CHAPADA GAÚCHA:
Por Thamyres Sabrina Gonçalves | 02/09/2011 | GeografiaINTRODUÇÃO.
A geomorfologia é uma disciplina que encanta pela infinidade de oportunidades que pode produzir ao geógrafo na compreensão da paisagem e das formas de relevo bem como a interação de todo esse ambiente natural com as populações o habitam.
Paisagem é a categoria chave da geografia no estudo das formas de relevo embora esta não possa ser estudada dissociada mente das demais categorias geográficas: região, lugar, território e espaço. Todas essas categorias de suprema importância para a ciência geográfica são também de indispensável necessidade para se compreender o ambiente geomorfológico dentro de todo um contexto regional, territorial, espacial.
Entretanto no Brasil a geomorfologia parece não ter recebido da academia
a importância que lhe é devida, isso se mostra perceptível no fato de que os cursos de geografia no Brasil sobretudo as licenciaturas, não se atentam de maneira muito dedicada ao estudo de tais disciplinas como geomorfologia e geologia.
Os trabalhos de campo são para os geógrafos instrumentos de primeira necessidade na sua formação profissional, pois, nos tempos de hoje se torna cada vez mais equivocada a idéia de que professor "é na sala de aula" e pesquisador no campo. Trabalho de campo é a maneira que o acadêmico possui de visualizar o conteúdo ministrado em sala de aula, de perceber, de criar suas próprias concepções do espaço estudado e de ser e se sentir geógrafo, de produzir geografia e desvendar seus mistérios.
É á partir dos trabalhos de campo que podemos perceber "para que serve a Geografia", quais suas complexidades e suas possibilidades e o que á partir dela podemos ser (nós geógrafos). Um profissional precisa ter em sua essência a interação com o seu ambiente de trabalho e já que quanto ao geógrafo esse ambiente é o planeta Terra os trabalhos de campo não podem de maneira alguma deixarem de ser feitos pelos professores e pelos acadêmicos mesmo com todas as implicações que estes trazem tanto para o professor quanto para os alunos e mesmo no ensino básico o trabalho de campo necessita ser uma ferramenta usual ao professor de geografia, pois se a geografia é a visão integrada do mundo é preciso permitir ao aluno que ele veja, caso contrário a visão do mesmo se fará baseada naquela que lhe dissermos ser a mais conveniente e mais correta e fazendo isso estaremos traindo um dos principais ideais da geografia que é a função de "desvendar máscaras sociais" baseando-me na afirmação de Ruy Moreira.
A área escolhida para o trabalho de campo foi à área onde se encontra a chapada gaúcha , que por apresentar uma caracterização morfológica de importância singular sendo a maior chapada do Brasil seria então de grande valor para a disciplina geomorfologia além do relevo, a região possui também uma grande importância para a ciência geográfica no que se refere à biogeografia já que o lugar é composto por uma grande biodiversidade na vegetação, na fauna, na flora, na hidrografia, elementos que inter-relacionam biogeografia e gemorfologia. A dimensão de a percepção subjetiva obtida á partir da análise da paisagem do lugar rico por sua multiplicidade cultural e ambiental permite uma viagem ao passado de maneira que se torna possível compreender o presente e refletir no futuro da natureza e do homem concebendo ambos como parte de um sistema que precisa estar em conexão para que haja um bom funcionamento. A sensação proporcionada pelo espaço natural em Serra das Araras traz uma reflexão sobre o modelo de vida do homem, o futuro da humanidade e o que estamos fazendo de nosso planeta. De toda a interação que existe no globo terrestre desde o núcleo da Terra até as camadas superiores da atmosfera e como somos nesse processo apenas mais um agente, enquanto muitas vezes na condução de ser humano sentimo-nos superiores ao meio ambiente, estudá-lo, compreendê-lo nos faz perceber que as forças naturais têm uma influência sobre nossas vidas que nenhum estágio de desenvolvimento tecnológico e nem á ciência irão anular.
Alexander Von Humboldt é atualmente considerado como um dos fundadores da Geografia, pois, como naturalista e grande viajante, fez relatos de suas viagens, estabelecendo comparações entre as diferentes paisagens e aspectos físicos e biológicos. Através de seu método de observação, estabeleceu a existência de uma interação entre os mais diversos elementos constituintes da Terra, sendo que ocorre uma relação de causa e conseqüência entre eles, o principio da causalidade, conforme comenta De Martonne (1953, p. 13): [...] ninguém mostrou de modo mais preciso como o homem depende do solo, do clima, da vegetação, como a vegetação é função dos fenômenos físicos, como estes mesmos dependem uns dos outros.
LOCALIZAÇÃO.
CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA
Foto: Gonçalves, Thamyres Sabrina.
