CONTOS DA DELEGACIA BRASIL

Por Antonio Brás Constante | 16/01/2009 | Contos

CONTOS DA DELEGACIA BRASIL

(Autor: Antonio Brás Constante)

 

-         Alô? Aqui é da Delegacia Brasil, policial Farrapos falando.

 

-         Socorro! Ladrões estão tentando arrombar a minha casa.

 

-         Nossa, que horror. Acabei de atender outro cidadão que tinha o mesmo problema da senhora. Que mundo violento...

 

-         Olha, preciso de uma viatura aqui e agora!

 

-         Infelizmente não posso lhe ajudar. É que a única viatura que temos está estragada. E mesmo que funcionasse, faz tempo que o tanque dela está vazio. Mas o pior é que como não temos garagem aqui, a viatura tem que ficar na rua. A senhora acredita que outro dia roubaram as rodas dela? Hoje em dia não respeitam nem a policia...

 

-         O senhor tem que me ajudar! Mande os policiais de táxi então. Eu pago.

 

-         Mandaria, se houvesse outros policiais, mas com os cortes públicos na área de segurança, eu sou o único policial de plantão aqui hoje aqui. E se abandonar meu posto, quem vai atender as ocorrências?

 

-         Mas, o que eu faço então?

 

-         A senhora já tentou acender a luz e fazer barulho? Muitos meliantes fogem quando percebem que tem pessoas em casa. Ou tente negociar com eles, quem sabe se a senhora der alguma colaboração, eles não desistem do assalto?

 

-         O senhor é um louco?! Vou negociar com eles sim. E dizer para irem até aí, assaltar o senhor e levarem a sua arma, Que pelo visto não serve para nada mesmo.

 

-         A única arma que eu tinha, doei para a campanha do desarmamento, pois estava enferrujada e sem munição. Com esta atitude espero estar fazendo a minha parte para um mundo menos violento. Se lhe serve de consolo, alguns meliantes já vieram aqui e levaram tudo que tinha na delegacia. Só sobrou um banquinho que trouxe de casa, e este telefone velho, que de tão velho foi deixado para trás.

 

-         Ao menos então anote a ocorrência, para que eu possa acionar o seguro depois.

 

-         Como lhe disse antes, aqui não tem nada além do banquinho e do telefone. Não tenho caneta, minha senhora. E o único papel que eu tinha, tive que utilizar em uma emergência estomacal, lá no banheiro.

 

-         Meu Deus! Eles entraram! Alô? Alô? Policial?

 

-         [Esta é uma gravação, o telefone para o qual ligou, acaba de ser cortado por falta de pagamento. ‘CLICK’]

 

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