Criação e Manejo de Frangos de Corte ? Informações Relevantes

Por Gester Breda Aguiar | 26/04/2011 | Sociedade

Criação e Manejo de Frangos de Corte ? Informações Relevantes Stelio Simões Morais¹; Gester Breda Aguiar¹; Jairo Ardizzom Brumatti¹; Vitor Dalmazo Melotti¹; Fausto Moreira da Silva Carmo²,³ ¹- Acadêmico do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Castelo, FACASTELO. ² - Professor da Faculdade de Castelo, FACASTELO. ³ - D.Sc. Zootecnia. A avicultura brasileira é uma das mais avançadas do mundo, isso graças aos avanços tecnológicos e nutricionais atualmente empregados nas granjas, associados a um melhoramento genético que encurtou, sobremaneira, o tempo de abate do frango de corte moderno.A avicultura é o setor mais importante do agronegócio brasileiro e também o que mais cresceu nos últimos anos, sendo que o Brasil (em 2003) era o segundo maior produtor e exportador mundial em volume, o Brasil está atualmente em primeiro lugar em exportação de carne de frango. Mostrando assim que os avanços tecnológicos e nutricionais no país não param de crescer. O Brasil tem 42,8% das exportações mundiais de frango, atrás dele vem os Estados Unidos das Américas com 38,1%, restando 19,1% para os outros paises exportadores.(HEINZEN, 2006) Limpeza e desinfecção das instalações antes da chegada dos pintos A limpeza e desinfecção das instalações podem reduzir de 90 a 95% do material contaminante nos galpões de criação de aves. Os detergentes ou outros agentes de limpeza devem ser aplicados com pressão suficiente para remover sujeiras e penetrar em frestas e fendas, não deve se misturar diferentes tipos de detergentes, pois inativa e diminui a atividade de um ou ambos (MAZETO, 2008). No momento da desinfecção devem se retirar resto de ração, remover equipamentos (lavar, desinfetar e expor ao sol), retirar a cama, varrer e raspar tetos, telas, paredes e pisos, se possível utilizar sabão ou detergentes, logo após fazer aplicação de inseticida de baixa toxidade e cal hidratada com água, deixar as instalações fechadas e sem uso por aproximadamente por 10 dias ( LANA, 2000). Recebimentos dos pintos Antes da chegada dos pintos, deve ser feita uma checagem final das instalações verificando desinfecção, limpeza, cama, distribuição de água e ração, e que os acessos ao aviário possuam pedilúvios para desinfecção dos calçados (HEINZEN, 2006). Na chegada dos pintos, além de efetuar-se a contagem dos pintos existentes nas caixas, deve-se separar os pintos que apresentam pernas retorcidas, cabeças e olhos defeituosos, bicos cruzados e aspecto de inviabilidade de sobrevivência (refugo). O total de pintos com problemas deve ser anotado. Alojar somente aves de mesma idade em cada aviário (sistema todos dentro todos fora) (ABREU; AVILA, 2003). Após as avaliações dos pintos devem ser colocados no círculo de proteção ou área para o alojamento próximo as campânulas, que devem estar acesas com pelo menos 3 horas de antecedência e com o termômetro, a 7 cm do piso. Nas primeiras semanas e imprescindível que os pintos tenham uma boa fonte de aquecimento sendo que nos primeiros dias tem uma maior necessidade de temperatura, à medida que se desenvolve diminui a temperatura. Na primeira semana a temperatura ideal é de 32°C, assim abaixando 3°C por semana ate a 5° semana. No inverno tende ser a manter o aquecimento nas horas mais frias do dia, considerando o aquecimento artificial ate 21 dias de idade. No verão pode- se dispensar o aquecimento a partir do 10° dia (LANA, 2000). Criação em circulo de proteção O circulo tem como função proteger os pintos de corrente de ar e limitar das áreas disponíveis próximos a fonte de aquecimento, água e ração. Para a construção dos círculos são usadas chapas de Eucatex, Duratex, compensado e folhas metálicas, deve ter de 0.40 a 0.60 de altura, com 