Como estou me construindo neste curso...
Por RAFAEL LUAN FERREIRA DA COSTA | 06/06/2017 | PsicologiaQuando eu entrei na psicologia, imaginava um curso onde os professores assumiriam uma posição de psicólogo e deste o início eu queria logo nas primeiras aulas explicações práticas de como era o trabalho do psicólogo, eu queria tudo ao mesmo tempo e logo. Aos poucos eu fui percebendo que assim como em tudo, a psicologia também tem um roteiro que acompanha o amadurecimento do estudante no curso, assim como o próprio currículo.
Atualmente, muito envolvido com a minha monografia sobre pessoas em situação de rua, eu entendo a minha Psicologia Behaviorista não só como uma maneira de ver a Psicologia Behaviorista mas sim como PSICOLOGIA.
Tenho um trabalho que não tem hora, posso estar na aula e o meu telefone tocar, sempre urgente, e eu ter que quebrar a concentração da aula para atender a demanda do trabalho. Me frustra programar um horário extra de estudo e ser interrompido pelo trabalho, como quase sempre acontece nos finais de semana, sim, eu também trabalho sábado e domingo, mas não é escolha minha, é responsabilidade do meu cargo, mas entendo ele como um “mal” necessário para poder pagar o curso e a realização deste sonho.
Venho aumentando as horas de estudo em casa, lendo e juntando artigos na minha área behavioristas mas sem abandonar a Psicologia Social que a cada dia se torna mais presente na minha vida acadêmica e fora dela também, leio quase tudo que é indicado pelos professores e leio muito estudos e pesquisas que eu encontro pela internet.
Tenho me empenhado muito nos estudos para seminários porque eu acho importantíssimo, seminário é a atividade que mais se aproxima de um sistema de avaliação coerente. Respeito os meus limites de ser humano quando não consigo responder algo que me é cobrado em avaliações porque sou muito cobrado pelo meu chefe, pelo sistema de avaliação da faculdade e também por mim, mais ainda por mim, mesmo respeitando a exaustão.
Tenho o cuidado de não deixar o conhecimento que eu venho acumulando durante os semestres subir a cabeça e me sentir um Deus, como infelizmente acontece com alguns colegas da minha própria área. Eu venho me empenhando, cada dia mais, ainda não estou satisfeito com a quantidade de horas de estudo que tenho mas fico feliz quando, como agora, viro a madrugada estudando e produzindo para poder entregar atividades no prazo, embora que as vezes estendido.
Psicodrama
A atividade realizada na sala de danças do Colégio Luciano feijão, acompanhado pela Professora Solange Melo, representou um momento de descontração acompanhado de muito conhecimento. Descontração porque o Psicodrama possibilita que o indivíduo possa se expressar e muitas vezes rir de situação que são cotidianas. Ter um dia estressante e participar de uma atividade em grupo, guiado pelo psicodrama é muito bom.
Poder se expressar a partir da do drama, sendo isso dentro de um ambiente onde há a análise do comportamento individual que é feito respeitando os seus aspectos individuais e relacioná-los com os aspectos individuais do grupo foi realmente uma experiência fantástica. Uma mistura de egos entrelaçados, mostrando aspectos nossos, individuais, eu me sinto bem só de falar sobre essa experiência.
Mos momentos finais da atividade veio o compartilhamento, a partir da criação de uma história desenvolvida por nós mesmos onde cada um pode se projetar nela e dar retorno desssa projeção no grupo que nós fazemos parte há mais de 4 anos, um dos momentos mais importantes, momento em que nós compartilhamos sentimentos e nossas vivências, a medida em que a cena, a história acontecia.
Eu tenho uma dificuldade muito grande de falar sobre mim, me senti livre para poder contar a história, a minha visão de vida, sem perceber, na história de outra pessoa. O melhor de tudo é se dar conta de que a gente estava se projetando na atividade quase que no final e pude refletir sobre a minha vida. Foi fantástico, me senti bem o resto da semana inteira. Foi muito bom poder se colocar em interação com o outro, este que eu conheço há quatro anos, e vou conhecendo a cada dia mais e cada dia mais apredendo a respeitar, meus colegas da faculdade.
Como estou me construindo neste curso. Considerações sobre ser estudante de Psicologia
Intervenção institucional
A atividade de intervenção institucional foi algo estranho, foi como se você entrasse em contato com as mesmas ferramentas, sons, feijão, café, perfume e etc, utilizados durante a intervenção, e no decorrer perceber que, definitivamente, o que eu entendo e a relação que eu faço sobre o café é totalmente diferente da que os meus colegas fizeram.
Durante a intervenção eu tive a sorte de ser acompanhado pela Cris, que é uma pessoa que faz parte do meu circulo de amigos, ela me conhece um pouco mais.
A primeira parte da atividade é ser vendado, eu que tenho, tento, ter controle de tudo, me vi sendo vendado pela Cris e me entregando a ela. Quem tinha o controle sobre o meu corpo e sensações era a Cris, eu simplesmente amei. Do fundo do coração, me permitir ser guiado, “cego”, representou para mim a confiança que o cliente passa para o Psicólogo na medida em que o vinculo é construído. Poder participar disso tudo e identificar as minhas limitações, confiar nas pessoas, por exemplo.
Atividades como essas são a possibilidade de se avaliar como Psicólogo em formação e propiciar a si mesmo um diagnóstico preciso sobre a sua própria vida.
Eu nunca pensei que iria gostar tanto de fazer esta disciplina.
Intervenção Comunitária
A intervenção comunitária foi importante porque a proposta da Intervenção comunitária tem como característica se voltar para as problemáticas do grupo, no caso, o nosso grupo de universitários. A ideia de intervenção comunitária foi tão concisa no nosso grupo que permitiu que alguns dos participantes do grupo pudessem compartilhar como se sentem com o algumas praticas dos grupos, momento muito importante para a nossa comunidade acadêmica tendo em vista que a cada dia que se passa cresce a necessidades de momentos dentro da grade curricular que possibilitem essa manifestação, o reconhecimento do meu papel dentro do grupo mas a relação que eu tenho com o papel do outro e como este me afeta.
Outra parte importante da atividade de intervenção comunitária foi poder compartilhar com a colega que tinha uma reclamação a fazer e poder passar pra ela que eu também me sentia assim, e muitos da antiga sala b também sentia, algo que pode ser confirmado com qualquer um dos mesmos.
Ínsito, a disciplina de intervenções grupais foi a melhor coisa que nos aconteceu.
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