Células - O outro lado da moeda (de crente para crente)

Por Richely Fernanda de Oliveira Gomes | 11/08/2016 | Bíblia

Richely Fernanda de Oliveira Gomes 

Reuniões, louvores, estudos, contato pessoal, diversão, multiplicação, formação de novos líderes; tudo muito bom, mas será que funciona mesmo? Nas últimas décadas temos sido inundado por workshops, palestras, retiros e seminários de como sermos uma igreja em células. Foco nos relacionamentos pessoais, mas será que sabemos mesmo como nos relacionar? Joel Comiskey, grande pastor e multiplicador da igreja em células diz que o um dos principais motivos para uma igreja se estabelecer em células é devido ao exemplo bíblico da igreja que se reunia de casa em casa -Atos 2: 46. Um exemplo que realmente deve ser imitado e não é de hoje que a igreja se reuni nos lares para adorar e louvar ao Senhor. Então, o que muda na visão celular?

A visão celular é nada mais que uma estratégia específica de compartilhar o evangelho, que resultou em crescimento significativo da igreja. Tal crescimento ficou tão evidente que cada dia mais outras igrejas tem implantado o sistema em sua cidade. Vários são os pastores e líderes adeptos do mesmo assim como vários são os pastores e líderes contrários a essa visão, muito se fala, se debate, e não poucas vezes nos encontramos no meio do caminho sem saber se somos a favor ou contra a essa maneira de trabalhar. Fato é que a ordem dada no livro de Marcos 16:15, foi dada a mim e você. Como isso se dará dependerá muito de cada igreja, cada liderança e até mesmo de cada pessoa. Mas trataremos de como isso se dá numa igreja em células.

Quem trabalha na visão celular sabe que há roteiros a serem seguidos, estratégias de crescimento e expansão, muita dedicação. Mas diversas igrejas que embarcam nessa estratégia de liderança desistem pelo meio do caminho alegando inúmeros problemas. Falta de motivação, realidade diferente da aprendida nos cursos e workshops, estagnação no processo de multiplicação, falta de pessoas para liderar. Porque uma estratégia tão boa, tão bem articulada por vezes termina em fracasso? Essa é a pergunta que não quer calar. Por vezes nos envolvemos tanto com a estratégia, com a administração que não ponderamos sobre o que vem depois. Quando nos deparamos com aquela pessoa que não fecha a boca nas reuniões não sabemos como fazer para retomar o assunto. Quando as crianças gritam e conversam e choram parecendo disputar com o orador, nos irritamos e na maioria das vezes nos distraímos do assunto. Quando nos deparamos com o mesmo pedido de oração semana após semana nos perguntamos onde está o “poder” que ainda não solucionou aquele pedido! Quando os meios tecnológicos falham, como por exemplo, o computador não faz a projeção, ou o estudo desaparece na tela, ou não se encontra a pasta de músicas cifradas, temos a impressão de que a reunião não acontecerá. Infelizmente temos os nossos dias “ruins” que influenciam e muito nas respostas que damos, no sorriso que oferecemos, no abraço que rejeitamos. Por vezes ainda temos conosco nosso filho rebelde que ainda dá “chilique” para nos acompanhar, temos a conta de luz atrasada, o patrão que passou o dia todo te irritando, mandando e desmandando. Temos o estudo de discipulado atrasado por falta de tempo. Temos a esposa dizendo que há meses pediu você pra concertar a torneira que está pingando e até hoje você não o fez, mas passar horas organizando estudos, escrevendo livros, aprendendo novas músicas isso você faz! Em contrapartida, temos o esposo dizendo que você está grossa e estressada demais, reclamando de tudo que vê pela frente. E todo esse emaranhado de pensamentos e desgostos estão guardados em sua mente, enquanto a reunião de célula acontece porque você não será aquele ou aquela que irá desmotivar o grupo!

Humanidades como essa ficam sufocadas e cada vez mais tomam uma proporção maior. Ninguém falou ou discursou sobre elas no seminário, nas palestras sobre células. Por que? Por que não ministraram os 5 passos para bloquear os sentimentos e pensamentos no período da reunião? A resposta é simples: ninguém sabe como fazer isso! Então não falamos sobre o que não sabemos, e assim fica subentendido que você compreende que terá que lidar com elas sozinho! E não se engane, eu também não sei a solução pra isso!!! Será que as casas daqueles da igreja primitiva não tinham problemas como esses? Será que não havia nenhum filho rebelde, nenhum casal se olhando torto? Nenhum imposto a ser pago? Claro que sim! Mas o diferencial que ocorreu com aquela igreja é que eles conheceram Jesus. Não, Jesus não pagou as contas nem deu uma surra no filho nem tampouco ofereceu terapia ao casal, mas Jesus foi Ele, simples assim. Nele estava a vida e “a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (João 1: 4,5). Não houve problema maior que Jesus, isso foi o que a igreja entendeu.

Antes de se preocupar com a visão celular e tudo o que procede dela, preocupe-se com o fundamento: Jesus! O que ele fazia? Você acha que Ele se importa com todos esses problemas? Acha que Ele os observa e ainda, observa sua reação diante deles? Claro que sim! Foi por isso que Ele veio. E em uma reunião de célula é com isso que Ele se importa. Se você irá comunicar o que Ele sente. Aquele casal se olhando torto, Jesus se importa. E talvez você seja parte desse casal. Talvez as coisas tenham saído do controle, talvez o amor parece ter se esvaído, não conseguem conversar um com outro, o que fazem é brigar e brigar. Será que Jesus está preocupado se o tempo está acabando e você ainda não deu aquele recado?

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