Concepção da infância associada à transformação social e a família
Por Rodrigo Benedito Sabino de Oliveira | 06/09/2019 | EducaçãoConcepção da infância associada à transformação social e a família
De acordo com os estudos de Aries(1981), percebe-se que as concepções de infância sempre estiveram associadas as transformações sociais e a família. Para Áries (1981) a duração da infância era reduzida ao período mais frágil [...], então mal adquiria desembaraço físico, era logo misturado aos adultos e partilhava de seus trabalhos e jogos (Áries 1981 p.10). Diante dessas mudanças políticas, sociais e religiosas, a criança era olhada de forma diferente, passa mais tempo com sua família e finalmente a escola passa ser um espaço importante para moldar e educar seus alunos.
A preocupação com a infância ocorre a partir do século XIX. Na Idade Média e início da Moderna, a criança era a companheira do adulto, “alimentada pela crença fechista de que nela escondia-se uma natureza sagrada que o homem não podia profanar” (ZABALZA, 1998, P.65). Era um produto divino, e a partir do momento em que a criança não necessitasse mais dos cuidados do adulto” era oficialmente patenteada como pertence a sociedade dos adultos e já não se diferenciava mais dos mesmos” (ZABALZA,1998,P.65). Podemos observar que o autor retrata como era a primeira identidade ou seja a criança adulta. Segundo ARIES (1981), o sentimento de infância não existia, o que não significa que a criança era abandonada ou desprezada. Segundo o autor a criança era vista como adulto, e não abandonada.
Na segunda identidade encontramos a criança filho-aluno ou a infância institucionalizada, já no final da Idade Moderna vivenciamos intensas transformações conceituais na infância, pois com a Revolução Industrial e o surgimento da família moderna, a infância torna-se o epicentro do interesse educativo dos adultos(ZABALZA,1998,p.65). Entende-se que a família já se preocupa com a criança, no sentindo de afetividade e cuidados procurando ensinar essa criança para a vida. A família começa valer-se da escola como uma agencia unida a ela que a complementa e a família reivindica o compromisso básico da educação e ético-comportamental. (ZABALZA,1998,p.66)
Conheceremos a terceira identidade, a criança e o sujeito social. Para (ZABALZA,1998) com essas mudanças a criança deixa de ser vista como adulto em miniatura, o direito de ser criança( de ter atenções (gratificações-espaços-jogos) é legitimado somente sob condição de pertencer a este tipo de família e a este tipo de escola.
Vale ressaltar que esse momento de escolarização deve ser visto em dois momentos: sendo a primeira institucionalização, onde a criança e vista como filho-aluno e o segundo da liberação, onde criança e vista como o sujeito social. As instituições de educação infantil se tornaram uma necessidade e uma realidade nos dias atuais e, em função disto, tem sido debatidas nas dimensões política, pedagógica econômica (MORO; GOMIDE, 2003, p.171).
Diante dessa resenha, podemos concluir que a criança da educação infantil esta em permanente construção, é diferente do adulto porque pensa e sente diferente (VAGULA, BONAFINI, 2013); a escola é um espaço direcionado a sua produção cultural, oferecer uma aprendizagem de forma individual e coletiva, com propostas de atividades lúdicas, pois a criança da educação infantil estará sempre em construção. Houve várias mudanças para que hoje a criança possa se expressar, descobrir e entre outras coisas rotineiras do dia-a-dia. Resenha baseado no livro Organização Pedagógica na Educação Infantil: reflexão e pesquisa- Edilaine Vagula e Marlizete Cristina Bonafini Steinle
Áries, P. História social da criança e da família. Trad. Dora Flaksman. 2.ed.Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1981.
ZABALZA, M. A. Os dez aspectos-chave de uma Educação Infantil de Qualidade. In: ZABALZA, M. A. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed,1998. P. 49-61
ADRIANA PERES DE BARROS Graduada em Pedagogia; Especialista em Educação Infantil, professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis. ELIANE SANTOS REZENDE MICHELATO- Graduada em: Pedagogia; Especialista em Psicopedagogia e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis. JANE GOMES CASTRO, graduada em Ciências Biológicas; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis. LEIDIANE OLIVEIRA ROCHA- graduada em Pedagogia: Especialista em Docência na Educação Infantil- UFMT. RAQUEL SANTOS SILVA (5) Graduada em: Letras; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis. RENATA RODRIGUES DE ARRUDA; Especialista em Educação Infantil. Email:rero3131@hotmail.com. VALQUIRIA MENDES MARQUES, graduada em pedagogia; Especialista em Psicopedagogia, professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.