CIBERCULTURA, TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E EDUCAÇÃO

Por Manoel Huires Alves | 14/07/2011 | Educação

CIBERCULTURA, TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E EDUCAÇÃO

Manoel Huires Alves


Vivemos na era da cibercultura. E neste mundo globalizado, a principal moeda é a informação, sendo a internet uma fonte inesgotável de variadas informações.

Os séculos XX e XXI são marcados por inúmeros avanços tecnológicos, dentre os quais, destaca-se o aperfeiçoamento do conhecimento informático, contribuindo, pelo acesso às diversas ferramentas de informática, a interação entre cibercultura e educação.

O terceiro milênio se aproxima e as transformações sócio-econômicas, políticas e, sobretudo, educacionais exigem que as instituições de ensino se adaptem a um novo contexto social, pois vivemos numa sociedade tecnológica em que a quantidade e a velocidade de informações é muito grande, ao ponto de provocar mudanças na nossa maneira de ser, de pensar e de agir.

Em plena era da informática, a escola não pode ignorar as profundas alterações que as tecnologias da comunicação e informação introduziram na sociedade contemporânea e, principalmente, trabalhar sem perceber que as mesmas criam novas maneiras de "apreender", "aprender" e "compreender".

E é agora, e já, que a interação entre escola e cibercultura mostra-se fundamentalmente importante, pois, é na cibercultura que encontramos uma grande gama de informações em constante mudança, enquanto que, na escola, as informações seguem a rigorosidade das fontes. E a interação ocorre quando a escola usufrui dos recursos tecnológicos da cibercultura e ensina os alunos a constituírem seu conhecimento, partindo de suas próprias experiências pessoais, de livros e das informações do ciberespaço, ou seja, da internet, socializando assim a relação do sujeito com o saber.

Enfim, a interação entre cibercultura e educação expressa também a interação entre homem e máquina. Neste propósito, é preciso reinventar a escola: uma escola que alie o saber ao prazer, que faça uma conexão entre tecnologia e a educação, que possibilite a transversalidade, ou seja, a diversidade, para que entre em consonância com os avanços sócio-econômicos e o novo momento que o mundo apresenta: momento de mudanças e de transformações.

Mas, jamais nos esqueçamos disto: a utilização do ciberespaço (internet), assim como outros instrumentos tecnológicos, deve ser norteado por uma armadura de ética que preconize o bem comum da coletividade - em contrapartida da ideologia de cada um - pois, se quisermos que algo aconteça de forma consciente e de forma verdadeira, promovendo uma possível mudança dos estigmas sociais, devemos nos apresentar claros para todos.


E-LEARNING - MODALIDADE DE ENSINO A DISTÂCIA (EAD)


Podemos definir o termo e-learning* como um resultado da combinação entre o ensino e a ajuda da tecnologia com o ensino a distância. Hoje em dia aplica-se a este
termo toda forma de ensino ou formação mestrada através da internet ou intranet como veículo de comunicação entre alunos e professores.

Certamente o e-learning não veio para substituir o ensino presencial, ele surgiu para adicionar novos significados à aprendizagem e explorar as possibilidades na difusão do conhecimento e da informação para estudantes, para abrir novos horizontes para a distribuição e partilha de conhecimentos e democratizar o saber para as camadas da população com acesso às novas tecnologias, proporcionando-lhes disponibilidade do conhecimento, a qualquer hora (tempo) e em qualquer lugar (espaço).

Nesta modalidade de ensino existem duas maneiras, distintas, de ensinar: um síncrono, que ocorre quando o professor/tutor e o aluno/formando estão em aula ao mesmo tempo, interagindo por meio de tecnologia - telefone, chat, vídeo-conferência e web-conferência - e o outro, assíncrono, onde nem o professor/tutor e nem o aluno/formando estão em aula ao mesmo tempo, podendo se comunicar por meio de e-mail e fórum.

O e-learning tem as suas vantagens como também tem suas desvantagens. Entre suas vantagens podemos citar: inovação em processos de formação, redução e racionalização dos recursos, flexibilidade do processo de ensino-aprendizagem do tempo e do espaço, auto-formação, formação para activos, interactividade facilitada, distribuição rápida dos conteúdos e ritmo personalizado. Das desvantagens, as mais conhecidas são: Ausência de relação humana formador/formandos, conteúdos mais generalistas, contingência tecnológica (largura de banda e terminais), reduzida confiança - ainda - neste tipo de estratégias educativas e custos elevados dos cursos e do material.

Dentro desta perspectiva temos no Brasil varias empresas que usam o e-learning como plataforma de ensino a distância. Dentre elas estão a CIATECH e a CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), onde a primeira celebra um crescimento de 25% com faturamento próximo dos R$ 13 milhões em 2009 e agora pensa ganhar o mercado mundial. Sobre o ensino a distância e o e-learning, Alex Augusto, CEO da Ciatech, faz o seguinte comentário: "O mercado de educação a distância está apenas engatinhando e estamos inovando para iniciar um novo ciclo. Queremos oferecer mais do que o convencional para o negócio do cliente. Estamos trabalhando num modelo baseado no mapeamento e na criação de uma solução que une o e-learning ao modelo de negócio da empresa."

Acredito que o e-learning seja uma forma de ensino que veio para revolucionar o nosso sistema educacional, pois tudo que era complicado vem se tornando acessível, fazendo com que o Brasil possa chegar ao mesmo nível dos países desenvolvidos em relação à educação.



* Originalmente electronic learning, ou seja, o ensino ou aprendizagem com a ajuda de sistemas electrónicos.