Conto apenas com os olhares que vejo
Por Minéia Gomes | 02/02/2009 | PoesiasConto apenas com os olhares que vejo
Vejo momentos nobres
Vejo indecências
Vejo inocências
Nada vejo
Conto apenas com essa intuição maldita
Que nos renova com suas percepções sem nexo
Que apesar de inúmeros protestos meus
São as únicas certezas a teu respeito
No peito uma certa comoção de algumas e inúmeras questões
Ainda não encontradas nem de um lado ou de outro
Respostas ainda não construídas ou meros momentos de clareza
E cruel franqueza
Conto os números, conto as horas
Conto os meses e as demoras
De uma certeza ainda meio frágil, meio sem esteio
Mas de um coração de certa forma sincero
Nada posso esperar de mim mesma
A não ser um paradoxo extremo entre a crença e a incredulidade
Um desejo ardente de ter os olhos fechados
E uma cruel luta para enxergar no escuro.
Nada pode ser feito a respeito
A não ser a indecente e fria espera.