CDLXXV – “VISÃO QUÂNTICA: SE POSSÍVEL CELEBRE SEMPRE SEU ANIVERSÁRIO SEJA NO TRABALHO E, ESPECIALMENTE, COM SUA FAMÍLIA!”

Por Felipe Genovez | 21/06/2018 | História

PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 22.10.2007, horário: 09:00 horas:

Dia do meu aniversário, estava na Corregedoria da Polícia Civil e  a primeira pessoa a vir me cumprimentar foi uma mulher que trabalhava na limpeza do prédio, cujo nome desconhecia, mas como ele viu no mural... Foi um abraço sincero que me tocou fundo. Em seguida, veio a Escrivã Cleide, depois os Delegados Nilton Andrade e Hilton Vieira. Em seguida, ainda de manhã, veio o Delegado Gentil, com aquele seu sorriso contagiante e de bem com a vida, dizendo que era para que eu providenciasse um bolo, salgadinhos, refrigerantes, porque as “mulheres” estavam com vergonha de vir conversar comigo.  Encontrei a policial Ieda na lanchonete “Doce Maria” (rua Felipe Schmidt) que pediu para me dar um abraço.  De retorno à Corregedoria, ainda pela manhã, fui até o gabinete da Escrivã Margarete que aproveitou para me cumprimentar.

Horário: 11:00 horas:

Tinha terminado de fazer a revisão no “pacote” que tratava sobre a “Procuradoria-Geral de Polícia”, porque encontrei alguns problemas que precisavam de algum retoque, além da necessidade de revisar algumas pontos e incrementar melhor a proposta. Não estava interessado se a cúpula da instituição havia aprovado ou desaprovado a ideia, mas a verdade era que trabalhei um pouco  no final de semana e agora estava com o material pronto para mandá-lo para o Delegado Moacir Bernardino da “Assistência Jurídica” para que desse ciência ao Delegado-Geral Maurício Eskudlark.

Chamei o policial “Zico” e pedi que ele levasse o envelope “saco” com a cópia impressa do anteprojeto e mais o disquete, com a recomendação que procurasse o Delegado Moacir Bernardino e se não o encontrasse que fizesse o encaminhamento do material diretamente para o Delegado-Geral ou, em último caso, que deixasse com a secretária dele.

Horário: 13:00 horas:

Estava na Corregedoria da Polícia Civil e descobri que a minha “secretária”, a policial mineira Patrícia Angélica, havia retornado após férias de vinte e quatro dias. O que era pior, voltou doente das Minas Gerais apresentando um quadro de “dengue”. Procurei exercer a arte da tolerância, muito embora no caso dessa minha secretária não era fácil, tinha que ter fôlego...

Horário: 15:00 horas:

Estava na Corregedoria e encontrei as policiais Graziella e  Nora que me felicitaram com beijos e abraços. Perguntei se era preciso comprar alguma coisa, se o pessoal fazia questão e elas em coro disseram:

“Simmmmm!!!!” 

Não era meu objetivo fazer nada, mas pensei no pessoal e na expectativa que criaram com a chegada dos aniversariantes...

Horário: 16:00 horas:

A Escrivã Cleide que era uma espécie de “secretária-geral da Corregedoria que já havia dando entrada no pedido de aposentadoria, veio me reiterar que pretendia fazer a sua plástica. Segundo me disse, seu objetivo é fazer uma lipoescultura, acertando a gordura abdominal e,  também,  consertar um pouco a papada do pescoço.

Horário: 16:15 horas:

Percebi que havia uma ligação de Marilisa no meu celular. Pressenti que ela queria me dar os parabéns. No momento em que estava me preparando para lhe ligar, ela estava me ligando. Fiquei feliz de ver a sua ligação, era um momento mágico, bem diferente de outros tempos, quando meu aniversário sequer foi lembrando pelas minhas secretárias na “Assistência Jurídica (Chrystian e Suzana). Sim, era convencional, mas mesmo nesse plano Marilisa conseguia passar uma energia muito boa e verdadeira. Fiquei imaginando como ela poderia utilizar aquela sua força para uma coisa grandiosa... Ela de imediato foi dizendo que estava me ligando para me felicitar pela data. Interrompi para dizer que estava tentando ligar para ela naquele mesmo instante... Ela reiterou os parabéns, eu voltei à carga perguntando se ela tinha ouvido o que eu tinha acabado de dizer. Ela insistiu que sim: 

- “Estavas ligando para mim neste exato momento!” 

