CONSIDERAÇÕES SOBRE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Por alessandra aparecida avelino dos santos custodio | 05/09/2022 | EducaçãoALESSANDRA APARECIDA AVELINO DOS SANTOS CUSTÓDIO DA SILVA
CONSIDERAÇÕES SOBRE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
É de extrema importância que seja assegurado à criança o tempo e os espaços para que aulas diversificadas sejam realizadas, onde o conteúdo seja vivenciado com total intensidade, sendo capaz de formar a base sólida para a criatividade e a participação cultural e, sobretudo, para o exercício do prazer de viver. A aprendizagem deve ser, como diz a canção, uma experiência rica e significativa, permitindo que as crianças se conectem com o mundo ao seu redor, como afirma Marcelino (1996, p. 38). Essa vivência intensificada do conhecimento não apenas contribui para o desenvolvimento cognitivo das crianças, mas também para a formação de indivíduos mais criativos e participativos.
A pesquisa que apresentamos possui como eixo principal o trabalho da escola, que utiliza diversas ferramentas ao longo de todo o processo de ensino e aprendizagem da alfabetização e letramento da criança. Nesse sentido, a aprendizagem de forma lúdica é um assunto que tem conquistado cada vez mais espaço no panorama educacional. Por meio de jogos e brincadeiras, a criança é direcionada a um mundo letrado, repleto de oportunidades para se tornar alfabetizada e desenvolver habilidades essenciais que acompanharão sua formação ao longo da vida. Essa abordagem não apenas torna o aprendizado mais prazeroso, mas também promove um ambiente onde a curiosidade e a vontade de aprender são estimuladas.
Nesse contexto, é necessário reconhecer a escola como um espaço de diversidades e experiências, onde as crianças podem viver a ludicidade diariamente. Esse ambiente escolar deve ser um lugar onde se fomente a atenção, a criatividade e o raciocínio, promovendo uma aprendizagem significativa rumo à alfabetização. É através da ludicidade que os alunos conseguem se conectar de maneira mais profunda com os conteúdos abordados, tornando o aprendizado mais relevante e duradouro. Assim, as aulas de alfabetização e letramento atualmente ocupam grandes discussões, pois a preocupação em tornar o aluno letrado e alfabetizado é um objetivo primordial da unidade escolar e dos professores, que devem se empenhar para que isso ocorra de maneira eficaz e envolvente.
Entretanto, tudo isso só será possível se houver um professor comprometido com o ensino e capacitado para realizar uma mediação de qualidade. O papel do educador é crucial, pois ele é o responsável por adaptar as metodologias às necessidades de seus alunos, garantindo que todos possam desfrutar dos métodos e da ludicidade das atividades propostas. Essa mediação deve ser pautada em uma relação acolhedora entre professor e aluno, que favoreça a confiança e o diálogo. Somente com um planejamento adequado e uma organização do trabalho pedagógico que considere as singularidades de cada estudante, será possível promover uma aprendizagem significativa.
Portanto, ao trabalharmos o processo de alfabetização e letramento de forma lúdica, buscamos mediar o conhecimento de maneira que os alunos não apenas absorvam informações, mas também as compreendam e as apliquem em suas vidas. Para tanto, a presente pesquisa foi realizada com base em uma revisão bibliográfica com o objetivo de demonstrar a importância desse processo e como ele pode ser realizado de maneira lúdica. A pesquisa procura enfatizar que, ao incorporar elementos lúdicos no ensino, estamos contribuindo para a formação de cidadãos mais críticos, criativos e aptos a enfrentar os desafios do mundo contemporâneo, uma vez que a ludicidade é uma ponte que conecta a teoria à prática, facilitando a construção de saberes de forma prazerosa e efetiva.
De acordo com Ferreiro (2003),
Alfabetização tem início bem cedo e não termina nunca. Nós não somos igualmente alfabetizados para qualquer situação de uso da língua escrita. Temos a facilidade de lermos determinados textos e evitamos outros. O conceito também muda de acordo com as épocas, as culturas e a chegada da tecnologia. (FERREIRO, 2003, p. 14).
