COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE AMIDO DE MANDIOCA NA CIDADE DE LAJE-BA

Por GILMARIO DE SOUZA ANDRADE | 07/03/2018 | Adm

COOPAMIDO - COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE AMIDO DE MANDIOCA NA CIDADE DE LAJE-BA: LIMITES E POSSIBILIDADES

GILMARIO DE SOUZA ANDRADE[1]

 

RESUMO

O presente artigo aborda a importância do cooperativismo para o pequeno produtor de mandioca que encontra dificuldades na realização de suas atividades produtivas. O estudo contribui para a conscientização do produtor que o cooperativismo pode proporcionar muitos benefícios e mostrar a importância da cooperação mútua como saída para superar essas dificuldades. O trabalho tem por objetivo identificar quais são os benefícios do cooperativismo, tais como: aumento no poder de negociação; acesso a crédito; aquisição de novas tecnologias e equipamentos, bem como assistência técnica especializada. As metodologias utilizadas foram pesquisas bibliográficas como base teórica, pesquisa de campo como base empírica, através do estudo de caso. A pesquisa indicou que os produtores alcançam, por intermédio do cooperativismo, benefícios como: melhores preços de venda para a produção e aquisição de insumos, acesso a novas tecnologias, maquinas e equipamentos, acesso ao crédito rural, cursos e capacitação, disponibilidade de assistência técnica especializada e aumento da produção. Esse conjunto de benefícios proporciona o principal, diminuição dos custos e consequentemente aumento nos lucros. Isso torna a atividade da mandiocultura, apesar da existência de algumas dificuldades, rentável ao produtor.

Palavras chaves: Benefícios, Cooperativismo, Produtores de Mandioca.

ABSTRACT

This article discusses the importance of cooperatives for small producers of cassava that has difficulties in realization of their productive activities. The study contributes to the awareness of the producer cooperatives can provide many benefits and show the importance of mutual cooperation as a solution to overcome these difficulties. The work aims to identify what are the benefits of cooperatives, such as an increase in bargaining power; access to credit; acquisition of new technologies and equipment, as well as specialized technical assistance. The methodologies used were literature searches as a theoretical basis, empirical field research as a basis, through the case study. The research indicated that producers reach through the cooperative, benefits such as: best sale prices for the production and procurement of inputs, access to new technologies, machines and equipment, access to rural credit, courses and training, availability of technical assistance specialized and increased production. This set provides the main benefits, lower costs and thus increase profits. This makes the activity of cassava, despite the existence of some difficulties, profitable to the producer.

Keywords: Benefits, Cooperatives, Farmers Cassava.

1.  INTRODUÇÃO

O cooperativismo é uma das formas de cooperação mais utilizadas no decorrer dos anos e é responsável por muitos casos de sucesso. As cooperativas são sociedades sem fins lucrativos e quase sempre se dão pela união de pessoas para alcançar objetivos que, individualmente, seriam muito mais difíceis ou mesmo possíveis de se alcançar.

O cooperativismo é o tema deste estudo de caso. A necessidade de delimitar esse tema conduziu à seguinte definição do assunto: COOPAMIDO - cooperativa dos produtores de amido de mandioca na cidade de Laje - Bahia: Limites e Possibilidades. O problema da pesquisa questiona: Como o cooperativismo promovido pela COOPAMIDO proporciona benefícios para os pequenos produtores de mandioca na Região da cidade de Laje - Bahia?

Neste trabalho, tem-se como objetivo geral analisar os principais benefícios proporcionados pelo cooperativismo aos produtores de mandioca da região da cidade de Laje - Bahia. Como objetivos específicos, pretende-se: analisar o poder de negociação do produtor, tanto no momento da venda da produção quanto na aquisição de insumos, através da realização da compra e venda conjunta; analisar melhorias na qualidade da produção da mandioca através do uso da tecnologia no processo de produção; mostrar o acesso ao crédito rural; verificar os benefícios possíveis com a assistência técnica especializada, possibilitada devido ao processo de cooperação entre produtores; mostrar como é possível, através de ações cooperativistas, a diminuição dos custos de produção e consequentemente a obtenção de maior lucratividade; mostrar a distribuição de renda por trabalho formal e produtividade.

