CENTRAL DE RESÍDUOS PARA MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE

Por davi da silveira | 30/11/2016 | Engenharia

RESUMO

Nos dias de hoje é mais do que notável o aumento da quantidade de resíduos gerada pelo homem, fica claro também o total descaso e despreparo dos responsáveis, públicos ou privados, em prover a devida destinação desses resíduos. Cada vez mais, observam-se impactos gerados ao meio ambiente, notadamente pela falta de controle sobre os resíduos sólidos urbanos, em especial o doméstico. Sabe-se do alto custo operacional e logístico na destinação correta desses resíduos, principalmente onde pequenos municípios encontram dificuldades em realizar esse serviço. Mesmo assim, é possível afirmar que a implantação de um sistema de gerenciamento de resíduos é mais aceitável e de fácil implantação em pequenas comunidades, tendo em vista o grau de impacto que gera a mudança ao ser colocado em prática, isso pode ser verificado no quesito de impactos sociais, ambientais, quanto nos aspectos econômicos. Pensando nesse cenário, o trabalho tem como objetivo, identificar e apresentar o modelo de central de triagem de resíduos sólidos adequado para o município de Mato Leitão/RS. Será avaliado o problema ambiental que esse município enfrenta, pois não possui um programa de coleta seletiva e não faz nenhum tipo de triagem de seus resíduos. O trabalho levará em consideração a quantidade de resíduo gerado, avaliado através de uma caracterização e classificação gravimétrica desses resíduos, custo relativo de implantação e operacionalidade da central de triagem e a tentativa de compreender o pensamento de uma amostra da população na escolha do sistema de gestão de resíduos do município, processo esse que será realizado através de questionário a parcela da população. Espera-se com a análise das informações coletadas na caracterização gravimétrica de resíduos, no levantamento bibliográfico e no questionário realizado, definir o modelo ideal de central de triagem de resíduos para o município.

1. INTRODUÇÃO

O grande problema ambiental e social que envolve o homem e o resíduo é tão antigo quanto a sua própria existência, contudo, o volume e a velocidade da geração de resíduos era bastante limitada se comparada com os dias atuais. Com o crescimento acelerado da população, consequentemente houve um aumento na produção de bens e serviços em todos os setores da economia. Isso fez com que a geração de resíduos fosse cada vez maior e que, por conseguinte, são coletados, na maior parte das vezes, inadequadamente, trazendo significativos impactos à saúde pública e ao meio ambiente (COSTA E CAVALCANTE, 2009). A Lei nº 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) passou a regulamentar especificamente a destinação final dos resíduos no país com o objetivo de proteger o meio ambiente e a saúde humana, estabelecendo novos instrumentos de gestão como a responsabilidade do gerador até o consumidor comum; estímulo à reciclagem e à compostagem; proibição do descarte de resíduos sólidos a céu aberto. Agora uma realidade bem diferente dos centros de grandes metrópoles, onde já ocorre um avanço significativo no setor de gestão de resíduos sólidos, os pequenos municípios encontram grandes barreiras ainda a serem superadas. Tendo em vista tais dificuldades como a falta de informações da comunidade, dos órgãos gestores, as dificuldades econômicas, culturais e sociais que envolvem toda a problemática de gestão de resíduos urbanos. Um grande problema enfrentado por esses munícipios é a falta de um espaço planejado e adequado para a devida triagem e classificação dos resíduos que o mesmo gera a escolha de um modelo correto de usina de triagem, onde conseguir fazer a conciliação de custo e desenvolvimento ambiental é a chave para a solução de futuros problemas ambiental que o município pode acarretar ao desenvolverse (SANTOS, 2014). Com base nisso esse trabalho irá apresentar o modelo de central de triagem de resíduos, para o município de Mato Leitão, detalhando definições, modo de operação, principais equipamentos necessários, layout da linha de triagem e estimativa de custos. Para a definição da escolha do modelo, levou-se em conta uma pesquisa bibliográfica, a aplicação de um questionário a um grupo de pessoas envolvida com o 11 tema, e um levantamento gravimétrico para comparar quantidades e características presentes no resíduo do município.

 2.OBJETIVOS

2.1 Objetivo Principal 

Apresentar e definir modelo ideal de central de triagem de resíduos sólidos para o município de Mato Leitão/RS.

2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos podem ser distribuídos em seguintes pontos: I. Apresentar e definir modelo ideal de central de triagem de resíduos sólidos para o município de Mato Leitão/RS. II. Apresentar informações e dados que sirvam de base para escolha do modelo de central de triagem; III. Caracterizar, através de levantamento gravimétrico, os resíduos gerados no município; IV. Entrevistar uma parcela da população e os indivíduos que envolvem-se com a gestão de resíduos sólidos.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Resíduo Sólido

Resíduo pode ser todo e qualquer material sólido que sobra das atividades humanas, ou provenientes da natureza. Conforme a NBR 10.004/04 define resíduos sólidos como sendo, resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. Os resíduos sólidos apresentam grande diversidade e complexidade. As suas características físicas, químicas e biológicas variam de acordo com sua a fonte ou atividade geradora. Fatores econômicos, sociais, geográficos, educacionais, culturais, tecnológicos e legais afetam o processo de geração dos resíduos sólidos, tanto em relação à quantidade gerada, quanto à sua composição qualitativa. Uma vez gerado o resíduo, a forma como é manejado, tratado e destinado pode alterar suas características de maneira, que em certos casos, os riscos à saúde e ao ambiente são potencializados (ZANTA, 2006). A Resolução CONAMA 001/86 no artigo 1, descreve impacto ambiental como: Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições sanitárias do meio ambiente, a qualidade dos recursos ambientais. (BRASIL, 1986). São muitos os impactos gerados pela inadequada disposição dos resíduos sólidos, dadas as suas características físicas, químicas e biológicas, estão, a contaminação do solo e da água (superficial e subterrânea), geração de odores, ou ainda segundo, Fagundes (2009), a atração e proliferação de patógenos e vetores, caso não dispostos de maneira adequada, os efeitos decorrentes da prática de disposição 14 inadequada de resíduos em fundos e ao redor de canais, às margens de ruas ou cursos d’água. Essas práticas podem provocar contaminação de corpos d’água, assoreamento, enchentes, além da poluição visual, mau cheiro e contaminação do ambiente

3.1.1 Classificação

Os resíduos podem ser classificados quanto: à natureza física, a composição química, aos riscos potenciais ao meio ambiente e ainda quanto à origem.

3.1.1.1 Quanto à natureza física Resíduos Secos e Úmidos

Os resíduos secos são os materiais recicláveis, ou seja aqueles que após seu uso e descarte ainda tem algum valor agregado, como metal, embalagens plásticas, papeis, vidro, já os resíduos úmidos são os resíduos orgânicos e rejeitos, onde os orgânicos são a parcela de toda a massa origem vegetal ou animal, ou seja, todo lixo originário de um ser vivo, como por exemplo frutas, hortaliças, restos de pescados, folhas, sementes, cascas de ovos, restos de carnes, e já o rejeito é todo o material em que todas as possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem já tiverem sido esgotadas e não houver solução final para o item ou parte dele (NETO, 2007).

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