CONGREGAR!... É IMPORTANTE?
Por Gibton Pereira de Andrade | 06/04/2018 | ReligiãoCONGREGAR!... É IMPORTANTE?
Por: Gibton Pereira*
Vivemos em tempos tão modernos e de constante evolução tecnológica, que seria um tanto difícil deixarmos de lado os benefícios que os avanços científicos nos proporcionam. No intuito de difundir a Palavra de Deus, a Igreja do Senhor Jesus não se coloca à parte de tais benefícios, pelo contrário. Hoje, através de um programa de televisão, podemos ouvir a mensagem da Palavra de Deus sem sair de casa, e se preferirmos, podemos até assistir todo um culto através das diversas programações televisivas ou ainda participar do mesmo, ao vivo e/ou on-line, via internet. Louvores, testemunhos e pregações fazem parte deste pacote de comodidades, à nossa disposição em apenas um DVD de vídeo. Atendimento e assistência espiritual, orações e tantas outras práticas está ao alcance do público, seja qual for a maneira utilizada para se alcançar este objetivo. Mas será que isso realmente está nos proporcionando apenas benefícios? Ou estamos tão acomodados a estas facilidades que acabamos por negligenciar o nosso compromisso de cultuar a Deus no templo? Apesar da diversidade de opções dadas aos cristãos, não podemos esquecer a declaração de Davi, no Salmo 122.1: "Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor!". Em síntese, precisamos nos congregar.
Congregar (do latim congregare), de acordo com os Dicionários Aurélio & Houaiss da Língua Portuguesa, significa "unir-se intimamente, juntar-se, convocar-se". O sentido bíblico da palavra congregar está na seguinte definição: "irmãos unidos intimamente por laços fraternais, em comunhão, para adorar ao Senhor e prestar-lhe culto". Na epístola aos Hebreus, em seu capítulo 10 e verso 25, o escritor adverte à cerca da ausência dos fiéis nas congregações: "...não descuidemos dos nossos deveres na igreja, nem das suas reuniões, como algumas pessoas fazem, mas animemo-nos e nos admoestemos uns aos outros, especialmente agora que o dia da sua volta está se aproximando" (Bíblia Viva). Em acordo com a advertência anterior está a declaração do salmista Davi, quando expressa a importância que é estar na Casa do Senhor e não se afastar dela, no Salmo 27.4ª: "Uma coisa pedi ao Senhor e a buscarei: que possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor e aprender no seu templo". Davi não se contentou apenas em pedir ao Senhor para "morar" na Sua Casa, mas afirma que estaria disposto a buscar isso com suas forças, a fim de obter o desejado. Está embutido nestas palavras o objetivo do salmista de manter uma relação de intimidade com Deus, do privilégio de viver na presença do Senhor e descobrir a cada dia um pouco mais da sua perfeição e do seu amor. Davi mesmo declara esse desejo: "...para contemplar a formosura do Senhor e aprender no templo" (27.4b).
É no templo que contemplamos a beleza da Santidade de Deus; Onde recebemos o conhecimento vindo do próprio Mestre, através da exposição das Escrituras Sagradas, pois Ele mesmo é o autor da Bíblia; No templo, praticamos a adoração (do gr. leiturgia), o ensino (didaskalia), o testemunho (martyria), a comunhão (koinonia) e o serviço (diakonia). Tudo isto devemos ter em mente e por em prática em nossas vidas, pois o mesmo desejo que estava no coração de Davi deve estar em nossos corações. O salmista declara no Salmo 27.5, a conseqüência do querer aproximar-se intimamente de Deus: "...porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá; por-me-á sobre uma rocha; Também a minha cabeça será exaltada sobre os meus inimigos que estão ao redor de mim; pelo que oferecerei sacrifício de júbilo no seu tabernáculo; cantarei, sim, cantarei louvores ao Senhor". Nós precisamos ter uma vida de intimidade com Deus, pois quando estivermos em dificuldades, Ele mesmo será o nosso guardião; Dará-nos segurança em sua habitação; Ele nos colocará acima dos problemas, numa rocha firme e inabalável; Ficaremos fora do alcance dos nossos inimigos, à sombra das suas asas. Então ofereceremos sacrifícios de gratidão na congregação, com louvores de júbilo ao Senhor.
A Palavra de Deus, no Salmo 91.1, assim nos promete: "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei". Quando realmente buscamos ao Senhor de todo o nosso coração e nos esforçamos em nos congregar no esconderijo chamado Igreja (templo), com certeza o que temos a dizer de Deus é que Ele é a nossa fortaleza e podemos confiar n?Ele, pois é um Deus pessoal, que não falha e que tem cuidado de nós. A grande verdade que o salmista nos ensina é que "Intimidade com Deus não se negocia". Que possamos meditar nesta verdade, contida nas páginas deste livro tão sagrado, a Bíblia.
*Teólogo.