Comidas exóticas
Por Romano Dazzi | 11/12/2009 | Crônicas
262 - COMIDAS EXÓTICAS
Ainda no ano passado, eu estava na Holanda, com minha esposa, e sentimo-nos de repente mortos de fome.
Uma lojinha, porta e janela, apresentava na vitrine as amostras de uns cinqüenta pratos, todos apetitosos e diferentes.
Ficamos com um pouco de receio, porque uma longínqua invasão de indonésios – vindos da antiga colônia das Índias Ocidentais - inseriu muitas comidas exóticas no cardápio, antes bem europeu, dos descendentes de Nassau
Conversando, trocando idéias, brincando, um pouco preocupados com o que cada prato poderia conter, acabamos concordando que um deles (o terceiro, partindo da esquerda, da quinta fila, partindo da frente) era o ideal.
Eram uns croquetes bem caprichados, lindos de morrer, que davam água na boca.
Bem: e agora?
Como se diz em holandês “croquete?”
Não constava nos nossos guias .
Afinal, nos não sabíamos o nome nem em alemão, nem em inglês; imagine-se em holandês!
Matutamos, matutamos, mas não chegamos a uma denominação correta. .
O dono, visto o nosso embaraço, começou a indicar os pratos, um por vez:
Ele do lado de dentro, nós do lado de fora, usando de pantomima, de mímica.
- É este?
- Não, mais a direita!
- Este?
- Não, uma fila para cima!
- Este?
- Não, não! Mais para baixo!
Depois de umas oito tentativas falhadas, ele estava perdendo a paciência e nós, ficando envergonhados, quase a ponto de aceitar qualquer coisa, para pôr fim ao embaraço,
De repente ele, por inspiração ou por sorte, apontou juntamente o prato que queríamos.
- É esse, é esse!
Pagamos, embrulhou o pratinho e então perguntamos:
Como diabo se chamará isso em holandês?
E ele, imediatamente, entendendo nossa dúvida: - Croquetten!
E por que raios não disse isso antes?
Caímos na risada os três.
Há coisas bem inteligíveis, na terra de Maurício de Nassau...