3 metros de diâmetro para alojar 500 pintinhos (LANA, 2000). Sistema de Aquecimento O aquecimento pode ser feito por campânulas a gás, elétrico ou aquecedores de infravermelho, esse tem como objetivo aquecer o ambiente do galpão. A diferença entre a temperatura ideal O para o pinto e a temperatura do ambiente é muito grande, deve manter o aquecimento nas horas mais frias do dia, podendo variar em função do clima, o controle da temperatura pode ser feita por um termostato ligado a campânula a 30 cm da lateral interna do circulo de proteção com base no comportamento dos pintos. Quando os pintos estão amontoados no centro abaixo da campânula é sinal de frio, deve-se então abaixar a campânula. Se este estiver espalhado na extremidade do circulo o mais longe possível da fonte de calor, é sinal de excesso de temperatura. Caso os pintinho estejam amontoados em um dos lados dos círculos é sinal de existência de corrente de ar. Em situação normal de conforto térmico os pintinhos ficam distribuídos uniformemente em toda a área do circulo de proteção ( LANA, 2000). No inverno, uma das maiores preocupações na avicultura são com as aves jovens, pois elas não possuem o sistema termorregulador desenvolvido e as condições ambientais não se encontrarem dentro da região de conforto para aves. Nesse período, os valores de temperatura ambiental se encontram abaixo das condições ideais, principalmente na região sul do Brasil, em que o frio é mais intenso, sendo o avicultor obrigado a fornecer uma fonte de aquecimento para as aves (HEINZEN, 2006) Manejo das cortinas As cortinas devem estar em perfeitas estados de funcionamentos antes da chegada dos pintos seu manejo e determinado conforme a temperatura ambiente, umidade e com a idade das aves. Deve-se levantá-las nos primeiros dias de vida para manter a temperatura e baixando nos dias mais quentes. Não abaixar as cortinas do aviário de uma só vez, para não ocorrer mudanças bruscas de temperatura e a excessiva incidência de sol no interior do galpão. Se o aviário estiver abafado ou com cheiro de amônia, principalmente de manhã, as cortinas devem ser abertas preferencialmente do lado que não recebe vento, para que se realize a troca de ar, sem prejudicar os pintos (ABREU; AVILA, 2003). Em períodos frios é necessário evitar perda de calor para fora do aviário, portanto, o controle das aberturas é de fundamental importância. Por outro lado à ventilação apresenta função importante, principalmente por razões higiênicas, para evitar concentrações de gases indesejáveis dentro do aviário. É necessário que se mantenha um fluxo de ar que se desloque pela parte superior do aviário de maneira a evitar a incidência direta sobre as aves. Embora a quantidade de ar a ser renovado seja pequena para higienização, é importante superfícies reduzidas de entrada e saída de ar (HEINZEN, 2006). Manejo dos Bebedouros E essencial verificar que os bebedouros estejam bem distribuídos nos círculos de proteção ou na área para alojamento das aves, levando em consideração que o pinto encontre um bebedouro sempre próximo. Da mesma forma, à medida que os círculos de proteção são abertos, os bebedouros também devem ser movimentados, buscando sempre obter uma distribuição uniforme por todo o galpão. Os bebedouros devem ser desinfetados e também fazer a observação se existe algum vazamento, furos ou acúmulo de ração que podem provocar fermentação como também o desenvolvimento de algas tóxicas para as aves, garantindo a qualidade da água(LOBO et al, 2010). A regulagem da altura do bebedouro deve garantir que o pinto possa beber confortavelmente e evitando o desperdício de água, empastamento e apodrecimento da cama. De 15 a 20 dias de idade, a base superior do bebedouro deve estar à altura de 5 cm do dorso da ave, sendo regulado de acordo com o seu