Categorias e tipos de aprendizagem, com exemplos de aplicação em Educação Física Escolar

Por Elionai Dias Soares | 24/09/2019 | Educação

Categorias e tipos de aprendizagem, com exemplos de aplicação em Educação Física Escolar

Autor: Dr. Elionai Dias Soares

Professor de OMF / Anatomia Humana – Cesmac / AL

Curso: Licenciatura em Educação Física – Claretiano / SP

elionaisoares@gmail.com

@soaresbikefit

 

Introdução

O conhecimento das categorias e tipos de aprendizagem em educação física escolar poderá contribuir com a formação acadêmica do professor de educação física na medida em que a prática docente se alinha com o que relatou Myers (1999), ao alegar que tudo aquilo que está sujeito a ser aprendido, pode sim ser potencialmente ensinado. Vale destacar, conforme o autor citado, que a aprendizagem de qualquer nova capacidade, em seu sentido ideal, requer a aprendizagem prévia de capacidades subordinadas que estão envolvidas na nova capacidade, estabelecendo o que foi denominado de “hierarquia de aprendizagens”.

Dessa forma, cabe ao professor procurar proporcionar experiências positivas no processo de aprendizagem dos alunos, que deverão detectar aspectos importantes do meio externo que não faziam parte do seu repertório aprendido, até então. No entanto, conforme bem salientado pelos filósofos Platão, Aristóteles, John Locke e David Hume, essa “experimentação” por parte do discente, também se dá de forma “interna”, uma vez que são passíveis do aspecto abstrato e único, pois cada um aprende de sua maneira. Portanto, o desafio docente será sempre constante e dinâmico, muito embora, também imprevisível, ainda que pautado no planejamento estratégico das ações pedagógicas empregadas.

 

Desenvolvimento

Assim, podemos identificar as categorias e tipos de aprendizagem, com exemplos de aplicação em Educação Física Escolar:

a) Aprendizagem Explícita: resultado de tentativas repetidas, observações ou experiências claramente percebidas. Exemplo: futebol de rua - o menino tenta reproduzir o que assiste na televisão.

b) Aprendizagem Implícita: aquisições realizadas de forma não percebidas. Exemplo: o reaprendizado da técnica de corrida (biomecânica) após a condução de exercícios educativos.

c) Aprendizagem Positiva e Negativa: compreende o aprendizado aceito socialmente como correto, ético etc (fair play), assim como oposto. Exemplo: atitudes de respeito e cordialidade x comportamento ofensivos e preconceituosos em práticas esportivas e/ou competitivas.

d) Aprendizagem significativa: quando novas apreensões ocorrem de forma correlacionada com aspectos relevantes da estrutura pré-construída do indivíduo. Exemplo: curso de aperfeiçoamento técnico ou especialização na área de afinidade de quem realiza o curso.

e) Aprendizagem mecânica: o contrário do conceito anterior, isto é, quando informações adquiridas são desconexas daquelas pré-concebidas pelo indivíduo que se presta a aprender. Exemplo: realizar exercícios ou estudar para a prova quando o tema não apresenta relevância (na concepção de quem realiza a prova).

f) Aprendizagens cognitiva, motora, social, afetiva: é o aprendizado interrelacionado de novas informações, procedimentos, habilidades, comportamentos e sentimentos. Exemplo: os mais diversos possíveis. Podemos citar uma partida de futebol entre amigos, mas que ambos os times relutam em não perder, procurando uma melhor técnica e tática, para sobrepor ao “adversário amigo”.

 

Considerações finais

Considerando o exposto, podemos afirmar que as pessoas aprendem uma mesma atividade de formas e níveis diferentes. Isso se dá por conta de diferentes motivações, afinidades, limitações psicossociais/biológicas e tipos de aprendizagens, como visto nas considerações abordadas. Entender que o “mundo” vivenciado por cada um é único e perceptível apenas no prisma de quem o observa, atribuirá ao aprendizado, diversos significados. Assim, um mesmo tema que desperta grande interesse por parte de um, pode não despertar por parte do outro. No entanto, o aspecto “motivação” é apenas um, dentre tantos mais. Poderíamos salientar, também, a ludicidade, bem marcante nos anos iniciais, onde a criança adquire (rapidamente) conceitos e habilidades, em proporção direta do quanto se diverte. Também vale destacar as dificuldades advindas de necessidades educacionais especiais, onde o indivíduo, na qualidade de discente, precisa estar

diante de uma oportunidade com tempo e condições diferenciadas, mas inclusas, conforme momento atual. Assim, reforçamos a afirmação de estarmos diante, e a todo tempo, de diferentes ritmos de aprendizagens, devendo ser essa reflexão motivo de estudo e dedicação, por parte do professor e por todos aqueles envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.

 

Referências

BARRETO, S. M. G. Crescimento e Desenvolvimento. Batatais: Claretiano, 2014. Unidade 1.

BARRETO, S. M. G. Aprendizagem e Controle Motor. Batatais: Claretiano, 2013. Caderno de Referência de Conteúdo - Páginas de 7 a 33.

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