Construindo uma terceira via; nem direita, nem esquerda
Por José Roberto Feltrin | 23/04/2015 | PolíticaConstruindo uma terceira via; nem direita, nem esquerda
Roberto Feltrin
É uma ilusão imaginar que as teses e programas dos partidos de direita agradam a maioria do eleitorado brasileiro. O receituário do neoliberalismo que defende a privatização das empresas públicas; que corta gastos sociais para atingir um equilíbrio fiscal; que apregoa o fim do chamado Estado de Bem-Estar Social e faz a apologia do Estado Mínimo com gastos enxutos, não atende às demandas para manter os direitos conquistados pela sociedade nas ultimas décadas.
Por outro lado, a queda da popularidade do Partido dos Trabalhadores decorre mais do não cumprimento do prometido do que propriamente das questões ideológicas de esquerda. A escolha conservadora do Ministro Joaquim Levy e Kátia Abreu e a opção pelo ajuste fiscal que afetam as políticas sociais são as mais prováveis causas do enfraquecimento do governo da presidente Dilma Rousseff.
O PT falhou nos seguintes temas: adotou o modelo de governabilidade baseado em concessões ao grande capital; não avançou na reforma agraria e urbana; não negociou a divida publica interna e externa com os banqueiros; não cumpriu a promessa de diminuição na carga tributária; não conseguiu aprovar a taxação das grandes fortunas; não se moveu contra os interesses rentistas e parasitários do capital financeiro internacional e as suas políticas neoliberais. Fez e faz vista grossa para a sonegação fiscal das grandes empresas nacionais e multinacionais e o envio ilegal de grandes somas de recursos para fora do país. Ademais disto, não conseguiu a recuperação do parque industrial nacional com o proposito de geração de empregos e superávit na balança comercial, além de se acovardar sobre a regulação dos meios de comunicação bem como sobre a democratização da informação.
Conforme abordamos, a omissão dos políticos e técnicos do Partido dos Trabalhadores mina os investimentos necessários à educação, saúde, geração de empregos, segurança, mobilidade urbana e ao desenvolvimento econômico com redistribuição de renda e inclusão social. Enfraquece ainda a defesa de nossos recursos naturais e fontes de energia que garantam uma perspectiva de um futuro confiável para as futuras gerações que vivem na nação brasileira.
É simples assim, o eleitor não está preocupado com questões ideológicas, ele entende que pode decidir as disputas eleitorais e não cede à pressão da mídia, como vimos na ultima eleição. O eleitor já percebeu que a grande mídia sempre defende os interesses da elite econômica. O cidadão menos favorecido é maioria e está mais consciente e pretende avançar e consolidar suas conquistas. Ganha o politico que entender estas mudanças.