Conhecendo o Sertão da Bahia
Por valdemir campos rocha | 19/03/2010 | CrônicasZarpamos de
São Paulo numa manhã chuvosa do mês de
outubro de 2009. O avião decolou às seis horas da
manhã. Duas “intermináveis”
horas depois estávamos aterrizando no aeroporto da grande
cidade de Salvador. O sol, como sempre espargia os seus raios por todos
os lados. Prenuncio de um dia muito quente, coisa comum naqueles lados
de nosso Brasil. Ao desembarcar, contemplei o moderno aeroporto baiano,
confortável e espaçoso. Distante do centro da
cidade alguns kilômetros.Tivemos que tomar uma
condução mais econômica,uma vez que os
táxis de lá,não usam de
misericórdia com os turistas... a
“facada” é grande.Foi bom ter embarcado
naquele pequeno ônibus.Apesar da pressa do motorista pudemos
nos deliciar com as belezas da orla, e o progresso nas
construções de prédios de luxo e
condomínios habitacionais ao longo daquela avenida.Chegamos
a rodoviária uma hora depois.Já que
não pretendíamos permanecer na capital durante
aquele dia,compramos nossa passagem de ônibus para a cidade
de Caetité,distante 700 km da capital. Julgávamos
poder chegar lá umas dez horas depois. Logo na
saída o ônibus quebrou,,.Fomos levados a garagem
da empresa,onde meia hora depois embarcamos em outro onibus. A primeira
grande cidade que passamos ao sair de Salvador foi a tão
falada Feira de Santana. Confesso que esperava algo melhor. Seguimos em
frente. Pude contemplar ao longo daquela estrada a
vegetação característica do
sertão. A ausência de rios, de lagoas e
também de poços. Sinceramente não sei
como aquelas pessoas podem suportar uma situação
daquelas. O Governo federal implantou na região um sistema
coletor de água que eles chamam de cisternas. Fiquei
pensando se este sistema é a melhor maneira de ajudar
aquelas pessoas, e me questionei bastante sobre a
inteligência de tais construções, elas
dependem da chuva para serem abastecidas e naquela região
como fui informado, a chuva cai de vez em quando, às vezes
tão fraca que não resolve nada. E desta maneira,
o nordestino continua alimentando suas esperanças de um dia
verem suas cisternas cheias e seus rios reverdecendo seus campos.
Pudemos constatar na face das pessoas as marcas do sofrimento. Os
sertanejos são teimosos, trabalhadores e muito corajosos.
Quando surge uma oportunidade de beneficiar o sertão
lá estão eles, unidos,trabalhando,comendo carne
de sol, farinha de mandioca e bebendo “aquela”
água turva, que para nós do lado de
cá, não serviria nem para dar aos animais.
Era meia noite quando por fim chegamos a Caetité.Nos
instalamos em um modesto hotel nas imediações da
rodoviária,de tão cansados que
estávamos, o sono não demorou a chegar.Em tudo
isto, a coisa mais desagradável que nos aconteceu foi a
troca de nossa mala quando desembarcamos,ainda no escuro,
não prestei atenção e peguei a mala de
uma velhinha de outra cidade.Meu Deus,quanto trabalho para recuperar a
minha.Somente no outro dia a tarde resolvemos o problema.
A estadia
em Caetité foi muito gratificante, a começar pela
família que nos hospedou. Pessoas dignas e
abençoadas. Realizamos um Seminário para a
Família no final de semana e dois dias depois seguimos
viagem. Nosso alvo era a cidade de Presidente Janio Quadros. Distante
160 km de Caetité.Embarcamos em um ônibus que
já estava lotado.três horas depois paramos junto a
pista ,onde um obreiro nos aguardava em seu carro particular, para nos
conduzir até aquela cidade.Nos 40 km de uma das piores
estradas em que andamos,o sacolejo do carro era tanto que pensei que
não conseguiríamos chegar até o final
do trajeto.Quatro horas após chegamos,era pó por
todos os lados.Fomos muito bem recepcionados e carinhosamente
hospedados na casa de um irmão de
fé.Após o reconfortante banho e um saboroso
café nos dirigimos para a Igreja.O templo estava
superlotado,pessoas membros de outras igrejas se fizeram presentes.Foi
uma festa! No outro dia, bem cedo rumamos para Vitória da
Conquista, mais duas horas de viagem, que sufoco! Em Vitória
ficamos cinco dias.
Momentos marcantes e inesquecíveis em
nossas vidas. O pastor da Igreja, seus obreiros e demais
irmãos nos trataram com desvelo e respeito. Conhecemos o
centro comercial da cidade, fomos ao mercado municipal, quanta fartura!
E, por fim, chegou a hora de voltarmos para casa. Tomamos um
ônibus para Salvador e lá chegamos no outro dia
bem cedo.Como nosso vôo era para as 17 hs, Hospedamo-nos em
um hotel na orla,caminho do aeroporto.Aproveitamos para descansar um
pouquinho e depois fomos andar pelo centro da cidade,conhecer o
elevador Lacerda,a praça da sé,o mercado modelo e
outros pontos turísticos.As 17 horas voamos para
São Paulo,sentindo um misto de alegria por poder retornar, e
tristeza por deixar os irmãos,tão hospitaleiros e
solícitos.Esta é a nossa tarefa, nossa
missão.Vamos semeando a Boa Palavra por onde passamos e
deixando muitos amigos em todos os lugares.Isto para mim se constitui
honra e privilégio.Não há dinheiro que
pague.