Castro de Sobrosa
Por Rui Pinho Coelho Pinheiro | 05/04/2012 | HistóriaBreve Nota
1-Introdução
A prospecção realizada no âmbito da Prova de Aptidão Profissional da Escola Profissional de Arqueologia , defendida em Junho de 2000, intitulada “A Cultura Castreja no Concelho de Paredes”, permitiu além da relocalização de alguns povoados castrejos já conhecidos a localização de mais dois, da Idade do Ferro, inéditos àté essa data. Com esta pequena nota pretende-se dar a conhecer um destes povoado, que se localiza na freguesia de Sobrosa, concelho de Paredes.
2-Localização
O Castro de Sobrosa situa-se no lugar da Lomba, freguesia de Sobrosa, concelho de Paredes, distrito do Porto. Apresenta as seguintes coordenadas: Lat. 41º 15`12`` Long. 8º 20`11`` e está a uma altitude de 409m (Carta Militar de Portugal 1/25000, folha 111, 1998).
3-Contexto Arqueológico
A ocupação da região, durante o periodo denominado de Cultura Castreja, no qual o Castro de Baltar está inserido (Entre-Douro-e-Minho) está bem documentado e relativamente bem estudado.
Próximo, do mesmo, temos a Citânia de Sanfins (Paços de Ferreira), e os Castros de S. Domingos em Vilela e o de S. Miguel em Cristelo estes dois últimos situados no concelho de Paredes.
4-Contexto Géo-Morfológico
O Castro de Baltar está localizado no Vale do Sousa, dominado por granitos monzoníticos porfiróides de grão médio e duas micas essencialmente bióticos e onde, em termos de relevo, predominam os “relevos de dureza” que são serras com orientação, sobretudo, NW-SE, embora existem manchas de rochas sedimentares do período Endevónico.
No geral os solos apresentam uma textura ligeira, são permeáveis, ácidos e relativamente pouco profundos e ricos em potássio, sais de ferro e alumínio.
A nível hídrico, o Vale do Sousa é rico, apresentando uma densa malha de cursos de água que acompanham os principais vales que existem na região, tendo o rio Sousa como a sua espinha dorsal.
Climaticamente, caracteriza-se pelas temperaturas amenas, embora, no Inverno as mesmas possam atingir valores negativos(-6) e a precipitação possa ser bastante elevada, sobretudo, de Outubro a Maio (1500mm). Nos meses de Verão, particularmente, em Julho e Agosto, os valores de pluvisiodade atingem o seu limite mínimo.
5-A Estação
O Castro de Sobrosa; povoado atribuível à Idade do Ferro, está situado num cabeço, lugar da Lomba, que apesar da sua altitude não tem as suas encostas muito abruptas. Apesar disto o castro está situado num local com uma óptima visualização da paisagem envolvente.
A nível de estruturas o que se vê são apenas vários vestígios do que parece ser os alicerces de uma série de casas redondas; parcialmente escavadas no substrato geológico que é em granito porfiroide de grão grosseiro de duas micas essencialmente grosseiro; próximas uma das outras e um breve trecho de muralha muito mal consevada com orientação E-W; aproximadamente; constituida por pedras de médio e grande porte toscamente afeiçoadas na sua face exterior.
6-Conclusão
Este povoado da Idade do Ferro, embora não seja de grandes dimensões, insere-se numa forte e densa rede de povoamento que existiu durante o denominado periodo da Cultura Castreja, Idade do Ferro, que importava estudar melhor e compreender as inter-ligações entre estes diversos povoados.
Para estudar estas inter-ligações entre esta intensa rede de povoamento no que denominámos Cultura Castreja era preciso fazer um gigantesco trabalho de prospecção arqueológica para localizar novos povoados ou relocalizar povoados já conhecidos para assim ver realmente a sua dispersão no terreno, ver os recursos que estes povoados teriam disponíveis para a sua subsistência, ver a sua ârea de influência directa ou indirecta e ver a hieriquização desta rede de povoamento.
Bibliografia
Pinheiro,Rui P. P. C(2001)-A Cultura Castreja no Concelho de Paredes,Porto.Prova de Aptidão Profissional apresentada à Escola Profissioanal de Arqueologia (policopiado).
Silva, Armando C. F.(1986)- A cultura Castreja no Noroeste de Portugal. Paços de Ferreira: Museu Arqueológico da Citânia de Sanfins.