Concepção

Por Nara Junqueira | 11/05/2008 | Poesias

 Ainda bem que a vida vai além dessas minhas poucas impressões.
 
E independente do meu estado de ânimo o céu chove aqui e ali.
Como bem resolva e queira! E a lua altaneira e solitária como na sua criação se esconde ou se dá de corpo inteiro aos amores suspirados nas noites quentes de verão.
 
Então, para que me servem esses pensamentos que invadem as minhas horas? O que faço com esses sentimentozinhos que ainda resmungam as dores da minha meninice?
 
O céu já existia antes de mim. Não o posso dominar.
O sol continua a engravidar a terra. A chuva faz a sua cantoria ruidosa ou como bem entenda. As águas das encostas continuam a trajetória a caminho do mar.
 
O universo me aponta o que não sou!
E como cheguei partirei. Nada levo além do que não vivi.
Levo o tapa que não dei. E devia!
Levo a faca que não empunhei. E queria!
Simplesmente passarei!
 
E na minha despedida certamente outro alguém vira ocupar meu lugar no mundo. E seguirei como o grão de areia deserto afora.