CONSIDERAÇÕES SOBRE O ALUNO DO EJA
Por Mitzi Araujo | 05/11/2009 | EducaçãoD'arc Mª Lisboa Brandão[1]
Mitzi Vidal Araújo[2]
Ao revisitarmos o contexto histórico da EJA , verificamos queo seu surgimento possui raiz no ano de 1990 na V Conferência de Educação de Adultos, em foi destacado a importância do ensino para Jovens e Adultos, tendo como ênfase o direito e respeito as pessoas que não tiveram a oportunidade de concluírem o ensino regular.
Com o intuito de buscar e aplicar uma nova perspectiva os alunos da Educação de Jovens e Adultos, é preciso que o educador seja munido de elementos que atendam as necessidades especificas dessa clientela, pois ouvir e conhecer a realidade do aluno são pontos cruciais para o docente que irá atuar nessa área.
O aluno da EJA traz consigo uma bagagem de experiências que envolve conhecimentos e saberes vividos ao longo dos anos, e ainda sua própria leitura de mundo. A atenção dos educadores deve aproveitar esse conhecimento experenciado para valorizar as atividades do cotidiano, estabelecendo relação entre o senso comum e a ciência.
Se nós educadores valorizarmos a sabedoria dos alunos e estabelecermos analogias e ligações com a realidade deles, vai facilitar em muito o processo de aprendizagem, ao mesmo tempo em que os estudantes vão se sentir menos tímidos, rompendo assim o desconforto de estar aprendendo tardiamente. (NOGEUIRA s/d).
Segundo Nóvoa (1997, p.26): "A troca de experiências e a partilha de saberes consolidam espaços de formação mútua, nos quais cada professor é chamado a desempenhar, simultaneamente, o papel de formador e de formando".
Buscando a perspectiva legal do ensino da EJA no Brasil temos que este é direito público subjetivo face ao ensino fundamental, de todos os jovens a partir dos 15 anos, adultos e idosos, a seu critério. A Lei nº 9.394/96, em seu Art. 5ºdetermina o levantamento da população em idade escolar para o ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso (art. 5º, § 1º , I) e fazer-lhes a chamada pública (art. 5º § 1º , II), como responsabilidade dos Estados e Municípios, com a assistência da União.
Assim nos pautamos na lei que hoje rege a educação no Brasil, para assegurar ao cidadão que por um motivo ou outro não teve a oportunidade de concretizar seus estudos e a postura do educador frente a essa clientela é a de prezar pela permanência.
Tomazzi e Costa (2007) enfatizam que a permanência do adulto em sala de aula só se efetiva quando ele percebe que há uma cumplicidade entre ele e o educador. Em geral, ele só vê sentido em continuar na escola quando acha que está aprendendo alguma coisa, ou mesmo quando a sala de aula é um lugar no qual ele sente bem, se sente acolhido. Caso contrário, não há qualquer motivo que prenda à escola, pois, diferentemente das crianças não há um responsável que o obrigue a freqüentar as aulas.
Essa breve reflexão nos mostra que devemos conhecer o sujeito-aluno que compõe a Educação de Jovens e Adultos, uma vez que devemos considerá-lo como centro do processo aprendizagem, buscando descobrir e valorizar a riqueza das experiências que cada aluno trazpara a sala de aula e a partir disso iniciar os trabalhos de maneira significativa.
Como contribuição, insistimos em discussões que busquem escolas para jovens e adultos que possa se alimentar do antigo legado deixado pela educação popular. Uma escola que pense a realidade da sua comunidade, visando à integraçãoe a valorização da cultura.
BIBLIOGRAFIAS:
BRASIL, Lei n. 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil, Brasília, 23/12/1996.
__________, Elementos para uma avaliação diagnóstica de níveis e conteúdosde alfabetismo adulto: contribuição para a ação pedagógica. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Fundamental, 1997.
NÓVOA, Antonio. (coord). Os professores e sua formação. Lisboa-Portugal, Dom Quixote, 1997.
http://www.portaleducacao.com.br/ensinando/principal/conteudo.asp?id=3731- acesso em 05/11/2009 às 11:16.
TAMAROZZI, Edna; COSTA, Renato Pontes. Fundamentos Metodológicos em EJA II. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2007.
[1] Pedagogia - Pós graduação em Educação Inclusiva - Professora de apoio das Séries Iniciais/ CBAC.
[2] Pedagogia - Pós graduação em Educação Infantil - Coordenadora Pedagógica.