Cheguei aos 24 anos...

Por Alexandre Nascimento Pinheiro | 06/03/2017 | Crônicas

E de repente abro meus olhos e então percebo um fato inusitado, cheguei aos 24 anos de idade. Para muitos a expectativa de aniversariar é uma dádiva de renovação e para outros apenas uma data a qual planta-se uma florzinha no jardim da primavera.

O que muitos esquecem é que a chegada desta idade pode ser sinônimo de indecisão e também de cobranças. Há uma imposição familiar, social e também de si próprio quando se tem 24. Você terminou a faculdade? Você está num relacionamento e pretende constituir família? Você já comprou seu carro? Casa? Você está tendo sucesso em sua carreira?

Nessas horas a gente se pergunta: o que eu vim fazer nesse mundo?

Já se perguntaram que talvez carregamos um peso que não seja nosso? Que as esperanças depositadas a partir do primeiro dia de nossos suspiros não serão correspondidas? 

Pois bem, cheguei aos 24 e percebi que eu sou uma pessoa comum, cheia de defeitos, com buracos extremamente profundos que podem ser chamados de falhas e que talvez as esperanças depositadas em mim nunca passaram de mera expectativa.


Isso mesmo, não é querendo magoar alguém próximo ou então deixar todos em desespero, mas o que importa nessa idade não são cobranças e sim experiências vividas.


A vida é vivida uma única vez, e só você pode vivê-la, então qual o motivo de se subordinar a expectativas dos outros a não ser para se frustrar? Adoro quanto me perguntam de minhas experiências em uma comunidade Calunga do estado de Goiás, ou quando me perguntam sobre ter participado de congressos e seminários em outras cidades, das viagens inesperadas para o Rio de Janeiro, réveillons e carnavais atrás do trio elétrico na Bahia, festivais de músicas em São Paulo, ou então de feijoada em Cuiabá (pasmem mas existe feijoada com samba em Cuiabá).


Bom, o que eu quero dizer é que na vida você não vale pelo que você tem e sim pelo que você é. Um diploma na melhor instituição de ensino não te faz um ser humano melhor, morar em mansão não te faz ser uma pessoa melhor, comprar amizades não te faz uma pessoa melhor ou um verdadeiro amigo.


Na vida, o que te faz ser melhor será sempre o que vem de forma singela, gratuita e de bom grado. Pequenos gestos são essenciais e mais valiosos que demonstrações financeiras. Bobo é aquele que acredita valer por aquilo que tem e não por aquilo que é.

Eu, ao contrário de muitos, só consegui um patrimônio milionário chamado de coleção pessoas. Pessoas que querem meu bem. Pessoas que valorizam minha amizade e opinião verdadeira. Pessoas que me deram ou pediram um conselho. Pessoas que conheci em boates, bares e ou viagem (sou ótimo nesse último aspecto). Pessoas que levarei para a vida!


Cheguei aos 24. Cheguei de me importar com as cobranças e o perfeccionismo. Cheguei na fase de ser feliz. Cheguei!