Segundo Leal, Mendonça, Morais e Lima, no fascículo 5 do Pró-Letramento de Alfabetização e Linguagem (2008, p. 6), afirmam que “entende-se alfabetização como o processo de apropriação do sistema alfabético de escrita e letramento como o processo de inserção e participação na cultura escrita”.
Assim, é necessário e deveria ser papel da escola oferecer aos alunos, desde os primeiros anos de escolarização, diversas oportunidades de atividades, contatos com a leitura, amostras de escrita e figuras, bem como envolvimentos com brinquedos e materiais. Essas experiências devem ser “revestidas de significado, nas quais se busca a interação com o outro” (LEAL, MENDONÇA, MORAIS e LIMA, 2008, p. 6). A interação social e o trabalho colaborativo são fundamentais nesse contexto, pois promovem não apenas a aprendizagem individual, mas também a construção de um ambiente escolar onde as crianças se sentem valorizadas e motivadas a explorar o conhecimento. Através do contato com diferentes materiais e formatos de leitura, os alunos têm a oportunidade de desenvolver sua curiosidade e criatividade, essenciais para um aprendizado significativo.
Dessa forma, o professor precisa promover tanto a apropriação do Sistema de Escrita Alfabética quanto práticas de leitura, escrita e oralidade significativas, na alfabetização e no ensino da língua materna, de forma lúdica. É essencial que o educador atue como mediador nesse processo, criando um ambiente de aprendizagem que estimule a exploração e o uso da linguagem em suas diversas formas. A ludicidade deve estar presente nas atividades, pois torna o aprendizado mais atraente e eficaz, permitindo que os alunos se sintam mais à vontade para experimentar e se engajar com o conteúdo. Essa abordagem não só facilita a aquisição de habilidades linguísticas, mas também promove a formação de um leitor crítico e reflexivo, capaz de relacionar a leitura com sua realidade e contexto social.
Os autores enfatizam uma proposta de “alfabetizar letrando”, trazendo uma ideia ampla que vai além da mera decodificação de palavras. Essa proposta determina, para qualquer ação pedagógica no campo da alfabetização, a importância da noção de práticas de letramento. Assim, o ato de ler e escrever deve ser visto como um processo integral, onde os alunos não apenas aprendem a reconhecer letras e palavras, mas também se familiarizam com diferentes gêneros textuais, contextos e finalidades da escrita. Essa visão amplia a concepção de alfabetização, integrando-a ao desenvolvimento de competências e habilidades que são indispensáveis para a formação de cidadãos conscientes e participativos na sociedade.
Ademais, as práticas de letramento envolvem não só o domínio das habilidades técnicas, mas também a compreensão do valor social e cultural da leitura e da escrita. Isso implica que o professor deve promover atividades que conectem o conhecimento adquirido na escola com a vida fora dela, possibilitando que os alunos percebam a relevância da leitura e da escrita em diversas situações do cotidiano. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio de projetos interdisciplinares que integrem a linguagem com outras áreas do conhecimento, como história, ciências e artes. A interligação entre diferentes saberes enriquece o aprendizado e permite que os alunos desenvolvam uma visão mais holística do mundo.
Em síntese, ao se comprometer com a proposta de alfabetizar letrando, o educador assume um papel crucial na formação de indivíduos não apenas alfabetizados, mas também letrados e críticos. Portanto, a escola deve ser um espaço onde a diversidade de experiências educativas seja garantida, possibilitando que cada aluno se torne um agente ativo de sua própria aprendizagem. A construção de um currículo que valorize as práticas de letramento e a ludicidade na alfabetização é fundamental para que os alunos se tornem proficientes no uso da linguagem, prontos para enfrentar os desafios da vida contemporânea e contribuir positivamente para a sociedade.
Ao mesmo tempo em que a criança se familiariza com o Sistema de Escrita Alfabética, para que ela venha a compreendê-lo e a usá-lo com desenvoltura, ela já participa, na escola, de práticas de leitura e escrita, ou seja, ainda começando a ser alfabetizada, ela já pode (e deve!) ler e escrever, mesmo que não domine as particularidades de funcionamento da escrita. Na verdade, hoje não se pretende mais que o aluno primeiro se alfabetize e, só depois de “pronto”, possa usar a escrita para ler e escrever, e formular hipóteses sobre a organização do sistema de escrita alfabética; espera-se que os dois processos ocorram simultânea e complementarmente. (LEAL, MENDONÇA, MORAIS e LIMA, 2008, p. 6).