desenvolvimento (LANA, 2000). Cama úmida ao longo das linhas geralmente indica excesso de pressão. Portanto deve-se abaixar aos poucos a pressão e observar os resultados sobre a cama, Na troca de lote deve-se lavar e desinfetar a caixa da água (ABREU; AVILA, 2003). Manejo dos Comedouros O comedouro tipo bandeja é utilizado nos primeiros dias de idade, sendo 80 pintos por comedouro. Deve-se mexer a ração de 5 a 6 vezes por dia, principalmente nos primeiros dias de criação, para estimular o consumo. Para tanto o fornecimento da ração diária, deve ser feita em maior número de vezes e em quantidades menores. Para evitar a fermentação das placas formadas pela umidade devem-se trocar ou lavar as bandejas diariamente, devolvendo-as limpas e secas (CARNEIRO et al, 2004). A partir do 4o. dia pode-se começar a colocar os comedouros definitivos e a partir do 7o. ao 10o. dia procede-se a retirada dos comedouros iniciais, de forma escalonada, num período de 2 a 3 dias. Garantir que os comedouros definitivos estejam uniformemente distribuídos. Os comedouros tubulares deverão ser mantidos na proporção de 40 aves/comedouro. Manter, a partir da 2a. semana, a base dos comedouros, na altura do peito das aves. Caso utilize comedouros automáticos que são de uso mais prático, por facilitar o manejo de arraçoamento. Os pratos com grades permitem a alimentação dos pintos desde o primeiro dia de criação. Os cuidados com o ajuste da altura devem ser tomados durante toda a criação (ABREU; AVILA, 2003). Os comedouros inicialmente serão provisórios ficando no chão para as aves se habituarem de onde pois vão ser erguidas no teto com correntes que será regulada no mesmo nível do dorso dos animais (LOBO et al, 2010). Manejo da cama O piso de chão batido ou de cimento (MAZETO, 2008), a cama deve ser homogeneamente distribuída com uma profundidade de 8-10 cm. Distribuição irregular da cama causará problemas com disponibilidade de água e ração. O trabalho de revolvimento da cama deve ser constante, durante todo o período de criação, no sentido de evitar que a mesma se torne úmida, propiciando a formação de placas. Eventuais vazamentos dos bebedouros podem ocorrer por má regulagem dos mesmos, portanto devem ser monitorados constantemente (ABREU; AVILA, 2003). Segundo MAZETO 2008 podemos usar vários tipos de materiais para cama de Frango: ? Maravalha ou Serragam; ? Palha; ? Sabugo de milho triturado; ? Casca de arroz Segundo CARNEIRO et al, 2004 Além da engorda dos frangos, tem-se ainda a produção da cama de frango, um composto orgânico (cepilho + esterco de frango) que é produzido após cada criada. Normalmente, a cama é retirada a cada 2 lotes, porém, algumas integradoras permitem até 3 criadas em uma mesma cama. Uma ave alojada produz, em média, 1,5 kg do composto orgânico. O destino da cama de frango pode ser: ? A utilização na propriedade como adubo orgânico (cessão interna); ? A venda, como uma opção a mais de receita na exploração; ? O uso na alimentação animal (recentemente foi proibido por problemas sanitários); REFERENCIAS LANA, G. R. Q. Avicultura. Campinas: Rural, 2000. ABREU, V. M. N.; AVILA, V. S. de. Sistema de produção de frangos de corte: manejo de produção. Embrapa, 2003. Disponível em: . Acesso em: 22 março 2011. HEINZEN, L. F. Alimentação e Manejo de Frangos de corte numa empresa avicola de santa catarina. Florianopolis, 2006. LOBO, R. R. et al. Manejo das Instalações de frangos de corte, VI Simposio de Ciencia da UNESP, VII Encontro de Zootecnia- UNESP Dracena, 06 a 08 de outubro de 2010. CARNEIRO, S. L. et al, 2004. Frango de Corte, Integração Produtor- Industria, Uma renda bimensal estavel e a produção de composto orgânico na propriedade. Agosto de 2004. MAZETO, S. Manual de orientações para construção de galpões, Para criação de frango caipira, cuiaba-MT, agosto de 2008.