CONCRETO PRODUZIDO COM PÓ DE BRITA EM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE AREIA NATURAL DA REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS
Por Brasilina Torres Melo | 12/09/2018 | EngenhariaResumo
A construção civil é responsável por extrair matéria prima e produzir expressivos volumes de resíduos, bem como, descarta-los na natureza causando desequilíbrio ao meio ambiente e provocando a inutilidade de tais materiais que poderiam ser reaproveitados. Nesse sentido, o objetivo da pesquisa é apresentar o uso de pó de brita em substituição parcial de 50% do agregado miúdo (areia de rio, região do baixo amazonas) na mistura do concreto simples e estrutural com resistência estimada para 30 MPa. No intuito de apresentar uma solução para a redução de danos ambientais causado pelo rejeito do processo de britagem e pela extração de areia dos leitos dos rios. Provando assim, resultados satisfatórios para uma nova alternativa de confecção de concreto considerando apenas as propriedades mecânicas analisadas nesta pesquisa. Palavras-chave: Pó de brita. Agregado miúdo. Alternativa. Concreto. Introdução Apesar da crise pelo qual o Brasil passa, a construção civil ainda é considerada umas das áreas com mais capacidade de erguer a economia do país, o bem-estar da população e elevar a taxa de empregos diretos e indiretos. É um setor primordial para o desenvolvimento do Brasil. Entretanto, se destaca negativamente como uma das áreas que mais consomem recursos naturais e degradam o meio ambiente. De acordo com John (2000), o consumo estimado de agregados naturais, somente na produção de concretos e de argamassas, era, no ano 2000, de aproximadamente 220 milhões de toneladas. Nesse contexto, pode-se notar a problemática a respeito da considerável geração de resíduos e uso excessivo de matéria prima, provenientes das atividades desse setor. Sabe-se que a maior parte dos processos de fabricação de um produto gera resíduos, por isso, cresce a preocupação em torno de seus reaproveitamentos. Já que se este material não for reutilizado, será depositado no ecossistema e provocará problemas vindouros para o meio ambiente, o que poderá perdurar por décadas. Santos & Silva (2012), afirmam que no Brasil, de acordo com estudos, ultrapassa mais de 30% o desperdício de matéria prima por parte da construção civil, índice preocupante quando comprovado que os materiais desperdiçados em vez de se tornarem resíduos, deveriam ser destinados de forma correta para não causar impactos ao meio ambiente. Segundo Oliveira (2002), a adoção de uma política de incentivo para o reaproveitamento dos materiais descartados pelas obras civis pode reduzir a quantidade de minerais extraídos das jazidas e, 2 consequentemente, diminuir o impacto ambiental pela reutilização e reciclagem dos rejeitos minerais. Entre os materiais mais extraídos e utilizados de atividades mineradoras empregados na construção, além do cimento estão os agregados. Que segundo Silva et al. (2015), possuem elevada importância para fabricar um concreto de boa resistência e qualidade, sendo que um dos agregados miúdos mais utilizados hoje em dia é a areia natural. E que pelo crescente aumento na demanda por esse material, os recursos naturais estão ficando cada vez mais escassos. Barbosa et al. (2008), complementa que ainda se referindo ao problema da extração de areia natural retirada de leitos de rios, a mesma é responsável pela supressão vegetal, pela degradação dos cursos d’água e por consideráreis prejuízos ao meio ambiente. Por causa disso, os órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, estão restringindo progressivamente tal prática. Dentro desse contexto, surgem novas alternativas que visem a substituição total ou parcial da areia natural como agregado miúdo. Uma delas é o pó de pedra/brita, que já tem sido utilizado em muitos países na produção de concreto, blocos de concreto, base de asfalto, etc. E no Brasil, de acordo com Andriolo (2005), a utilização desse material aconteceu na década de 80, a partir de estudos feitos na hidrelétrica de Itaipu. Desde então, o emprego dessa tecnologia é cada vez mais comum principalmente na região Sul e Sudeste do país, onde o agregado natural fica gradativamente mais difícil de ser extraído por falta de fontes de recursos naturais, por questões ambientais e custo elevado. Nesta situação, a reintrodução de resíduos/rejeitos, surge como uma esperança para amenizar os impactos provocados pelo homem e pelo setor da construção civil. Tendo em vista que o mesmo é responsável por produzir expressivos volumes de resíduos, bem como, descartalos na natureza causando desequilíbrio ao meio ambiente e provocando a inutilidade de tais materiais que poderiam ser transformados em matéria-prima. Deste modo, o reaproveitamento destes materiais vem como solução para minimizar os impactos ambientais.
1 Metodologia
Para o desenvolvimento do estudo em questão, foi definido que o objetivo do mesmo se limita em verificar o comportamento da resistência à compressão do concreto com o emprego e substituição parcial de pó de brita (areia artificial) no lugar do agregado miúdo tradicional (areia natural de rio). A princípio estabeleceu-se que o FCK - Feature Compression Know (resistência característica à compressão do concreto) a ser elaborado seria de 30 Mpa. Normalmente empregado em obras de médio a grande porte, como na confecção de baldrames, pisos, vigas, pilares e lajes. [...]