A escola, por sua vez, precisa reconhecer que possui uma função essencial na vida dos alunos desde a primeira infância. Essa função inclui orientar de forma sistemática, metódica e planejada os processos de alfabetização e letramento, organizando o tempo escolar de maneira a favorecer a apropriação formal do sistema alfabético e das práticas letradas. Esse reconhecimento implica em entender que a educação não se limita à mera transmissão de conteúdos, mas envolve a criação de um ambiente propício ao desenvolvimento integral da criança, onde ela possa explorar, experimentar e expressar suas ideias livremente.
É papel do professor incentivar os alunos, e a motivação pelo prazer deve ser o princípio de tudo nesse processo de alfabetização. O ambiente escolar deve ser acolhedor e estimulante, proporcionando experiências significativas que despertem a curiosidade e o interesse dos alunos. Quando as crianças são motivadas, elas se envolvem mais facilmente nas atividades, tornando-se participantes ativas do seu próprio aprendizado. Essa disposição para aprender é fundamental, pois a motivação intrínseca gera um ciclo positivo, onde o prazer em aprender se transforma em um desejo constante de explorar novos conhecimentos.
A alfabetização, portanto, é um processo que vai muito além da decodificação de palavras e da memorização de símbolos. Ela requer um conjunto complexo de estruturas de pensamento e habilidades psicomotoras, que possibilitam a compreensão da natureza conceitual e das formas de representação gráfica da linguagem. Isso significa que a alfabetização envolve o desenvolvimento de competências cognitivas, sociais e emocionais, permitindo que a criança não apenas reconheça letras e palavras, mas também as utilize para se comunicar, expressar seus pensamentos e construir significados.
Ademais, a alfabetização deve ser vista como um processo dinâmico e contínuo, que se estende por toda a vida. A criança precisa ter a oportunidade de interagir com diferentes gêneros textuais, que vão além dos livros didáticos. Revistas, quadrinhos, internet e outros materiais escritos são essenciais para enriquecer o repertório letrado dos alunos. Ao proporcionar uma variedade de experiências de leitura e escrita, a escola contribui para que as crianças desenvolvam um olhar crítico sobre os textos, aprendendo a fazer escolhas conscientes e reflexivas sobre o que consomem e produzem.
A articulação entre leitura e escrita também é crucial. O desenvolvimento da escrita deve acompanhar o processo de leitura, permitindo que as crianças expressem suas ideias e compreendam a estrutura e a função dos textos que consomem. Ao escrever, elas têm a oportunidade de organizar seus pensamentos, refletir sobre o que aprenderam e comunicar suas emoções. Esse movimento entre ler e escrever é fundamental para o letramento efetivo, ajudando a consolidar a alfabetização de forma mais ampla e significativa.
Por fim, é importante ressaltar que a colaboração entre educadores, famílias e a comunidade é vital para o sucesso desse processo. A escola deve atuar em parceria com as famílias, buscando envolver os pais na educação dos filhos e incentivando práticas de leitura em casa. Além disso, a comunidade pode ser uma fonte rica de recursos e experiências que complementam a educação formal, promovendo uma abordagem mais holística para o desenvolvimento da criança. Assim, ao reconhecer sua responsabilidade e função dentro desse contexto, a escola contribui para a formação de cidadãos letrados e críticos, preparados para participar ativamente da sociedade.
Na fase de alfabetização, aprender pode ser uma maravilhosa aventura, onde a criança se lança num mundo mágico desempenhando atividades com seriedade e motivação. O professor precisa se preocupar com a preservação dessas atitudes, estimulando o aluno à curiosidade, pois esta é a melhor forma de promover a aprendizagem. O conhecimento em sala de aula é construído desde a primeira infância, interagindo com o meio e com os objetos que o cercam, possibilitando experiências e vivências mediadas pelo professor, cujo conhecimento carrega características que se vão transformando ao longo do desenvolvimento.
