Comparação entre as principais medicações para tratamento da disfunção erétil: Viagra (Sildenafil), Cialis (Tadalafila) e Levitra (Vardenafila)
Por Bernardo Passos Sobreiro | 08/01/2015 | SaúdeAutores: ALISSON FERREIRA PUPULIM*, ANDREY BIFF SARRIS*, LUIZ GUSTAVO RACHID FERNANDES*, MAKI CAROLINE NAKAMURA*, RODRIGO LUIZ STAICHAK* e BERNARDO PASSOS SOBREIRO**
*Acadêmicos Medicina - UEPG. **Professor Adjunto Urologia - UEPG
Comparação entre as principais medicações para tratamento da disfunção erétil: Viagra (Sildenafil), Cialis (Tadalafila) e Levitra (Vardenafila)
Os inibidores da PDE-5 devem ser apenas utilizados sob prescrição médica e na presença de desejo sexual. No Brasil, o Sildenafil existe nas dosagens 25, 50 e 100mg; o Vardenafil, nas dosagens 5, 10 e 20mg e o Tadalafil na dose de 5mg (uso diário) e 20mg. As principais diferenças entre os três inibidores, Sildenafil, Vardenafil e Tadalafil, são a potência de inibição da enzima e as propriedades farmacocinéticas, como velocidade de absorção, meia-vida plasmática e duração do efeito (TABELA 2).
O “Estudo Observacional da Disfunção Erétil” (EDOS) foi um estudo prospectivo, sem intervenção, observacional, longitudinal e com 6 meses de duração, entre 2003 e 2004, realizado em 9 países europeus. O objetivo do estudo foi avaliar a satisfação com o tratamento para DE, a mudança de tratamento e outros fatores associados. Especificamente na Espanha, 1029 pacientes se submeteram ao acompanhamento. O acompanhamento foi realizado depois de 3 meses e após os 6 meses da data de inclusão. Após os primeiros 3 meses, 96,5% do grupo de uso de Tadalafil relatou uma melhora na ereção enquanto o Sildenafil demonstrou uma resposta positiva por 85,7% dos pacientes e o Vardenafil por 87,2%. No acompanhamento de 6 meses, não houve diferença estatística para a melhora de ereção entre as amostras de Tadalafil, Sildenafil e Vardenafil (97,5%, 94,7% e 97,3%, respectivamente). No estudo EDOS como um todo, não houve diferença estatística significativa entre a melhora da ereção entre os três grupos tanto no acompanhamento de 3 meses como no de 6 meses.
Tabela 2. Comparação entre Sildenafil, Vardenafil e Tadalafil |
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SILDENAFIL |
VARDENAFIL |
TADALAFIL |
|
Concentração Plasmática Máxima (Cmáx) – ng/ml |
450 |
20,9 |
378 |
Tempo para Cmáx – horas |
0,8 |
0,7-0,9 |
2 |
Início da ação – minutos |
15-60 |
15-60 |
15-120 |
Meia-Vida – horas |
3-5 |
4-5 |
17,5 |
Biodisponibilidade |
40% |
15% |
- |
Comidas gordurosas |
Reduzem a absorção |
Reduzem a absorção |
Sem efeito |
Efeitos adversos: - Cefaleia, dispepsia e flush cutâneo - Mialgia e dor lombar - Prejuízo visual |
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Sim |
Sim |
Sim |
|
Raro |
Raro |
Sim |
|
Sim |
Raro |
Raro |
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Precaução com uso de antiarrítmicos |
Não |
Sim |
Não |
Contraindicação com uso de nitratos |
Sim |
Sim |
Sim |
Vardenafil é mais potente que o Sildenafil e Tadalafil e possui uma meia-vida maior, aproximadamente 17h. Já o Tadalafil tem ação menor sobre os inibidores da PDE-6 em relação ao Sildenafil e Vardenafil, mostrando assim, uma redução da probabilidade de efeitos colaterais da visão em relação aos outros dois (0,1% para o Tadalafil comparado com os 3% do Sildenafil).
Os efeitos colaterais costumam ser transitórios e de leve intensidade. Os mais frequentes são: cefaleia, rubor facial, dispepsia e congestão nasal. Dor lombar e mialgia são mais frequentes com o uso do Tadalafil. Os efeitos adversos dos inibidores da PDE-5 provavelmente resultam da vasodilatação sistêmica. A cefaleia e o rubor são provavelmente produzidos pela vasodilatação dos leitos vasculares cerebrais e cutâneos, respectivamente. Os efeitos adversos são raros devido a baixa dose dos inibidores em relação a musculatura vascular. Outro efeito adverso possível dos inibidores de PDE-5 é uma perda de visão transitória ou até mesmo permanente, devido a uma afecção denominada neuropatia óptica isquêmica não-arterítica. Não há certeza sobre o mecanismo e o papel dos inibidores nessa afecção.
Os inibidores da PDE-5 são metabolizados primordialmente pela via do citocromo CYP3A4. Sendo assim, inibidores deste citocromo (Ritonavir, Saquinavir etc.) e outras drogas metabolizadas por essa via (Cetonoconazol) retardam a metabolização dos inibidores, aumentando seus níveis plasmáticos. A Rifampicina, inibidor seletivo do CYP3A4, pode reduzir os níveis dos inibidores da PDE-5.