COMPETIÇÃO Á COOPERAÇÃO: O ATLETISMO COMO INSTRUMENTO DE MOTIVAÇÃONO NO ESPORTE.

Por FREDERICO RANGEL | 09/11/2016 | Saúde

RESUMO

As atividades que privilegiam os aspectos cooperativos são importantes por contribuírem para o desenvolvimento do sentido de pertencer a um grupo, para a formação de pessoas conscientes de sua responsabilidade social. O objetivo da pesquisa é estudar aos fatores principais e identificar como os alunos do fundamental II visualizam a prática do atletismo enquanto esporte e como uma atividade das aulas de educação física e lazer.A pesquisa foi realizada pelo método descritivo através de uma revisão de literatura e uma pesquisa exploratória. A pesquisa de campo foi realizada com 10 (dez) alunos/atletas tendo como objetivo de identificar como os mesmos a visualizam a prática do atletismo enquanto esporte e como uma atividade das aulas de educação física e lazer.Com a utilização dos Jogos Cooperativos, expressamos livremente a solidariedade que existe dentro de nós e compartilhamos qualidades - habilidades humanas essenciais como respeito mútuo, confiança, comunicação. Sendo assim, a cooperação é sem dúvida uma ferramenta de extrema importância para a motivação nas aulas de esporte escolar e pratica do atletismo como jogo de cooperação

 INTRODUÇÃO               

O Atletismo é estritamente ligado aos movimentos naturais do ser humano de correr, marchar, lançar, arremessar e saltar, e, por isso, é chamado de esporte e a base. Por isso, percebemos que ao trabalharmos esse esporte nas aulas contribuiremos para que os alunos adquiram maior qualidade em alguns fundamentos que fazem parte de outros esportes como futebol, vôlei, basquete, entre outros.

Para Chaves (2003), a motivação é algo muito importante para solucionar a maior parte dos problemas encontrados nessas crianças do ensino fundamental. A motivação está relacionada a estímulos extrínsecos que são estímulos externos ou incentivação. E os intrínsecos, são aqueles inerentes ao indivíduo e que, portanto vem de “dentro” ligado à necessidade, no sentido de motivar para a ação. 

A principal diferença entre cooperação e competição é que no primeiro todos cooperam e ganham, eliminando-se o medo do fracasso e aumentando-se a auto-estima e a confiança em si mesmo. Ao passo que no segundo, a valorização e reforço são deixados ao acaso ou concedidos apenas ao vencedor, o que gera frustração, medo e insegurança. 

As atividades que privilegiam os aspectos cooperativos são importantes por contribuírem para o desenvolvimento do sentido de pertencer a um grupo, para a formação de pessoas conscientes de sua responsabilidade social, pois trabalham respeito, fraternidade e solidariedade de forma lúdica e altamente compensatória, levando a perceber a interdependência entre todas as criaturas. Nelas, ninguém perde ninguém é isolado ou rejeitado porque falhou. 

Segundo Barreto (2004), a competição é prejudicial quando há a tentativa de trapacear, quando há um gasto excessivo de energia para ganhar ou, ainda, quando representa a diminuição do adversário. 

Do contrário, ela pode ser altamente positiva, preparando a pessoa inclusive para a competitividade da própria vida, às vezes expressa pela chamada "seleção natural". Assim, a presença do outro em situações de comparação e disputa pode levar a um significativo aprimoramento cognitivo, afetivo, motor e social. 

A educação física escolar hoje não se concentra unicamente na realização de atividades físicas e que promova o bem estar físico, segundo os parâmetros curriculares nacionais a disciplina se insere junto com as demais no trabalho dos temas transversais. 

No caso especifico do atletismo, vê-se que o trabalhar o mesmo nas aulas de educação física garante alguns pontos essenciais dentro do processo de desenvolvimento da criança: socialização, espírito de equipe, agilidade de raciocínio, desenvolvimento físico, entre outros. 

No entanto, apesar de ser um esporte que possa ser trabalhado tanto por meninos quanto por meninas, ainda se faz necessário observar como o mesmo é trabalhado nas aulas de educação física. 

O objetivo da pesquisa é estudar aos fatores principais e identificar como os alunos do fundamental II visualizam a prática do atletismo enquanto esporte e como uma atividade das aulas de educação física e lazer. 

  1. REVISÃO DE LITERATURA 

A prática regular de atividades físicas sistematizadas pode contribuir para a melhoria de diversos componentes da aptidão física relacionada à saúde, como força, resistência muscular e cardiorrespiratória, flexibilidade e composição corporal. Essas modificações podem favorecer, sobretudo, o controle da adiposidade corporal, bem como a manutenção ou melhoria da capacidade funcional e neuromotora, facilitando o desempenho em diversas tarefas do cotidiano (MULLER, 2012). Assim, não só a escola, mas a família tem que acompanhar e dar oportunidades para que os jovens tenham momentos e lugares propícios para a prática de atividades físicas, mostrando a importância e os benefícios que ela pode trazer. 