De acordo com Barbato (2008, p. 21), a importância da inserção de atividades lúdicas como suporte para a aprendizagem:
As crianças de 6 anos constroem seu conhecimento, utilizando procedimentos lúdicos como suporte para a aprendizagem. O lúdico não se refere somente às brincadeiras livres, como as do recreio, ou planejadas como as elaboradas por professores com fins didáticos; ele é utilizado como suporte pelas crianças: a imaginação é um processo que possibilita a construção do conhecimento de forma diferenciada e é um instrumento de aprendizagem das crianças menores. (BARBATO, 2008, p.21).
Além da forma acadêmica de aprendizagem, a escola oportuniza às crianças fazerem novas amizades, expandirem conhecimentos da vida social, brincarem, levando-os a integrarem-se com os outros. A autora por sua vez afirma como processo de aprendizado, a comunicação com o outro, a conversa entre alunos e até mesmo o falar sozinho por parte das crianças, criando e vivendo personagens e ainda enfatiza a aprendizagem como:
Processo pelo qual nos modificamos a partir de nossas experiências. A aprendizagem depende das condições históricas e sociais do tipo de conhecimento e das relações entre quem ensina, quem aprende e o conhecimento. As mudanças no modo de conhecer e agir sobre o mundo ocorrem em situações objetivas e com a mediação das pessoas que convivem com a criança na escola, na família, na comunidade. (BARBATO, 2008, p. 14).
A alfabetização e o letramento têm como processo diversos conhecimentos para que haja de fato a aquisição de saberes sistematizados na vida da criança, sendo um processo que envolve concentração da atenção em operações cognitivas, ordenação, síntese, composição e decomposição, classificação, memorização, resolução de problemas e situações-problemas.
Ainda de acordo com a autora, a criança durante a fase de alfabetização é ativa, tendo relação com o ambiente, cuja relação depende do desenvolvimento da memória, da atenção, do raciocínio, da percepção, da linguagem e do pensamento, da emoção e do sentimento, do movimento.
De acordo com Ferreiro (2004), o processo de alfabetização deve ser iniciado a partir da valorização do conhecimento da língua que o aluno traz consigo, de experiências do convívio com familiares e amigos. Para a autora, o aluno não vem para a escola sem saber de nada, ele traz consigo um aprendizado importante que deve ser valorizado, aprimorado e contextualizado para promover condições favoráveis as suas necessidades cotidianas.
A autora também afirma que o aluno deve sempre ser estimulado pela escola, sendo que é através da estimulação e das atividades lúdicas certas que acontece o aprendizado significativo, promovendo metodologias com resultados satisfatórios. É de extrema relevância colocar a criança em situações de aprendizagem, onde possa utilizar suas próprias elaborações sobre a linguagem, ou seja, integrar o conhecimento espontâneo da criança ao ensino, dando-lhe maior significado.
Por sua vez, Soares (2003, p. 91) observa que temos a tendência de descrever a alfabetização segundo o seu sentido próprio, sendo a aquisição da tecnologia da escrita: “o processo pelo qual se adquire o domínio de um código das habilidades de utilizá-los para ler e para escrever, ou seja: o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita”.
Já Freire (1983, p. 72), defende que “alfabetizar tem objetivo tríade: tematizar o mundo, dialogar sobre o mundo e transformar o mundo”. O autor ainda diz que alfabetizar ou letrar é:
Mais que o simples domínio mecânico de técnicas para escrever e ler. Com efeito, ela é o domínio dessas técnicas em termos conscientes. É entender o que se lê e escrever o que se entende. É comunicar-se graficamente. É uma incorporação. Implica não em uma memorização mecânica das sentenças, das palavras, das sílabas, desvinculadas de um universo existencial – coisas mortas ou semimortas, mas uma atitude de criação e recriação. Implica uma auto formação da qual pode resultar uma postura atuante do homem sobre o seu contexto. (FREIRE, 1983, p. 720).
A partir dessa informação é possível afirmar que a alfabetização é uma forma contextualizada com o mundo, implicando numa leitura e escrita de forma significativa.
