CIÊNCIA DA VENDA
Por ERIVAL MEDEIROS COSTA | 10/03/2011 | AdmComo ser um bom vendedor, quando existem tantos tabus e normas sobre esta profissão tão antiga? Fui vendedor externo por mais de vinte anos, não estou aqui para me queixar, mas para evidenciar alguns exageros na arte de vender, que poderia ser amenizado na hora de se expor um determinado produto. Cabelo cortado, barba feita, terno e gravata e outros requisitos sempre foram tidos como norma para ser um excelente vendedor. Muitas vezes basta o conhecimento técnico e prático de um determinado produto para se obter uma boa venda, não necessariamente uma auto-apresentação. Nesses anos em que estive a vender, notei que o cliente em potencial nunca está preocupado com o que o vendedor está vestindo ou sua aparência, mas o que está lhe oferecendo. A desenvoltura no decorrer da venda só depende do vendedor não importando mais nada. Se repararmos pelo lado prático, ele tem que estar emocionalmente bem, não se preocupando com seu traje ou aparência. Às vezes essas preocupações impedem que o vendedor possa fazer uma boa venda, pois ele não se sente a vontade com tais requisitos. A experiência em vendas me mostra justamente o contrário, me sinto a vontade, relaxado, estimulado e tranqüilo para conversar sem qualquer inibição, pois estou no meu habitat natural, sem artifícios que só me prejudicaria na minha intuição, ousadia e determinação em vender tal produto. Já trabalhei numa determinada empresa que exigia esses procedimentos. Quando souberam que eu vendia de forma diferente, fizeram uma reunião para exigir explicações. Em dado momento indaguei: a loja antes da minha chegada vendia R$ 4.000,00 e hoje só minha venda mensal era de R$ 20.000,00. Perguntei se era melhor com normas ou sem normas? Como não obtive uma resposta satisfatória continuei, a venda se caracteriza pela observância do cliente em potencial, cada caso é um caso, não existe normas nem referências para vender, é só você e o cliente. Um bom vendedor tem que estar preparado para agir nas adversidades que aparecem. Eu sou vendedor e isso é um dom especial, consigo vender qualquer coisa não importando o valor nem mesmo a qualidade. No início dos anos noventa fui o melhor vendedor da coca-cola, quando saí daquela rota de venda, ela perdeu as vendas para um depósito do bairro. Numa loja de colchões da Ortobom elevei todos os índices de venda. Em material de construção como vendedor externo vendi um produto encalhado há cinco anos na prateleira. Então tenho propriedade suficiente para expor minha opinião sobre esse assunto que ainda hoje me causa insatisfação. Quando entro numa loja como comprador, não estou interessado no que o vendedor está vestindo ou se tem barba ou não, quero apenas que ele me ofereça o que tem de melhor naquela loja e que me atenda com presteza e educação. Nada mais importa.
Parnamirim, 10 de Março de 2011
Erival Costa