Concepções alternativas em mecânica

Por Edivaldo Menezes Firmino | 15/12/2010 | Arte

Concepções alternativas em mecânica
Edivaldo de Menezes Firmino*

Concepções alternativas em mecânica. Trata-se de uma reflexão sobre os modelos que usamos para explicar os fenômenos físicos do cotidiano. Para resolver e explicar tais problemas a autora fundamenta-se em vários autores tais como, Viennot, 1979; Solis Villa, 1984; Driver, 1986. Que falam que essas concepções são encontradas em um grande numero de estudantes de qualquer nível de escolaridade, diferem das teorias, conceitos e leis que os alunos têm que aprender, são muito difíceis de serem mudadas e resistem ao ensino de conceitos que conflitam com elas e por conseguinte interferem no aprendizado, no caso relatado, da física.
A autora nos fala que essas concepções se formam desde a infância. "Tais idéias não se constituem em simples concepções isoladas, mas são estruturas conceituais elaboradas, que proporcionam ao individuo uma compreensão coerente da realidade sob o seu ponto de vista." (PEDUZZI, 1999, p53). Então para haver um ensino efetivo tem que levar em consideração as idéias do aluno, visto que esse já tem concepções sobre o assunto pode não aceitar bem as idéias da ciência.
Peduzzi nos traz algumas pesquisas e experiências realizadas em muitos lugares do globo e com alunos de variadas escolaridades, mostrando as concepções alternativas que esses têm, ela traz exemplos que envolvem os temas repouso, força e movimento e ação e reação. Com isso ela nos relata as principais dificuldades dos alunos, por exemplo, sobre o repouso vários estudantes não compreendiam como um objeto inanimado, tal como mesa ou uma mola, poderia exercer força sobre outro corpo. No caso da força e do movimento Viennot, sugere que, para muitos estudantes existe uma lei intuitiva que pode ser expressa por F=kV e com isso surge os seguintes pensamentos se v= o, então F = 0, mesmo que a aceleração seja a ≠ 0, se v ≠0 então F ≠ 0, mesmo que a=0 e por ultimo se as velocidades são diferentes, as forças também são diferentes, mesmo que as acelerações sejam as mesmas, como foi dito essas e muitas outras, são concepções que muitas vezes surge desde a infância e pode prejudicar no entendimento dos assuntos.
Foram sugeridos exemplos e hipóteses sobre estratégias para favorecer a mudança conceitual, primeiramente os alunos devem se conscientizar de suas próprias concepções e que essas sejam analisadas e discutidas em sala para isso pode fazer uso de experiências de laboratório, tanto em nível qualitativo quanto quantitativo, apresentar exemplos e contra exemplos, dar resoluções de problemas, mas de uma nova forma como um meio através do qual o aluno possa discutir mais a situação física envolvida, relacionar o modelo cientifico e alternativo para que sejam comparados quanto ao seu poder explicativo e suas limitações e que o modelo cientifico seja aplicado em situações conhecidas e novas.
Surgem criticas à visão da mudança conceitual que fala que as idéias previas dos estudantes deverão ser abandonadas e/ou absorvidas no processo de ensino.No entanto a autora nos traz a visão de alguns autores como (Driver, 1981; Solomom, 1983; Gilbert, 1983) Que traz a idéia de que pode acontecer a coexistência de modelos diferentes que serão acessados dependendo do contexto. A autora cita vários autores que compartilham da mesma opinião anterior.
Com isso Sônia S. Peduzzi chega à conclusão de que através das evidencias acumuladas por meio de um grande numero de investigações é negável a importância das idéias previas dos estudantes no processo ensino-aprendizagem. E ignorá-lhas mostrara que existem dois modelos conceituais distintos. As pesquisas realizadas têm-se concentrados particularmente na identificação e na classificação das concepções encontradas e muito pouco na intervenção para melhorar a pratica em sala de aula, por que querendo ou não elas são de certa forma m pouco importantes para o desenvolvimento e assimilação de conhecimentos mais científicos e metodológicos.
Sonia S. Peduzzi conseguiu desenvolver uma reflexão critica e filosófica no ensino de ciências e nos conhecimentos prévios dos estudantes através de pesquisas e da fundamentação em outros autores ela nos mostra os pros e os contras das concepções alternativas. É um capitulo muito interessante e de muito valor para pesquisadores e professores. Em suma, Concepções alternativas em Mecânica, de Sônia S. Peduzzi pode ser bastante útil a todos que estejam interessados m saber e refletir sobre o que são concepções alternativas em mecânica, estratégias para favorecer a mudança conceitual e as criticas à essa visão.





Referências:
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