Cid Nardy: ao mestre com carinho
Por Renato Ladeia | 26/12/2010 | CrônicasMeu primeiro contato com o Cid Nardy foi através de sua dissertação de mestrado sobre cultura organizacional, a qual utilizei como referencial teórico em minha dissertação sobre o impacto da cultura nos sistemas de remuneração.
Tempos depois nos encontramos por acaso em um colégio paulistano para participarmos de palestras sobre carreiras profissionais. Houve uma inversão na ordem das palestras e fomos apresentados para discutirmos quem iria fazer a palestra em primeiro lugar. Lá estava o Cid Nardy que eu conheci pelo seu trabalho acadêmico. Era um sujeito alto, com vasta cabeleira branca, aparentando mais idade do que realmente tinha. Sua simpatia era irradiante, sua voz tinha uma entonação suave e calma. É claro que entabulamos uma boa conversa e quase nos esquecemos das palestras. Lembro-me ainda que o Cid estava preocupado com mais dois compromissos à tarde e até brinquei com ele sugerindo que deveria "pegar mais leve", que a vida era curta.
Algum tempo depois eu tive o prazer de convidá-lo para uma palestra na FEI sobre o seu livro "Desafios da Mudança" e também por outro motivo muito especial: ele foi aluno da FEI-ESAN, em São Paulo no curso de Administração. É dispensável falar que a palestra foi muito bem conduzida pelo Nardy e ele se sentiu bastante emocionado por participar de um evento na instituição em que ele se graduou como Administrador. Apesar de ser também engenheiro, era na carreira de Administrador que ele se identificava mais profundamente, fato que o levou a participar durante longos anos da diretoria do Conselho Regional de Administração.
Foi, portanto, com tristeza que soube, através de um amigo comum, o prof. José da Cunha Tavares do seu falecimento. Foi realmente uma pena que o Cid tenha partido tão cedo, quando ainda tinha tanto para contribuir com o ensino de Administração e com a formação dos nossos jovens.
Seu nome me fez lembrar o herói espanhol El Cid, cuja nobreza de caráter era cantada em prosa e verso. Dizia-se que era um tão nobre súdito para tão pouco nobre rei. Sobre o Cid tenho a dizer que era um tão nobre mestre para uma vida tão curta.
Renato Ladeia
FEI