O Atletismo é a modalidade mais antiga de um desporto organizado. Na realidade, trata-se de uma mistura de vários desportos, que engloba as corridas, os saltos e os lançamentos. É um esporte que vem dos tempos de outrora em que correr saltar e lançar eram encarados como uma aprendizagem vital na caça e na guerra (COSTA, 1992). 

Esses movimentos do atletismo são fundamentais para todas as sociedades, onde no inicio esses exercícios estavam ligados às atividades produtivas ou defensivas e tinham um lugar especial na sociedade bélica e aquisição de bens essenciais á vida, fazendo parte do dia a dia do nosso cotidiano atual (GARCIA, 2005). 

A forma moderna do Atletismo, da qual hoje apreciamos, começou a ser praticada no início do século 19, na Inglaterra. Foi de lá que muitas das modalidades existentes foram criadas. Em 1913, foi criada a Federação Internacional de Atletismo Amador (Iaaf), com sede em Londres. Essa entidade é responsável até hoje pela regulamentação da modalidade. Após a estréia nos Jogos Olímpicos, o atletismo nunca esteve fora das Olimpíadas. Atualmente, o esporte conta com mais de 25 categorias diferentes no programa do maior evento esportivo do mundo (TANI, 1988). 

 Pode-se afirmar que nesta classificação cultural esportiva e social dos esportes, o atletismo figura entre as últimas posições. Esse aspecto deve ser considerado inicialmente sob duas perspectivas: a primeira referindo-se as possibilidades que teria o atletismo se possuísse maior espaço na cultura esportiva, o que despertaria um interesse crescente pela modalidade, um "gosto popular". Para Singer (1986, P. 186) "a popularidade de certo esporte em uma sociedade em particular pode muito bem influir sobre as atitudes e preferências da juventude"; a segunda refere-se a primeira e se relaciona com o fato do atletismo ser pouco reconhecido em termos de espaços, ou seja, incentivos e apoios, oportunidades e trabalhos desenvolvidos, tanto no meio escolar como em clubes e comunidades em geral.

O atletismo é um esporte que tem sido pouco utilizado na Educação Física, são vários os motivos que podem ser causa para esta situação como, falta de profissionais qualificados ou o professor que não tenta trazer propostas inovadoras para as aulas e acabam colocando na aula somente o que os alunos querem praticar na maioria das vezes futsal, handebol e queimado (KUNZ, 1991). 

A missão de colocar o Atletismo nas aulas de Educação Física não é impossível, pois para Costa (1992) o atletismo a ser utilizado na escola deve ser considerado como o "préatletismo", onde, numa primeira fase, faz-se através dos gestos motores básicos correrem, saltar, lançar e arremessar; e numa segunda fase, mantêm-se os da primeira, avançando-se para as tarefas que exigem uma maior codificação dos gestos motores básicos, aproximando progressivamente a criança do Atletismo. 

A competição está presente em vários ambientes e momentos de nossas vidas. Segundo Soler (2003) e Barata (2004), a competição é um processo de interação social, em que os objetivos são mutuamente exclusivos, as ações são isoladas ou em oposição umas às outras, sendo os benefícios destinados somente a alguns. 

Complementando o que dizem Brotto (2001) e Soler (2003), para Brown (1994) a competição ensina que a esperteza e a trapaça são mecanismos válidos para conseguir alcançar o objetivo, e que alguns ganham e outros perdem, e que é preciso aceitar os resultados, ou seja, existirá sempre certo conformismo. Barreto (2004) ilustra a competição vista de sob dois ângulos distintos: disputa de habilidades e destruição do oponente. 

Barreto (2004) diz ainda, afirmando que a competição disputa de habilidades pode ser uma grande opção se for marcada pela ética e pelo respeito ao adversário. Segundo Barata (2004) ainda comenta que a competição tem ainda o efeito prático de tornar as pessoas hostis em relação às outras que se tornam seus oponentes. O número de perdedores é maior que o de vencedores e a alegria destes são menores que a frustração dos vencidos. 

Relata Borsar (1989) que a cooperação é uma relação baseada na colaboração entre pessoas ou organizações, no sentido de alcançar objetivos comuns, usando métodos mais ou menos iguais. Contudo, o desejo de competir com outros do mesmo grupo no sentido de obter um estatuto mais elevado são, por vezes, considerando como catalisador da ação cooperativa. Da mesma forma, os indivíduos podem organizar-se em grupos que cooperam internamente e, ao mesmo tempo, competem com outros grupos.         

A competição nos ajuda a ter competitividade, e o domínio sobre ganhar e perder. Os esportes criam regras para que a competição seja o mais justo possível. Nas escolas a competição esportiva prepara os alunos para um trabalho em equipe, ou a superação pessoal em caso de esportes individuais e nos ensina ter respeito pelo adversário, ganhando ou perdendo a exemplo de cooperação e competição como modalidade esportiva esta o voleibol (SURONOV, 2002). 

Os Jogos Cooperativos surgiram da preocupação com a excessiva valorização que a sociedade atribui à competição. Considerada um valor natural e normal da sociedade humana, a competição se transfere para o nosso jogo da vida relata Barata (2014). 

Segundo Barreto (2004), os Jogos Cooperativos se propõem a utilizar o potencial transformador com a intenção de construir um tipo mais equilibrado de sociedade.

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