Chaplin, risos na ribalta!
Por Edson Terto da Silva | 23/02/2011 | ArteEdson Silva
Sempre lembro do genial Charles Chaplin, mestre do riso e da emoção. Não é fácil traduzir mesmo com milhões de palavras o que ele fazia magistralmente com poucas imagens em preto e branco, sem palavras, pois um fundo musical bastava. E são tantas cenas, uma delas se repetia diversas vezes no filme "O Circo". Do nada, como diz a juventude, o próprio Chaplin aparecia levando "carreirão" de um burro, com uma música surpreendente e hilária de fundo.
Aquilo era festa pra mim e meu filho caçula, que não tinha nem cinco anos e ficava acordado até tarde e me esperava para assistir ao Festival Charles Chaplin, mesmo sabendo que eu gravaria o filme para vermos depois. E são tantos momentos Chaplin para desopilar o fígado com gostosas gargalhadas. No próprio "O Circo", uma perseguição policial sobre picadeiro rotativo, com direito a vários tombos provocados pelos cones deixados como barreiras faz rachar de rir.
E o Chaplin se candidatando a palhaço, mas se desmanchando de rir de colegas que se apresentavam e competiam pelo mesmo cargo? E isto na frente do pretenso patrão, o dono do circo, que em certo momento tomba de traseiro no chão, pois Chaplin tira, sem querer, sua cadeira. Lógico que o tombo resulta em demissão antes de contratação e os demais candidatos rolam de rir do (quem sabe?) futuro patrão.
E são tantas cenas hilárias de outros filmes, como a que Chaplin enfia um cachorrinho dentro da calça para entrar num clube dançante. Em dado momento, o rabo do cão rasga os fundos da calça de Chaplin, que está próximo de um bumbo e o abanar de cauda do cachorro toca o bumbo espantando todos. E o operário Chaplin tragado por engrenagens da máquina em "Tempos Modernos"?
No filme, ele involuntariamente aciona a pesada prensa hidráulica, detona o relógio de bolso do companheiro de trabalho, deixa o pequeno relógio do tamanho de um prato e leva-o ao ouvido certificando-se de que não funcionava mais. Coisa banal transformada em tesouro capaz de arrancar o sorriso infantil esquecido no fundo da alma. Sabe, deu vontade de rever Chaplin, lógico que meus filhos, Ney e Diego, eternas crianças, que hoje já são pais, estão convidados para a Sessão Pipocas e Sorridos, acompanhados dos pequenos João Gabriel e Rian.
Edson Silva, 49 anos, jornalista da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Sumaré
edsonsilvajornalista@yahoo.com.br