Como sobreviver ao estágio

Por Central Press | 07/01/2016 | Crescimento

Livia Antonelli*

Conquistar o primeiro estágio – e se manter nele - parece mais difícil que passar no vestibular. E muitas vezes é. As escolhas e atitudes do candidato são avaliadas constantemente pelos recrutadores e superiores e, por isso, é importante estar preparado não só tecnicamente, mas também do ponto de vista comportamental. Mas como fazer isso? Primeiro, quem está à procura de estágio deve preparar seus perfis virtuais para possíveis visitas de empregadores. As fotos de balada devem ser publicadas somente de maneira restrita aos amigos, por exemplo. Começar a preparar o perfil profissional desde cedo é um treino importante para a carreira, independente da área escolhida.

Os primeiros passos podem ser dados em projetos dentro da própria universidade, com as empresas juniores, centros acadêmicos e outros projetos que tragam experiência e experimentação. Portais e centros como o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e a Associação Brasileira de Estágio (Abre) são ótimos caminhos para encontrar oportunidades - e aí é importante conhecer o perfil e a cultura da empresa que oferece a vaga. Hoje em dia, pode-se dizer que os papeis estão invertidos e é o candidato que escolhe a empresa - e não o contrário. No entanto, escolher pelo valor da remuneração pode ser arriscado. Fazer estágio não vai deixar ninguém rico, mas vai dar oportunidades de pôr a mão na massa e estar próximo do mercado de trabalho. Ganhando experiências dessa forma é o melhor caminho para conseguir uma posição que tenha uma boa remuneração no futuro.

Também é importante lembrar que fazer estágio não é uma via de mão única. O papel do estagiário é importante para a empresa que o contratou e é preciso corresponder à altura (ou mais, se quiser impressionar). Ter iniciativa, interagir com a equipe, conhecer a cultura da organização e não se limitar ao que é pedido são apenas algumas recomendações básicas. Para começar bem, desde cedo, é vital lembrar que o boletim não se aplica na empresa. Para se sair bem, é preciso realizar o que foi proposto de maneira efetiva e eficiente. Também não há perguntas que não devem ser feitas, pois é melhor questionar os superiores sobre algo que possa parecer trivial que realizar um deslize por antecipação.

Errar também é permitido, mas assumir a responsabilidade pelos erros é essencial. Isso demonstra o caráter e a resiliência, características importantes em qualquer profissional. Outro ponto comum de reclamação é a carga de trabalho. Em vez de reclamar, por que não aproveitar para aprender o máximo que puder? Explorar setores e projetos diferentes, conversar com profissionais de outras áreas e mostrar-se disponível... quanto mais coisas fizer, mais experiência terá. Ou seja, em vez de sentir-se explorado, deve-se explorar!

E claro, pode ser que, mesmo depois de toda pesquisa, processos seletivos, entrevistas e experiências na empresa, o estágio não dê certo. Acontece. É parte desse processo entender e analisar a situação para tirar o melhor proveito dela e não repetir os mesmos erros. O ideal é ter a certeza de fazer todas as tentativas que puder antes de desistir da vaga para não se arrepender depois. Essa fase da vida é cheia de experimentações, tentativas e aprendizados que ajudam a trilhar o caminho do autoconhecimento e acumular experiências profissionais e para a vida pessoal.

* Livia Antonelli é analista de Recursos Humanos e responsável pelo programa trainee do Grupo Positivo.