CONVICÇÃO, PERSEVERANÇA E PERSISTÊNCIA
Por SILNEY DE SOUZA | 23/08/2010 | ReligiãoConta a história que Sócrates aguardava em seu cárcere o momento da sua execução quando foi surpreendido pelos seus seguidores que corrompendo os sentinelas conseguiram chegar até ele com intuito de libertá-lo.
"Vamos conosco Sócrates. Estamos aqui para levá-lo conosco. Eles vão acabar com você."
Para surpresa daqueles que tentavam libertá-lo, disse Sócrates levantando
a pele flácida que revestia suas mãos: Eles querem acabar com isso? Isso
não é Sócrates!
Foi então que seus discípulos compreenderam que Sócrates referia-se a sua verdadeira essência, a vida futura e ao seu espírito que jamais
conseguiriam aniquilar.
Contam-nos os livros da época da inquisição que Jan Huss, que atacou e
ironizou os perdões, indulgências, absolvições, peregrinações, cultos de
santos, etc. morreu na fogueira. Huss sustentava que o perdão dos pecados só poderia ser obtido por contrição e penitência sincera, e nunca por dinheiro; que nem o Papa, nem qualquer sacerdote, poderiam levantar a
espada em nome da Igreja; que a infalibilidade do Papa era uma blasfêmia.
Condenado injustamente morreu na fogueira como herege, cantando hinos
religiosos. Em seus últimos momentos Huss (que em tcheco quer dizer ganso ou pato) teria proferido a seguinte frase: "Hoje vós assais um pato, mas dia virá em que o cisne de luz voará tão alto, que as vossas labaredas não mais alcançarão." Séculos depois Jan Huss volta como Allan Kardec..
Kardec não teve o mesmo fim, embora seus livros tenham sido queimados no evento denominado "Ato de fé de Barcelona".
Exemplos de fé na vida futura e de convicção não nos faltam. O mestre Jesus em seu momento derradeiro disse: "Perdoai-os Pai, pois eles não sabem o que fazem".
Todos eles tiveram a chance de voltar atrás e de negar as suas convicções
frente às ameaças que foram vítimas.
No entanto, apesar de pagarem com sua própria vida, não hesitaram, nem
tampouco vacilaram em suas convicções, dando-nos um exemplo de coragem e de fé. Fé na vida futura.
Guardadas as devidas proporçoes, quantas vezes nos deparamos em nossas vidas com situacoes onde nos sentimos com a responsabilidade de defendermos nossos pontos de vista, nossas crenças, nem que com isso tenhamos que contrariar a grande maioria?
Quantas não são aquelas situações onde relacionamentos, bens materiais, amizades, projetos, grupos de trabalho sao descontinuados, perdidos por defendermos as nossas crencas, por não voltarmos atras convictos de nossa responsabilidade, de nossa missao? Muitos chamariam ou classificariam tal comportamento como teimosia. Não é o caso aqui.
E como é bom vermos o tempo demonstrando a todos os bons frutos resultantes do trabalho árduo e das convicções sinceras; o retorno daqueles que inicialmente não acreditavam em nós.
Sejamos pois todos benvindos na Seara do Pai!
Reflitamos!!!!