Chão de giz

Por Leonildo Dutras de Oliveira | 14/05/2012 | Crônicas

Territórios do medo; é deserto, em tempos de guerra! Queremos paz, somos obrigados a lutar. Territórios e fronteiras divididos por chão de giz, homens marcados para morrerem. Mentes vazias, de amebas, lesmas, soldados prontos para a guerra.

A fome que mata; o homem que atira e o alvo da razão.

O mundo de anjos e demônios. Políticos honestos e falácias populares, as pessoas gostam do vulgar, e o vulgar é erudito.

Vozes no escuro; a cruz sagrada, o alicerce da Madame Luíze e suas prostitutas. O mercador de almas e o aliciador da verdade, voraz e faminto. Sonhos perdidos, meninos bandidos, massacres de crianças. Para frente que se anda, rumo ao Norte, em busca dos sonhos, e o Sul é frio!

Brasil, paraíso de fidalgos é como enganar a morte, mas a fome devora, é senhora dos dias e das noites, é feia e vergonhosa, e o Rei comprou todas as almas.

Chão de giz, coração vazio, amargo banhado pelo mar, é um abismo. Giz de cera, marcado e marcando os passos dos homes cochos, mas, os passos precisam ser longos, assim, como a vida.

Rios de sangue, o planalto das Ganges em um mundo de mendigos. Os homens de preto são todos miseráveis e vagueiam de um lado para o outro.