UM POUCO DA HUSTÓRIA DO MINICÍPIO CHAPADA GAÚCHA
O município de Chapada Gaúcha, antiga Vila dos Gaúchos, teve seu início de povoamento no ano de 1976, quando chegaram os primeiros moradores oriundos do Rio Grande do Sul, pelo projeto PADSA, (Projeto de Assentamento Dirigido a Serra das Araras), que integrava os municípios de Formoso, Arinos, Januária e São Francisco. No ano de 1994, houve um plebiscito no povoado de Vila dos Gaúchos para escolher o nome do novo Distrito, os nomes mais votados foram: Novo Horizonte, Chapada Gaúcha e Serra Gaúcha, como já havia outro Distrito com a denominação Novo Horizonte, automaticamente prevaleceu o segundo nome mais votado, (Chapada Gaúcha). Neste mesmo ano, a Câmara Municipal de São Francisco aprovou a Lei nº 1523 de 19 de dezembro de 1994 criando o novo Distrito de Chapada Gaúcha, tendo seu território desmembrado do Distrito remanescente de Serra das Araras. Em 28 de Janeiro de 1995, foi instalado o Distrito de Chapada Gaúcha, na antiga Vila dos Gaúchos; neste mesmo ano, começou o processo de emancipação do município. Ocorreu um fato inédito no Estado de Minas Gerais, pois, a Chapada Gaúcha foi o único povoado que virou Distrito e Município no mesmo ano, criado pela Lei 12.030 de 21 de dezembro de 1995, onde houve a junção dos Distritos de Chapada Gaúcha e Serra das Araras, criando assim o mais novo município do Grande Sertão Veredas, (CHAPADA GAÚCHA), tendo a Serra das Araras como Distrito. Atualmente o Município tem aproximadamente 10.266 habitantes segundo o último censo do IBGE. O município está situado, no semi-árido do Norte Mineiro a aproximadamente 130 km de distância do município de São Francisco, a 90 km de Arinos, 165 km de Januária, 125 km de Formoso e a 85 km do município de Pintópolis; ressaltando que nem todas as suas vias de acesso são providas de asfalto. Economicamente o município de Serra das Araras possui um desenvolvimento basicamente agro-silvo-pastoril acelerado por o maior produtor de sementes de capim do país . O Município de Serra das Araras conta com um grande patrimônio natural como o maior Parque Nacional da Região do Cerrado, o "Parque Nacional Grande Sertão Veredas", o "Parque Estadual Serra das Araras" e a "Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari" além de preservar suas culturas e tradições realizando uma das maiores festas religiosas do interior de Minas, (Festa de Santo Antônio de Serra das Araras) que é comemorada a mais de 100 anos. Outro grande acontecimento é sediar, "O Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas".
"Lá na beirinha do pocinho de cristal, eu vi como peixinho faz. Para arrumar uma nomorada, ele limpa as escamas, bate as barbatanas, faz cara de quem ama. E ainda mais... sabe o que peixinho faz? Nada, nada, nada, o peixinho nada, nada, nada e nada."
DESENVOLVIMENTO
Nos dias 7 e 8 de maio de 2011 foi realizado no referido local uma visita de campo pelos acadêmicos do 3 período do curso de Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros que em muito pode contribuir para a formação acadêmica desses estudantes, sendo que tornou-se possível com esse trabalho a assimilação prática de conteúdos anteriormente ministrados em sala de aula pelo professor Ronaldo Alves Belém na disciplina Geomorfologia.
Durante o percurso da viagem foram feitas algumas paradas com intuito de que os alunos pudessem visualizar elementos que compõem a paisagem regional e que são também objetos de estudo da Geomorfologia, como, por exemplo, alguns afloramentos rochosos que são de suma importância para a compreensão de toda a estrutura física do ambiente em que se situa, foram feitas diversas analises sobre os componentes minerais presentes em cada rocha e suas formas de organização, também o período geológico em que foram originadas; de grande importância para o conhecimento geográfico foram às considerações feitas pelo professor sobre os elementos biogeográficos do local.
Também durante o caminho da viagem foi possível perceber o quanto prejudiciais tem sido os caminhos pelo qual o homem tem buscado desenvolver sua agricultura, através das extensas florestas de eucalipto que tomam conta da paisagem no lugar da cobertura vegetal da flora nativa. As explicações do professor Ronaldo Belém nos permitiram compreender de que maneira o relevo influencia na escolha do cerrado, das chapadas e daquela região para esse tipo de monocultivo, que é tão prejudicial ao ambiente na devastação dos biomas, na interferência que produz no ciclo hidrográfico, e, sobretudo na qualidade dos solos que se tornam a cada dia mais empobrecidos. Segundo a explicação do professor é justamente a questão gemorfológica um dos principais fatores na escolha da área já que é um lugar plano que não oferecerá dificuldades para máquinas e tratores utilizados na produção das culturas de eucaliptos e pinos. Projeto de desenvolvimento que os administradores políticos e mesmo alguns órgãos ambientais muitas das vezes optam por não tomar medidas de proteção ambiental certamente pelo fato de vivermos em um país que culturalmente coloca a natureza de onde tira todas as suas riquezas como entrave ao desenvolvimento do país.
