COMPORTAMENTO: AMBIGUIDADE DO GÊNERO NO CONSUMO DE MODA

Por RITIELE MAIARA RODRIGUES | 31/08/2016 | Psicologia

Resumo

Este trabalho apresenta os elementos que constituem a estrutura de uma pesquisa de personalidade, com o intuído de encontrar uma persona que se classifica por motivo de vestuário ou comportamento no gênero unissex. A partir de uma entrevista com o mesmo será possível distinguir e relatar o padrão de consumo de moda unissex, identificando os desejos de compra dessa pessoa de maneira geral.

1 INTRODUÇÃO

Quando falamos em gênero automaticamente cria-se milhares de dúvidas sobre diversas opiniões, quando colocado a palavra gênero no site de pesquisa Google¹ o que se tem como referência e definição é: “Gênero é um termo para várias referências. Gênero pode significar principalmente a diferença entre os homens e as mulheres. Pode ser usado como sinônimo de sexo e também na referência as diferenças sociais. ” Mas quando uma persona não se classifica como homem ou mulher, indiferente de sua sexualidade? Como se denomina? Existe essa necessidade no século XXI de categorizar as pessoas pela sua aparência? Existindo ou não necessidade, pois isso divide opiniões, posso dizer que tem um termo para quem não se encaixa na definição de somente um gênero em seu comportamento, mais sim os dois ou ausência dos dois e o termo é: unissex. Um ser andrógino tem personalidade única e isso desenvolve um certo interesse sobre seus gostos e influências. Para os psicólogos, médicos e até estilistas, a androginia é sobretudo um fenômeno cultural, nada tem a ver com a bissexualidade ou o homossexualismo. “O que está à tona é o papel social desempenhado pelo indivíduo. A pessoa unissex não precisa ter, necessariamente, comportamento sexual ambíguo”, explica o sexólogo Oswaldo Rodrigues (Apud Alburquerque; Patarra). Resumindo de forma simples: A mulher recupera seu lado masculino sem necessariamente
1 http://www.significados.com.br/genero
tornar-se lésbica, e o homem seu lado feminino sem tornar-se gay. Este tipo de comportamento é algo contemporâneo a ser discutido, pois até então a maioria das pessoas que se classificavam “diferentes” não tinham interesse em se expor, tinham medo da rejeição ou algo relativo. Para intender um pouco este estereótipo foi realizado uma pesquisa para encontrar pessoas que aparentam através de seus comportamentos e vestuário, o comportamento andrógino para relatar o padrão de consumo de moda unissex, identificando os desejos de compra dessa pessoa de maneira geral.
2 Metodologia de pesquisa
A pesquisa refere-se a um tipo de pessoa, que tem personalidade unissex. A análise será feita a partir de observação do participante e entrevistas, onde será coletado dados primários e secundários sobre o consumo de moda unissex, identificando os desejos de compra dessa pessoa de maneira geral. Assim buscando esclarecer algumas dúvidas sobre este tipo de comportamento e intender seu consumo. KAUARK; MANHÃES e MEDEIROS. Metodologia da pesquisa: guia prático – Ita-buna : Via Litterarum, 2010.
3 Entrevista de Comportamento
A entrevista a seguir tem como regra a preservação do nome do entrevistado.
Ao buscar personalidades, encontra se a questão que as pessoas possuem tipos de comportamentos diversos, mas não classificam se, por motivo de não saber que o comportamento que se têm refere se a algum tipo especifico ou nunca pensaram sobre isso, esse foi o caso do entrevistado dessa pesquisa. O psicanalista Renato Mezan, da Pontifícia Universidade de São Paulo justifica e expõe com clareza: “São fatores sociais que aos poucos misturam as diferenças entre os gêneros e embaralham a consciência que homens e mulheres tinham de sua identidade e função social. Por isso é impossível explicar a androginia apenas em termos psicológicos. Ela não é uma opção sexual e está no consciente”. Entre os diversos tipos de personalidades, é verdade, sempre existiram andróginos — artistas, burgueses entre outros, mas com certeza nunca a confusão foi tão grande como agora. (REVISTA GALILEU, Gênero além do binário 2015 - Editora Globo S/A),
O entrevistado se chama Augusto*, estuda para ser ator, tem 20 anos e sua sexualidade é indefinida, pois ele adverte ter diversas personalidades e com isso os gêneros indefinidos também.
Imagem 1. Perfil do entrevistado
A primeira pergunta realizada, foi, na percepção dele a definição de masculino e feminino, sua resposta foi de imediato que era uma pergunta muito complexa, mas para ele, no vestuário não existe definição de gênero, mas se tivesse que classificar em meio a pessoas “normais” seus gêneros, classificaria pessoas de vestidos femininas e pessoas de terno masculinas.
Quando se é colocado em questão a classificação nos gêneros diante de uma sociedade padronizada introduzida pela Europa, até as personas mais diferentes demostram ter ou fingir ter o pensamento antiquado de que rosa é para meninas e azul é para meninos, para não causar alvoroço. Augusto acredita que tem diversas personalidades para poder se encaixar nos padrões, adverte que em sala de aula se considera um tipo de personalidade, em casa outro e dependendo do lugar modifica se novamente. Foi questionado qual o gênero dessas personalidades e Augusto afirma: é totalmente nulo.
O consumo relacionado ao seu vestuário, relata que não tem interesse nenhum em esbanjar marca e acredita que roupa é somente isso, cobrir- se, não define imagem. Seu estilo é neutro, o que combina muito com seu gênero. Não gasta mais de cem reais em uma peça do vestuário e compra com mais frequência blusas e calças sem nenhuma estampa nas lojas de Fast Fashion. Não existe o interesse algum de se definir pelo vestuário, até porque para Augusto nunca pensou em ser classificado em algum gênero, mas tem um porém, Augusto expõe que quando vai a festas cria roupas totalmente diferentes, talvez pelo motivo de não ter medo de se expor totalmente e ali na naquele lugar e momento ele pode ser todas as suas personalidades ao mesmo tempo sem ser julgado por isso, comenta que já foi vestido de algodão doce, pintinho amarelinho, entre outros adereços, praticamente uma fantasia que se veste.

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