Constituição do Sujeito

Por Emanuely Zelir Pereira da Silva | 25/09/2016 | Psicologia

RESUMO

O presente artigo teve por objetivo, entender o processo de “Constituição do Sujeito” nos primeiros anos de vida da criança. Portanto para a realização da pesquisa, utilizamos como referincial teórico: Françoise Dolto. A autora trabalhou com análise de crianças e desenvolveu estudos relacionados ao tema.  O artigo é uma revisão de literatura das obras da autora, com especifidade no processo de subjetivação. Verficou-se que a “Costituição do sujeito” passa por diversos processos e que os mesmos dependem da interação com o outro, ou seja, com o cuidador. A relação entre mãe e bebê (díade), é uma relação fudamental para o desenvolvimento nos primeiros anos de vida. O vínculo entre a mãe e o bebê assentará as bases para o desenvolvimento saudável das capacidades inatas do indivíduo.

Palavras-chave: Constituição do sujeito, Processo de subjetivação, Sujeito, Cuidador.

  1. INTRODUÇÃO

Compreender o sujeito, no que diz respeito a sua constituição, seu processo de subjetivação não é uma tarefa fácil! Cada qual possui sua subjetividade e esta é constituída segundo Bock (2002), pelo mundo de ideias e emoções contruídos internamente pelo sujeito, a partir do meio onde o mesmo está inserido. Portanto entender o sujeito é entender suas relações, é entender o meio onde ele está inserido, é levar em conta sua cultura e acima de tudo avaliá-lo como um ser social.

Françoise Dolto dedicou seus estudos a análise com crianças,  dando grande importância para a dinâmica familiar. Dolto acredita que é na relação com o outro que o sujeito se humaniza, sendo assim, valoriza a relação diática com a mãe, ou de quem exerce a função materna.

A partir destes pressupostos teóricos e da importância do tema para a sociedade, pretende-se compreender o processo de “Constituição do Sujeito”, considerando a investigação do seguinte problema de pesquisa: como ocorre o processo de constituição do sujeito nos primeiros anos de vida?

  1. METODOLOGIA

 

Foi realizada uma pesquisa de revisão de literatura das obras de Françoise Dolto. A revisão de literatura ou revisão bibliográfica teria então dois propósitos: “a construção de uma contextualização para o problema e a análise das possibilidades presentes na literatura consultada para a concepção do referencial teórico da pesquisa” (Alvesmazzotti, 2002, p.2). A revisão de literatura realizada foi a ‘Revisão de literatura na modalidade Narrativa”. O presente estudo foi realizado através de levantamento bibliográfico relacionados ao tema: Constituição do Sujeito. Procurou-se estudos sobre a “Constituição do Sujeito”, segundo a conceito atribuído por Françoise Dolto.

  1. A cONSTITUIÇÃO DO SUJEITO

 

Pensar em “Constituição do Sujeito” é pensar em relações. O homem ao nascer, ele e reage a estímulos. E através dos estímulos o homem nos primeiros dias de vida, vai reagindo ao meio. Por exemplo, uma criança quando está com fome, ela chora, como sinal de que algo está errado. Neste primeiro momento ela não sabe expressar com palavras seu desejo de se alimentar, porém através de seu comportamento “o choro”, a mãe consegue deduzir sua necessidade.  Podemos através deste simples exemplo perceber que o homem ele necessita do outro para se desenvolver. Precisa primeiramente de um cuidador, este desempenhando o papel do cuidado e para além disso torna-se um objeto desejante, assim estabelecendo relações sociais.

3.1 A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO SEGUNDO françoise dolto

Dolto, psicanalista, dedica seus estudos a especificidade do bebê, do infans. Estudou como o processo de subjetivação se desenvolve, buscou em sujeitos singulares as fontes de um saber. O convívio social, a forma como as relações se estabelecem, desperta-me curiosidade e um olhar mais atencioso. Por este motivo estudar as obras de Dolto, dialogar com a autora, é motivo de grande satisfação.

Segundo Dolto, o bebê ou o pequeno humano é um prematuro, sozinho ele não tem meios de subjetivação, ele está em absoluta dependência dos pais ou de quem assume o papel dos mesmos, ele é um ser que se manifesta por desejos. Portanto, olhar o sujeito, não significa apenas olhar o que está diante dos nossos olhos, olhar o corpo que se vê; mas olhar o sujeito é olhar sua genealogia, é dar importância a atividade construtiva que o sujeito estabelece com o outro, é olhar o sujeito em sua desejância. A imagem inconsciente do corpo, aquilo do que se constitui a subjetivação é tomada na relação original com o Outro, com o corpo do outro. É nessa relação que o sujeito se humaniza, o corpo é uma construção simbólica. Dolto, assim como Winnicott, ressalta que a imagem do corpo ela se constitui a partir da díade, da relação entre mãe e filho, valoriza-se a figura materna ou quem exerce a função da mesma.

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