Segundo Magda Soares em entrevista para a Revista Educação (2010) em Guia da Alfabetização, a palavra letramento começa a ser usada a partir do momento em que somente o conceito de alfabetização tornou-se obsoleto e insatisfatório, uma vez que não basta mais saber somente ler e escrever, era preciso saber fazer uso da leitura e da escrita.
Assim, letramento é definido por Soares (2010):
Como sendo o estado em que vive o indivíduo que sabe ler e escrever e exercer as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade em que vive: ler jornais, revistas, livros, saber ler e interpretar tabelas, quadros, formulários, sua carteira de trabalho, suas contas de água, luz, telefone, saber escrever e escrever cartas, bilhetes, telegramas, e-mails sem dificuldade, saber preencher um formulário, redigir um ofício, um requerimento, entre outros. A alfabetização e o letramento se somam, são complementos”. (SOARES, 2010, p. 9).
Portanto, alfabetizar significa orientar a criança para o domínio da tecnologia da escrita, enquanto letrar envolve levá-la ao exercício das práticas sociais de leitura e escrita. O essencial nesse processo é criar hábitos e desenvolver habilidades que possibilitem a leitura e a escrita de diferentes gêneros textuais. O letramento é um processo que se estende por toda a vida e em todas as áreas do conhecimento, cabendo ao professor promover o desenvolvimento dessas práticas com seus alunos, incentivando-os a ler e a escrever de forma contextualizada e significativa.
Conforme afirma Soares (2010), o processo de alfabetização implica que a criança aprenda a codificar e a decodificar, tratando-se de um sistema inventado, diferente da língua oral, que o ser humano já nasce programado para falar. Essa distinção é crucial para entender que, enquanto a oralidade é uma habilidade inata, a leitura e a escrita são aprendidas e requerem a mediação do professor. Contudo, a associação entre alfabetização e letramento não só é possível, como é necessária para garantir que a criança se aproprie de um conhecimento mais amplo e funcional sobre a língua escrita. Para isso, é fundamental que a criança utilize materiais reais e variados, como livros de literatura infantil, propagandas, folhetos e qualquer outro material que desperte seu interesse. Esse contato com a diversidade textual ajuda a construir um repertório significativo, essencial para o desenvolvimento da consciência crítica e da autonomia do aluno.
Nesse contexto, é preciso dar atenção às discussões que têm sido realizadas com frequência sobre como “alfabetizar letrando”, ou seja, como conduzir as crianças ao domínio do funcionamento da escrita alfabética (alfabetizar) e, ao mesmo tempo, como inseri-las em práticas letradas que envolvam leitura e produções de textos orais e escritos. Essa abordagem integrada é fundamental, pois permite que a alfabetização não seja vista apenas como uma habilidade técnica, mas como parte de um processo maior de inclusão social e cultural. A criança deve ter contato com a produção de textos, mesmo antes de se apropriar completamente da alfabetização, o que resulta em uma apropriação “prematura” que é considerada extremamente satisfatória. Esse contato precoce com a escrita e a leitura pode ocorrer através de diversas práticas, como contação de histórias, produção de narrativas em grupo e jogos de linguagem.
Além disso, é importante que os educadores entendam que a alfabetização não deve se restringir a um método único ou a uma abordagem tradicional. A utilização de tecnologias digitais, por exemplo, tem se mostrado uma aliada no processo de letramento, proporcionando novas formas de interação e engajamento com a leitura e a escrita. Atividades que envolvem a criação de blogs, produção de vídeos e interação em redes sociais podem contribuir significativamente para que os alunos desenvolvam habilidades críticas e criativas, essenciais no mundo contemporâneo. Assim, a inclusão de práticas de letramento digital é uma necessidade inegável nos dias atuais.
Para que esses processos sejam efetivos, o papel do professor torna-se ainda mais crucial. O educador deve estar preparado e disposto a adaptar suas práticas pedagógicas, levando em conta as particularidades de cada aluno e suas realidades sociais e culturais. É fundamental que o professor promova um ambiente de aprendizagem que valorize a curiosidade e o prazer pela descoberta. A prática reflexiva e a formação continuada são essenciais para que o educador possa se atualizar constantemente e incorporar novas metodologias que favoreçam o letramento.