Cabe ressaltar que a modernização da agricultura por meio dos programas e ações do Estado, responsáveis pela capitalização do campo e da agricultura e agente principal na refuncionalização do território. O Estado permite o desenvolvimento do capital e o aprofundando das relações capitalistas de produção. Contudo, "o capitalismo afirmar-se-ia não eliminando as antigas relações, mas subordinado-as", (GONÇALVES NETO, 1997, p.101). Na região noroeste de Minas Gerais o processo de modernização da agricultura foi promovido pela RURALMINAS e significa o "tempo dos fazendeiros, o tempo da expropriação" (ARAÚJO, 2009, p.142).
A RURALMINAS, representando os interesses das elites estaduais privilegiou grupos econômicos externos a região e adotou a prática de exclusão da população subalterna, despojando-os dos seus lugares. Sem terra, sem casa e sem trabalho as famílias expropriadas das terras as famílias deslocam-se para áreas livres (...) (ARAÚJO, 2009, p.148).
PARQUE ESTADUAL DA SERRA DAS ARARAS
O Parque Estadual da Serra das Araras possui uma área de 11.137 hectares e encontra-se inteiramente inserido no município de Chapada Gaúcha, mais especificamente próximo à Vila de Serra das Araras, no Norte do Estado, administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) abriga uma importante formação vegetacional e enormes paredões de calcário que servem de criadouro e morada para espécies ameaçadas de extinção, como as araras vermelha e canindé, que batizaram o Parque.. Se destaca, pelos gigantescos afloramentos rochosos se projetam para o alto, rodeados por jatobás, aroeiras, perobas-rosa, sucupiras, gabirobas e pequizeiros; cobertura vegetal formada predominantemente pelo cerrado e ecossistemas associados, seus diversos ecossistemas considerados como de preservação permanente (veredas, matas ciliares, nascentes e topos de morros) e seus sítios geomorfológicos que funcionam como habitat e criadouro natural de espécies de araras ameaçadas de extinção (arara-vermelha e arara-canindé), que dão nome a serra. A região é preenchida por inúmeras veredas (cabeceiras pouco profundas), que fornecem alimento e abrigo para a reprodução de treze espécies da fauna ameaçadas de extinção e paisagens naturais de grande valor. Sua cobertura vegetal é formada predominantemente pelo cerrado e ecossistemas associados (matas ciliares e veredas). Dentre as espécies ocorrentes no cerrado, destacam-se aquelas cujos frutos são utilizados pela fauna como alimento: fava d'anta, mangabeira, pequi, jatobá-de-cerrado, araçá, gabiroba, dentre outras. Nas veredas e matas ciliares há presença marcante da palmácea buriti e da pindaíba. A riqueza do cerrado em espécies com frutos e flores comestíveis, bem como os abrigos que o arenito da borda das chapadas propicia contribuem particularmente para a preservação da avifauna, em especial das espécies arara-vermelha e arara-canindé. Entre os mamíferos, o destaque é para o veado-galheiro ou sussuapara, espécie extremamente rara em Minas Gerais, que ocupa as áreas alagadas das veredas, além do veado-campeiro, onça-parda, jaguatirica, gato-mourisco, lontra, tatu-canastra e o tamanduá-bandeira.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como já foi dito, se torna cada vez mais impossível estudar geografia sem aplicá-la em trabalhos de campo, segundo Paulo Freire "é preciso diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz de maneira que, num dado momento sua fala seja sua prática" (Freire,1999). Tal pedagogia da autonomia se mostra completamente aplicável no estudo da ciência geográfica, o geógrafo necessita de uma interação com o seu objeto de estudo, para compreender é preciso sentir, perceber e essa é uma das aplicações do trabalho de campo, trazer a visão do geógrafo a natureza do lugar, o sentimento que este tem a lhe passar através dos seus significados e símbolos.