Nesse momento pude mais uma vez constatar como Marilisa se transformava numa pessoa encantada que iluminava a vida das pessoas, trazia boas energias... e ao mesmo tempo fiquei imaginando se isso não tinha um preço para ela, isto é, parecer bem, boa..., sem contar as “breguices” de mulher, das suas “convencionalidades”, de suas desconexões e desligamentos...  Marilisa  comentou que desde o dia anterior estava pensando muito em mim e no meu aniversário... Argumentei que era muito bom estar em no seu coração, ser seu amigo. No final da conversa, Marilisa me perguntou o que eu gostava mais, se era de céu azul ou de dia de chuva. Perguntei se ela queria uma resposta convencional ou quântica. Ela disse que queria uma resposta quântica. Respondi que qualquer das duas coisas ao mesmo tempo, poderia ser boa, pois o importante era saber viver o momento e que se você soubesse transformar um dia de chuva num momento de felicidades, o seu dia seria bem diferente do convencional. Lembrei que tudo dependia da nossa forma de ver as coisas... Marilisa me interrompeu para dizer que queria ser “quântica” e lembrou que ela, seu filho, sua filha e outras pessoas que conheciam possuíam muitas limitações na forma de ver as coisas, não conseguiam ter o equilíbrio necessário para ter uma existência mais verdadeira. Para minha surpresa Marilisa me citou como um exemplo a ser seguido e mencionou meus “projetos” institucionais, esperando que ele se transformasse em realizações, no meu reconhecimento... Interrompi para dizer que disso eu não queria, apenas bastaria que meus projetos viessem a se transformar em realidade. Dei ciência de que havia trabalhado num novo “projeto” sobre a criação da “Procuradoria-Geral de Polícia” que foi repassado para o Delegado-Geral Maurício Eskudlatk.

Marilisa deixou transparecer que ficou muito feliz em saber do “projeto”. Lembrei que a nossa ida até o Deputado Darci de Matos foi uma perda de tempo. Marilisa comentou:

- “Sei, sei, foi nada vezes nada, zero vezes zero, nada mais que zero!”

Concordei, argumentando que só fui até esse parlamentar por uma questão de desencargo de consciência. Ao encerrarmos nossa conversa efusiva, Marilisa comentou que gostaria de tomar um vinho comigo e eu disse que essa era a parte melhor. Fiquei muito feliz por ela ter me telefonado, por ter lembrado de mim, o carinho mútuo era grande, uma amizade sincera e verdadeira.  Acabei comentando alguma coisa sobre ouvi-la em dois procedimentos disciplinares como testemunha...

Horário: 16:35 horas:

A Escrevente Policial Fátima da Delegacia-Geral me ligou para me cumprimentar pela passagem do meu dia. Fiquei pensando: “Puxa-vida, como é que a Fátima foi lembrar disso? Como é que lembrou? Quem disse?” Agradeci.

Horário: 16:40 horas:

A Escrevente Graziela me ligou dizendo que estava na hora de  descer para as festividades do meu aniversário (já tinha encomendado um bolo na “Doce Maria” e tinha ido até o Supermercado Imperatriz do Shopping Beira Mar comprar salgadinhos.  Fiquei impressionado com o número de pessoas que  estavam presentes, quase que toda a Corregedoria-Geral. Procurei me manter tranquilo, apesar da minha timidez e discrição, aguardando o final dos cumprimentos... Os Delegados Gentil e Alber relataram que estiveram no Tribunal de Contas naquele dia acompanhando o julgamento dos processos de aposentadoria do Delegado Valquir e da Escrivã Nádia, relatando que apenas uma Conselheira foi contra. Disseram que o Conselheiro Salomão Ribas Junior fez uma defesa contundente e técnica a respeito do direito dos policiais se aposentarem de forma especial. O Delegado Feijó (Corregedor-Geral) ficou próximo de mim e perguntou se eu iria requerer aposentadoria porque o governo federal tinha um novo projeto de reforma da previdência que iria elevar os limites de idades para aposentadorias no país. Argumentei que não sabia ainda o que fazer, mas que não estava pensando em requerer. Feijó argumentou que iria requerer a aposentadoria para se garantir.

Horáriio: 17:30 horas:

O Delegado Ademar Rezende me ligou para me dar as felicitações pelo meu aniversário. Pensei: “Como é que até o Ademar Rezende soube disso? Retribuí os votos e Ademar foi relatando que estava com os seus sessenta anos e que antigamente uma pessoa com a sua idade era considerada velha, mas que agora mudou.  Aproveitei para dizer que já era agradecido por constatar que muitas pessoas que conheci  não estarem mais neste mundo, desde parentes, amigos... e que aquele momento era algo grandioso.

Depois que encerrei a ligação fiquei imaginando por quais motivos que meu aniversário havia sido tão celebrado? O que tinha de especial? Não fui confirmado no comando do órgão, então, por conta do que estavam celebrando tanto a minha data?  Acredito que nunca iria esquecer meu aniversário de 2007, mesmo que isso fosse uma visão quântica entre eu ser, estar e permanecer num mundo vívíssimo e ao mesmo tempo invisível...