Portanto, o trabalho de alfabetizar letrando requer uma abordagem holística que considere a criança como um ser ativo em seu processo de aprendizagem. A prática de leitura e escrita deve ser integrada a experiências significativas, que conectem o aprendizado escolar à vida cotidiana dos alunos. Dessa forma, a alfabetização e o letramento se tornam não apenas um objetivo a ser alcançado, mas um caminho para a formação de cidadãos críticos e participativos, que possam atuar de forma consciente em sua sociedade. É imprescindível que, ao final do processo educativo, a criança não apenas saiba ler e escrever, mas também compreenda a importância da linguagem como ferramenta de expressão e transformação social.
De acordo com a pesquisa realizada pode-se considerar que todo o processo que engloba a aquisição da linguagem escrita, a alfabetização e o letramentos são de ordem cultural, pois proporciona o aperfeiçoamento de todas as funções psicológicas. Assim, se apoderar da linguagem escrita é um direito de todos, assumindo um papel ético e político.
Para a aquisição da linguagem escrita, além de uma bagagem inicial como base para o início do trabalho, o professor detém um papel de extrema importância, onde deve compreender todas as hipóteses das crianças em relação à escrita para assim poder avaliar, problematizar, mediar e provocar condições e situações que levarão aos avanços necessários para a compreensão do sistema alfabético, levando em consideração o ritmo de cada criança.
Através da pesquisa foi possível perceber que o processo de alfabetização envolve um esforço enorme da criança e do professor e neste momento o papel do mesmo é fundamental, sendo necessário mediar planejando situações em que os alunos sejam convidados a criar e escrever variadas coisas, mesmo que de forma errônea, para que consigam perceber o erro e trabalhar no mesmo, cujo fato possibilita ao professor conhecer suas hipóteses, ou seja, perceber em que nível de alfabetização as crianças se encontram, para mediar seus métodos criando condições favoráveis para a aprendizagem.
Escrever e ler a própria escrita quando ainda não sabem ler e escrever é um desafio as crianças, pois ao tentar ler é preciso justificar para si e para os outros as escolhas que foram feitas, pois a leitura depende da interpretação daquilo que foi escrito, fazendo da alfabetização um processo que envolve análise e reflexão sobre a língua.
Então, um ambiente que propicie boas condições aliadas a estratégias lúdicas consegue proporcionar momentos de pleno e rico desenvolvimento, satisfazendo as necessidades da criança que tem muita vontade de aprender, fazendo com que as mesmas se tornem buscadoras de aprendizagem. Para finalizar, ressalta-se o importante papel que a educação infantil tem sobre a vida de uma criança, preocupando-se em desenvolver todas as suas capacidades, levando o mesmo a se envolver em todo o processo educacional.
Para a aquisição da linguagem escrita, além de uma bagagem inicial que serve como base para o início do trabalho, o professor desempenha um papel de extrema importância. É fundamental que ele compreenda todas as hipóteses das crianças em relação à escrita para que possa avaliar, problematizar, mediar e criar condições e situações que propiciem os avanços necessários para a compreensão do sistema alfabético. Essa compreensão deve levar em consideração o ritmo e as particularidades de cada criança, respeitando suas individualidades e ritmos de aprendizagem.
Por meio da pesquisa, foi possível perceber que o processo de alfabetização envolve um esforço considerável tanto da criança quanto do professor. Neste momento, o papel do educador é crucial, sendo necessário que ele planeje situações nas quais os alunos sejam convidados a criar e escrever sobre diferentes temas, mesmo que isso ocorra de forma errônea. Essa prática é essencial, pois permite que os alunos reconheçam seus erros e trabalhem sobre eles. Ao fazê-lo, o professor é capaz de identificar as hipóteses das crianças, ou seja, entender em que nível de alfabetização elas se encontram. Isso possibilita a mediação de métodos que criem condições favoráveis para a aprendizagem, permitindo que cada criança avance em seu processo de alfabetização de maneira adequada.