Assim, justifica-se a escolha da Cooperativa dos Produtores de Amido de Mandioca (Coopamido), junto a Administradora do complexo agroindustrial ALIANÇA COOPERATIVA DO AMIDO nascida com o intuito de integrar e harmonizar sistemas dos setores primário, secundário e terciário de forma a criar sinergia na Cadeia Produtiva da Mandioca para produção de amidos. A pesquisa deu-se devido à importância e contribuição do projeto da COOPAMIDO que implica no desenvolvimento não só econômico, mas também social, da população rural da região, ajudando a fixar às famílias no campo, unindo alta tecnologia a agricultura familiar na produção do amido (fécula).

Com este estudo, propõe – se ampliar o conhecimento acerca do cooperativismo. Neste sentido, pode servir para orientar novos empreendimentos do ramo ou mesmo para a formação de gestores e administradores de cooperativa, cooperados, pesquisadores e profissionais liberais que queiram se organizar em cooperativa.

2.  O COOPERATIVISMO

O cooperativismo é uma forma de cooperação mútua que vem sendo utilizada desde os primórdios da civilização, é uma associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida (OCB, 2012).

De acordo com a Lei nº. 5.764/71, que define a Política Nacional do Cooperativismo e institui o sistema das sociedades cooperativas: “Cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados”.

Conforme Hartung (2010), o cooperativismo é uma doutrina, um sistema, um movimento ou simplesmente uma atitude ou disposição. Este autor considera as cooperativas como uma forma ideal de organização das atividades socioeconômicas da humanidade.

Segundo Crúzio (2007), cooperativismo é a união de trabalhadores ou profissionais diversos, que se associam por iniciativa própria, sendo livre o ingresso de pessoas, desde que os interesses individuais em produzir, comercializar ou prestar um serviço não sejam conflitantes com os objetivos gerais da cooperativa. 

Na concepção de Galwlak (2005, p. 21), a cultura cooperativista busca desenvolver a capacidade intelectual das pessoas de forma criativa, inteligente, justa e harmônica, visando a sua melhora continua, com seus princípios buscando, pelo resultado econômico, o desenvolvimento social.

As cooperativas podem ser segundo Crúzio (2007):

  • Cooperativas de serviços comunitários – grupos de trabalhadores que prestam serviços de limpeza, transporte urbano, telefonia, eletrificação rural etc.;
  • Cooperativas de consumo – compra e venda de produtos duráveis e/ou de primeira necessidade;
  • Cooperativas de Trabalho – formadas por profissionais faxineiras, estivadores, seguranças, técnicos diversos etc., oferecem seus serviços através de contratos temporários junto às empresas;
  • Cooperativa de mineração – formadas por mineradores;
  • Cooperativas Habitacionais – formadas por pessoas físicas a fim de realizar atividades envolvidas na construção de residências para uso próprio;
  • Cooperativa de produção – formadas por indústrias ou empresas para unir fabricantes de bens;
  • Cooperativas educacionais – formadas por pais de alunos, objetivando oferecer serviços educacionais aos filhos;
  • Cooperativas de crédito – formadas por poupadores e tomadores de recursos financeiros, a fim de obterem condições melhores do que as oferecidas pelo mercado;
  • Cooperativas especiais – Formadas por pessoas que precisam ser tuteladas.

 

De acordo com Alves (2002, p.72) existem ainda as cooperativas ecológicas que cabem responder pelo relacionamento das cidades com seu entorno, pelas características das florestas, mananciais, passando pelos parques, praças e jardins públicos.

Por últimas, Cooperativas agropecuárias e agroindustriais – formadas por produtores que atuam no campo, objetivando a comercialização da produção de seus associados, o beneficiamento e a revenda diretamente ao mercado consumidor. As cooperativas agropecuárias se dividem conforme os tipos dos produtos com os quais trabalham. Muitas são mistas, ou seja, têm mais de uma seção: a de compras em comum (para compra de insumos, adubos, sementes, instrumentos, etc.) e a de vendas em comum (venda dos produtos dos cooperados). Este que é o tipo de cooperativa a ser analisada por esta pesquisa (CRÚZIO, 2007).

[1] Possui graduação em Administração pela Universidade do Estado da Bahia(2012). Atualmente é Consultor , parceiro do SEBRAE-BA no Projeto Negocio a Negocio e Técnico Universitário na UNEB . Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração de Empresas.

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