Este procedimento, como sabemos, não é exclusivo da pesquisa em Geografia, dele se apossam as mais diferentes áreas do conhecimento, sejam classificadas como exatas da terra ou social. No entanto, consideramos necessário resgatar a discussão sob a óptica da produção do conhecimento, esta sem dúvida já iniciada. Desnecessário seria falar da fundamental importância do trabalho de campo na pesquisa geográfica. (SUERTEGARAY, 2002)
A pesquisa de campo constitui para o geógrafo um ato de observação da realidade do outro, interpretada pela lente do sujeito na relação com o outro sujeito. Esta interpretação resulta de seu engajamento no próprio objeto de investigação. Sua construção geográfica resulta de suas práticas sociais. Neste caso, o conhecimento não é produzido para subsidiar outros processos. Ele alimenta o processo, na medida em que desvenda as contradições, na medida em que as revela e, portanto, cria nova consciência do mundo. Trata-se de um movimento da geografia engajada nos movimentos, sejam eles sociais agrários ou urbanos. Enfim, movimentos de territorialização, desterritorialização e reterritorialização.
Um grande número de usuários destas tecnologias desconhece, por formação, a dinâmica da natureza e a complexa articulação com a sociedade, traduzindo suas avaliações a partir de procedimentos de classificação e superposição de forma mecânica. Ao trabalhar nesta perspectiva, que se assenta na perspectiva cartesiana, pois a base de construção espacial destes dados estrutura-se através de pontos/linhas/colunas propõe um gerenciamento do espaço de vida, através de uma síntese da realidade produzida através do que denominamos "empilhamento de mapas ou planos de informações". Tratar-se-ia, neste caso, de um resgate de procedimentos clássicos da Geografia - superposição de mapas - visando a construção da síntese (geográfica), agora feita através de tecnologias modernas mais rápidas, porém mais generalistas que as anteriores. Tudo o que pode ser mapeado com estes procedimentos se expressa em pontos, linhas, polígonos. Uma análise desta ótica de trabalho nos leva à percepção de que estamos trabalhando ainda uma "velha" Geografia, agora, com uma nova roupagem. Toda discussão epistemológica feita ao longo destes últimos anos parece ter, em parte, "afundado" e vivemos novamente o advento do estudo de áreas/regiões que apresentam características internas semelhantes e diferenciadas e que, sobre elas, deve se impor um planejamento, ou gestão. Trata-se, ainda, de perguntar planejar para quem?(SUERTEGARAY,2002).
O que isso quer dizer é que, sem pensar, corremos o risco de nos tornar, de sujeitos do processo, objetos do processo. Isto não é algo novo ou impossível. Neste momento de construção do mundo, a ciência torna-se suporte efetivo do processo produtivo, por conseqüência, seu interesse cada vez mais se torna privado. A gemorfologia é, foi e será sempre um objeto de extrema importância da vida da sociedade, uma vez que atua sobre ela de maneira discreta, despercebida transformando e gerando processos complexos e simples ao mesmo tempo, isto a propósito necessita de um olhar , que saiba interpretar a expressão natural do relevo nessas interfaces da vida do homem reveladas pela geomorfologia do lugar, e este é o olhar do geógrafo.
A Geografia serve compreender á respeito da realidade em que você vive, de quem você é e como reconhecer-se agente de transformação dessa mesma realidade.
REFERÊNCIA:
ARAÚJO, Elisa Cotta de. Nas margens do São Francisco: sociodinâmicas ambientais, expropriação territorial e afirmação étnica do Quilombo da Lapinha e dos Vazanteiros do Pau de Légua. 2009. 244 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Social)- Programa de Pós- Graduação em Desenvolvimento Social, UNIMONTES/ Montes Claros, 2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 11.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
GONÇALVES NETO, Wenceslau. Estado e Agricultura no Brasil: política agrícola e modernização econômica brasileira 1960-1985. HUCITEC: SP, 1997.
http://ecoviagem.uol.com.br/brasil/minas-gerais/chapada-gaucha/
Acesso em 08 de junho de 2011.
http://www.ief.mg.gov.br/areas-protegidas/209?task=view
Acesso em 08 de junho de 2011.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
www.ibge.gov.br /acesso em 16 de junho de 2011.
Instituto Estadual de Florestas
www.ief.mg.gov.br
MARTINS, Geraldo Inácio. JUNIOR, João Cleps. A modernização da Agricultura no Município de Chapada Gaúcha ? Noroeste de Minas Gerais: Notas Iniciais. Anais: 1º Colóquio de Pesquisa do Núcleo de Estudos Agrários e Territoriais (NEAT). Ufu.
MOREIRA, Ruy. Pensar e ser em Geografia: ensaios de história, epistemologia e ontologia do espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2007.
SUERTEGARAY, D. M. A. 2002. Geografia e trabalho de Campo. In Geografia Física e Geomorfologia: uma (re)leitura. Ijuí: Editora da UNIJUI.
World Map of the Köppen-Geiger climate classification. World Map of the Köppen-Geiger climate classification. Institute for Veterinary Public Health. Página visitada em 16 de Junho de 2011.