A tarefa de escrever e ler a própria escrita, mesmo quando ainda não sabem ler e escrever de forma convencional, é um desafio para as crianças. Ao tentarem ler o que escreveram, elas precisam justificar suas escolhas para si mesmas e para os outros. Essa necessidade de justificar-se é fundamental, pois a leitura depende da interpretação do que foi escrito, fazendo da alfabetização um processo que envolve análise, reflexão e um aprofundamento na compreensão da língua. Assim, a leitura e a escrita não são apenas habilidades técnicas, mas práticas que exigem um envolvimento crítico e reflexivo da criança.
Portanto, é imprescindível que o ambiente escolar propicie boas condições de aprendizagem, aliadas a estratégias lúdicas que tornem o processo de alfabetização mais agradável e significativo. Um espaço educativo que valoriza a ludicidade consegue proporcionar momentos de pleno desenvolvimento, atendendo às necessidades da criança, que tem uma grande vontade de aprender. É nesse ambiente que as crianças se tornam buscadoras ativas de conhecimento, explorando, experimentando e se envolvendo com a linguagem de maneira criativa e espontânea.
Além disso, a colaboração entre professor e aluno é essencial para a construção desse espaço de aprendizagem. Quando o professor promove um clima de confiança e acolhimento, as crianças se sentem mais seguras para se expressar e para arriscar-se na escrita. Essa relação positiva contribui para que as crianças sintam prazer na leitura e na escrita, elementos fundamentais para a formação de leitores e escritores competentes.
Para finalizar, ressalta-se o importante papel que a educação infantil desempenha na vida de uma criança, preocupando-se em desenvolver todas as suas capacidades. A educação infantil não deve ser vista apenas como um período de socialização, mas como uma etapa crucial para o desenvolvimento integral da criança, onde ela é incentivada a se envolver em todo o processo educacional. Durante essa fase, a criança começa a formar suas primeiras relações sociais, a explorar sua identidade e a compreender o mundo ao seu redor. Essa interação com o ambiente e com os pares é fundamental para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo, criando as bases para a construção do conhecimento e a formação de cidadãos críticos.
A promoção de práticas pedagógicas que favoreçam a linguagem escrita desde cedo é um investimento no futuro da criança, preparando-a para os desafios que encontrará ao longo de sua vida escolar e além. O domínio da leitura e da escrita é um pré-requisito essencial para a participação plena na sociedade contemporânea, onde a comunicação e a informação desempenham um papel central. Por meio de um ensino que valorize a ludicidade e a criatividade, as crianças não apenas adquirem habilidades técnicas, mas também desenvolvem um gosto pela leitura e pela escrita, elementos que as acompanharão por toda a vida.
É através dessa formação inicial sólida que conseguimos construir uma sociedade mais letrada e consciente, onde a comunicação se torna uma ferramenta poderosa para a transformação social. Uma população que lê e escreve é capaz de se posicionar criticamente frente aos desafios sociais, políticos e econômicos, tornando-se agente de mudança em sua comunidade. Além disso, ao investir na educação infantil, estamos promovendo equidade e inclusão, garantindo que todas as crianças, independentemente de suas condições socioeconômicas, tenham acesso a oportunidades que favoreçam seu desenvolvimento.
Por fim, é fundamental que educadores, gestores e famílias se unam em torno do objetivo de valorizar a educação infantil como um pilar fundamental da formação humana. A colaboração entre esses diferentes atores é essencial para criar um ambiente educativo rico e estimulante, que respeite as particularidades de cada criança e as ajude a desenvolver seu potencial máximo. Portanto, ao olharmos para o futuro, é crucial que continuemos a investir na educação infantil, não apenas como uma fase de aprendizado, mas como um alicerce para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e capaz de enfrentar os desafios do século XXI. Com uma base sólida na educação infantil, as crianças não apenas se tornam leitores e escritores competentes, mas também cidadãos conscientes, prontos para contribuir de maneira significativa para a sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FERREIRO, E. Com todas as letras. 11 ed. São Paulo: Cortez, 2003.
_________. Alfabetização em processo. 15. ed. São Paulo: Cortez, 2004.
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