o castigo de se ajoelhar no milho.Outros, mais novos lembram sorridentes de que em sua época, a "réguada" e a "cintada" ainda estava em vigor, mas, com seus filhos não seria assim, bastaria um bom tapinha no bumbum.
Mudança de época, modificação na cultura, estes mesmos amigos, em outros dias comentam, que na época de seus pais ou avós, era diferente, as crianças eram tratadas com mais dureza, e o castigo era importante para a formação do caráter, e nem notam a contradição entre uma conversa e a outra.
A verdade é que essa lei não foi idealizada sem razão, e temos de lembrar de que os tempos são outros, onde as crianças com pouco mais de quatro anos já brincam com jogos no celular ou computador, que os jovens de nove a doze anos já se relacionam com o sexo oposto, e pode-se dizer que é devido á criação atual, onde muitos pais, para não criar os filhos conforme foram criados dão maior liberdade, e isso somado a nova cultura tecnológica, cria novos tipos de crianças.
Muitos podem estar pensando, é que ele não passa por uma criança esperneando, fazendo birra por um brinquedo ou lanche, principalmente em uma loja, e que nesses casos a palmada ou um puxão de orelha resolve.
Não... Não resolve, vai ocorrer de duas uma, ou a criança vai chorar e fazer mais escândalo e birra, ou vai começar a fomentar sua revolta,fechando-se e aos poucos abrindo precedentes á algum distúrbio psicológico, a conversa, o olhar sério, a voz em tom severo, por vezes dá melhor resultado a médio prazo, além do famoso castigo ao chegar em casa, onde a criança entende que perde privilégios ao fazer a birra.
Imaginem o pequeno bebê com pouco mais de três meses, onde os pais acham lindo e riem com os guspinhos e barulho de carro"Brum", que o filho faz, e quando ele começa a completar um ano, os pais começa a brigar para ele pare, que é falta de educação, a criança acaba sem saber o que é certo ou errado abalando sua confiança; vejo crianças com pouco mais de um ano incentivadas a mostrar a língua, e os pais mostram ao amigos como o filho é "obediente" e "sabido" e antes de completar os dois anos apanha para parar de mostrar a língua, e quando essa mesma criança com suas revoltas psicológicas tenta impor sua vontade fazendo "birra" o pais logo querem impor o "medo" executando o ato de bater.
A criança acaba não tendo respeito e sim medo, ficando alienada á uma situação, tendo de tomar cuidado com todos seus atos, pois hora agrada... Hora desagrada seus pais.
As crianças foram desde seu nascimento doutrinadas a fazer tudo só por seus pais, desde ser incentivada a segurar sua mamadeira, até ficar sentada, se analisarmos bem as crianças só ganham conhecimento graças a suas curiosidades, e dessa forma que aprendem a falar, e gatinhar, portanto nada mais justo de quando se espelharem em seu pais que seja da melhor maneira, e sem brutalidade.
Bibliografia:
FERNÁNDEZ,A . A Inteligência Aprisionada, 1990
FREUD,S. Além do principio do Saber. 1972
PICHON-RIVIÉRE. Teoria do vinculo.1992
Winnicott,J. Pratica de terapia comportamental.1973