Como compreender Sartre

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 19/08/2012 | Filosofia

Sartre.

 

Influenciado por Kierkegaard.

Também por Heidegger.

Disse categoricamente o ser é o nada.

Compete ao individuo escolher sua vida.

De acordo com a que achar melhor.

Porque além dessa escolha.

Nada mais tem sentido.

A existência precede a essência.

O homem não nasce bom nem ruim.

 

Primeiro o homem existe.

Afirmou Sartre.

Posteriormente define seu projeto.

O mesmo é definido nas condições históricas.

O homem existe primeiro.

Sem nenhum objetivo.

Do mesmo modo sem definição.

Encontra se no mundo sozinho.

Completamente desamparado.

A única instituição que lhe permite.

Alguma proteção é a família.

Tem contra ele mesmo.

O Estado e a sociedade.

A reação para dar sentido à vida.

Encontra se apenas na experiência.

É bom que homem saiba que todos.

Estão contra ele.

Querem levar vantagem a seu respeito.

Principalmente o Estado.

O homem encontra abandonado.

Preso a um imenso vazio.

Quem não conseguir Institucionalizar-se.

Na lógica do Estado.

Transformará completamente em um miserável.   

 

Disse certa vez Aristóteles.

A respeito da ética.

 O  homem foi criado.

Para cumprir algum objetivo.

Que a realização da vida humana.

Consiste nessa meta tão somente.

Sartre contra argumenta.

Não existe Deus.

Isso é um fato consumado.

Então o homem é que tem que decidir

O que quer ou não.

A maioria dos homens não tem  opção.

Eles não podem escolher.

Fica com o que é possível.

E o que é alcançável por  eles.

Simplesmente horrível.

 

Mas existe outra lógica.

No pensamento de Sartre.

A condição do homem.

Na sua relação com a natureza.

Ele não é obrigado a nada.

Toda obrigação resulta do interesse.

De uma determinada ideologia.

Motivo pelo qual o homem.

Não é livre.

Não poderá ser livre.

A não ser na intuição do seu pensamento.

O homem é tão escravo.

Que o mesmo é obrigado a escolher.

Mas torna-se  mais escravo.

Quando escolhe fruto da ideologização.

Institucional.

 

O fato da condição do homem ser sempre obrigado.

É um princípio de ontologia filosófica.

Na verdade a condição da liberdade.

É quase como uma condenação.

 Com efeito, a liberdade é radical.

Afirma Sartre.

Então não pode responsabilizar a Deus.

Por outro lado, a natureza humana.

Fazer isso constitui numa atitude de fé.

Ou responsabilizar a  outro homem.

Individualmente.

 A culpa não é de certo modo pessoal.

O mundo não ruim porque existiu.

Um determinado homem.

 Ou pelo contrário bom.

Porque nasceu Jesus Cristo.

Pensar desse modo.

É ser mal intencionado.

 

Pensar do modo certo diz Sartre.

Leva ao homem.

Ficar angustiado.

Pelo seguinte motivo.

Explicarei.

Angustia nascerá da consciência.

Da responsabilidade de cada um  de nós.

Tudo o que fazemos.

Afeta não apenas nós mesmos.

Mas a todos os homens.

 

Quando fazemos uma escolha.

Não é apenas uma preferência.

Mas uma afirmação ao mundo.

É assim que a vida deve ser levada.

 

A segunda grande questão.

É o fato de o homem estar abandonado.

É embaraçoso a não existência de Deus.

Estamos sozinhos.

Sem ajuda, desprotegidos.

Não existe lógica.

 Nem  mesmo nas questões  morais.

O mundo é um verdadeiro assombro.

Mas o que é triste mesmo.

É o desespero.

Quando o homem percebe.

Que é apenas um produto da natureza.

Que o agir e o ser.

Não tem nenhuma finalidade.

Não existe expectativa.

Não há providencia.

Temos apenas que confiar.

Que podemos interferir.

Com a nossa própria vontade.

O resultado da nossa ação.

A grande mensagem dada por Sartre.

É que o destino do homem.

Encontra tão somente dentro dele mesmo.

 

Quanto à relação do homem.

Com a natureza.

A vida animal.

E a finalidade de todos.

Na mesma.

Não existe nenhuma diferença.

Refere se a lógica da natureza.

Que é a mudança de estado.

Por meio de mecanismo químico.

Um  homem morto.

Posto ao túmulo.

E um inseto morto.

Exposto a natureza.

Tem para a mesma.

Igual finalidade.

Transformá-los  em nada.

Como se nunca tivessem.

Existidos.

 Essa é a dimensão mais profunda.

Do nada.

Elaborado por Sartre.

O homem é na perspectiva da sua essência.

Absolutamente inexistente para o futuro.

Individualizado.

 O ser é o nada.

 

Edjar Dias de  Vasconcelos.