CARTA PARA O NOSSO SENHOR

Por Mário Paternostro | 22/05/2010 | Crônicas

CARTA PARA O NOSSO SENHOR



Perdão, por usar seu santo nome às vezes em vão, achando que basta chamá-lo, para que as coisas tenham mesmo sem esforços, solução. Desculpe se ainda penso apenas em materiais e acredito só em coisas tangíveis, esquecendo muitas vezes que devo lhe amar sobre todas as coisas. Não sou distante de seus ensinamentos, é que a vida nos leva para caminhos que nem sempre você pode estar, e assim eu me afasto um pouco, mas guardo os domingos e festas para refletir, muitas vezes em bares. Mas sei que me perdoa!
Tento não cobiçar a mulher do próximo, quando ele estiver por perto, mas nem sempre é possível, pois meus olhos arregalam quando vêem o belo. Perigo, mas o que fazer? Esforço-me sempre para nunca cometer o seu quinto mandamento (não matar), mas quando vejo políticos furtando na famosa cara dura, penso que não vou resistir e vou transgredir suas ordens e convocar o povo para usarmos a Lei de Lynch. Considero não ser pecado roubar o coração de uma mulher, por isso não preciso ser perdoado, mas tenho que muito me confessar, pois desejo coisas que não me pertencem, como por exemplo, as canções do Chico Buarque. Honro sempre meu país (que é minha mãe), mas sou tratado como um filho bastardo por ela, sendo assim, não sou obrigado a lhe pedir a bênção todos os dias.
Sigo minha vida desviando de pedras que colocam em meus caminhos. Tenho que me perpetuar em meu filho, por isso a castidade eu não conto como seu mandamento. Levando em conta a situação, vou fingindo que LA VITTA É BELLA, para que meus inimigos não riam de mim e ainda digo que eles são o que menos vale nesse seu mundão. Perdoe-me, pois de todos os seus filhos eu sou o menor, aquele que está atrás do publicano e para dizer que tenho por você enorme apreço eu digo: PAI NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU...