Carta aberta aos senhores candidatos a cargos eletivos ao poder executivo e legislativo municipal da cidade de Curvelo-MG

Por Arnaldo Vicente Pinto de Carvalho | 20/08/2012 | Política

Sou um cidadão que cumpro como os demais as obrigações para com o município de Curvelo. Sempre por onde passei me interessei pelo  social , me preocupando sempre com o bom andamento do civilismo.

Nunca achei que só o poder público e os políticos são os únicos reponsáveis pelo bom andamento das coisas da  cidade ou localidade onde se viva. Todo cidadão além de contribuir com seu voto ao candidato qua acha mais conveniente, tem o dever de continuar a vigiar, cobrar e mesmo ser mais um a dar sua contribuição para o bom andamento  do bem estar comunitário.

Já fui lider comunitário, presidente de Associações Comunitárias e até incentivador e participante ativo de determinadas campanhas políticas, como a do Doutor Tancredo Neves para Governador e Renato Azeredo para deputado, todos eleitos, e com acesso direto a eles.Já fiz parte de comitês e campanhas municipais também e todas vitoriosas. Morei tembém no exterior e hoje mantenho residência em Curvelo. 

Desenvolvo um projeto com plantas nativas e me instalei em Curvelo há 3 anos. Com um sócio Curvelano e amigo de tempos, montamos uma floricultura (HORTO E FLORICULTURA GAIA). A loja se localiza à Av. Antônio Olinto 949 e o Horto no bairro Ponte Nova. Hoje comercializamos tudo para o ramo de jardinagem, pomar, além das nativas. Damos a nossa contribuição com empregos e impostos.

No dia a dia do meu convívio em Curvelo, como me considero cidadão curvelano, deparei com várias anomalias de ordem pública que me incomodaram, me incomodam e incomodariam a qualquer cidadão que quer bem ao ambiente em que vive. Não sou pessoa que fica pelos cantos a reclamar e sim vou até aos órgãos competentes e exponho o problema e o que penso. Vou ao ao Senhor Prefeito, à Câmara municipal , secretariado municipal e servidores municipais. Dou até idéias, não pensando em serem as certas, mas quem sabe as são!

Tenho 63 anos de idade e larga experiência de vida civilizada, diga-se de passagem. Abordarei vários tópicos, inclusive um que diz respeito direto ao meu comercio e que tem nos  prejudicado demais. Vou tocar primeiro nesse assunto e a seguir outros, para não se ter a impressão que estou pensando só em resolver meu problema. Como trabalho com plantas, sou atingido em cheio pelos caminhões de plantas que se instalam em plena avenida central, nos pontos nobres da cidade. Não só o meu segmento comercial, mas dezenas de outros são atingidos por comerciantes ambulantes que não tem nenhum compromisso em pagar impostos e dar emprego. Vêm, se instalam nas avenidas centrais, em frente à Estação Rodoviária e vendem de um tudo prejudicando tremendamente o comercio estabelecido local. Essas pessoas precisam trabalhar e ganhar o seu sustento, mas tem que haver uma legislação que normatize essa baderna. Teria que se criar um cinturão e só fora dele esse pessoal se instalaria. Outras cidades se organizaram neste sentido e até avisos à entrada dessas cidades alertam a quem se atrever.

Curvelo não é uma cidade tão grande, aí vêm 2 caminhões e se instalam um perto do Banco do Brasil e outro frente à Rodoviária e arrebenta com a gente. Como não deixam um(1) centavo na cidade, pois até a comida fazem no caminhão, podem fazer preços abaixo dos nossos, caracterizando uma concorrencia desleal. Quero deixar claro que não é só meu segmento comercial  é atingido. São vários. As pessoas no Brasil estão ficando descrentes com os Poderes Públicos e não reclamam  mais e acham que tudo é normal. Mas eu não acho e luto contra a desordem e o caos.

Fui várias vezes à Câmara Municipal e expus os fatos na tribuna. Fui até muito bem recebido, e lá todos os Vereadores concordaram comigo, mas não se resolveu nada. Deu a impressão que não é ali naquela casa que se resolve a questão. Fui a vários secretários, fiscais, Senhor Prefeito...

Nada foi feito. Fiquei decepcionado,pois bati 3 anos em cima disso.Em Curvelo está fácil em combater isso agora, pois vai aumentado o número de ambulantes, e fica inviável depois tirar tanta gente. Em Belo-Horizonte a camelotagaem engoliu a cidade e chegou num ponto de se dar um basta,mas a troco de muita briga. Criou-se os Shopings Populares e hoje ninguém reclama.

Depois de me debater atrás de solução, descobri uma coisa que os fiscais e os Senhores Vereadores deveriam saber: Conversando com um Oficial da Polícia Ambiental, ele me disse que existe sim um dispositivo em barrar vendas de plantas em cominhões como ambulantes. O indivíduo pode ter alvará e nota fiscal, mas não tendo uma licença específica do IEF para comercialização em via pública (o que não se consegue facilmente), nada feito, está configurada a ilegalidade. Tem o dispositivo, é só querer.

Antes de passar a outro tópico de abordagem, quero deixar claro que tenho o maior apreço pelos trabalhadores e pais de família, mas todos obedecendo normas de conduta legal. Antes de criar a firma: HORTO E FLORICULTURA GAIA, logo que cheguei a Curvelo, vendi na feira da Bela Vista. Fiquei ali quase um ano e fiz muita amizade. Eu sou natural do Sertão, e como filho de agricultor conheço a "alma" do povo da roça, nossa alma, sou um deles.

Vou à feira hoje, e cumprimento a quase todos pelo círculo de amizade que fiz. Vendo e participando daquela feira, não concordei e não concordo com o  descaso do Poder Público Municipal aos feirantes, pessoas sofridas que saem dos mais variados rincões às 3 horas da madrugada e vem para a luta. Descaso também com os clientes da feira e os moradores daquele Bairro.

Vou falar porque descaso. A Feira da Bela Vista é uma atração da Cidade de Curvelo, ela poderia ser melhorada. Eu dei minha idéia. Os moradores do local sofrem com aquela feira bagunçada às suas portas. Conheço cidades do Vale do Jequitinhonha   com feiras cobertas e organizadíssimas.  Aqui, acaba a feira, fica aquele lixão até segunda feira à tarde e as pessoas passam o resto do domingo no meio do lixo. Teria que ter uma equipe da prefeitura de plantão para assim que acabasse a feira, se fizesse a limpeza. O Certo seria que os feirantes chegassem, e essa equipe já tivesse montado as barracas, como foi numa época quando a feira foi ao lado do mercado. A prefeirura padronizou as barracas, comprou todas do mesmo estilo e os feirantes concordaram em pagar o custo. Chegava-se e todas estavam montadas e depois da feira haviam funcionários para a limpeza. Agora fica aquela feira horrivel, cheia de lonas de todo tipo, uma coisa deprimente.

Teria que haver banheiros químicos para os feirantes, turistas e clientes. Porque em todas a festas tem esses banheiros e ali não? Em Curvelo existe uma gama enorme de músicos populares, eu tenho conhecido vários. Ali na feira, como atração, poderia se montar um palco para os artistas populares: Violeiros, poetas, balabaristas e vários outros. Sempre ouço a queixa de artistas da terra, que  Curvelo não dá chance para os artistas locais. Preferem os de fora. Tentemos  mudar isso!!! Naquela feira quem se beneficia são os donos de Botecos. A feira é do homem do campo e não de botequeiros. Estou falando isso, mas a solução na minha opinião não está ali naquele local e sim onde se montou aquela nova feirinha lá na Av. Integração. Pode ter sido boa intenção construir aquele espaço, mas lá não está beneficiando o trabalhador rural.

Quando cheguei a Curvelo participei da Associação dos Feirantes que na época funcionava atrás do Clube Beer. Ali havia um grupo de feirantes que vendiam aos sábados e quartas feiras. Alguns montavam barracas aos domingos na Bela Vista também. Vi  para meu espanto, que o Espaço que estava se construindo na Av. Sanitária iria receber somente esses feirantes e não se pensou nos demais da Bela Vista. Esse grupo dividiu lá o espaço e hoje funciona do jeito deles e inclusive cederam espaço para botequeiros que nunca participaram de nada. Numa reunião da Associação da qual inclusive participava o Senhor Secretário Municipal da Agricultura, eu coloquei uma idéia que se fosse estudada com carinho, derrepente seria viável. Como o espaço da Integração não se comportava todos os Feirantes da Bela Vista, naqueles espaços, à direita e à esquerda do prédio, em vez de se construir jardins, demarcasse as áreas das barracas para a feira do Domingo. O Prédio iria abrigar os que já estão lá e servir de apoio para os demais como banheiros, etc. Aí entraria Assistentes Sociais e demais funcionários lá na feira da Bela Vista e ir devagar e com jeito, explicando como a coisa funcionaria dali em diante e marcasse o dia da mudança.No tal dia, quem estaria cedo na Bela Vista seria uma força policial para se fazer obedecer a ordem, isso se fosse o caso.

Cada feirante receberia a metragem que usa na feira atual e eles a princípio poderiam ficar renitentes, mas toda mudança causa polêmica. Com o passar do tempo veriam que foi para melhor. O Trânsito de veículos, se resolveria fechando aquele quarteirão no horário da feira. Dei uma idéia, que poderia ser pelo menos discutida, mas parece que falei ao vento e o mesmo vento levou. Na minha concepção, acertaria a unificação das feiras, mais conforto para os feirantes e usuários e paz aos moradores da Rua Amazonas na Bela Vista. Já mencionei 2 tópicos que escolhi para discorrer e irei falar agora do terceiro assunto também de interesse público.

Não vi nada ainda na minha vida, bagunça tão grande em Curvelo nas ruas e avenidas com os materiais de construção e entulhos depositados em frente às obras, pequenas e grandes. Não existe regras e normas. Todo mundo faz o que quer. Deposita-se areia, brita, terra e toda sorte de material em frente às obras de um lado e outro das ruas, inclusive impedindo o fluxo  normal de veículos. Nos bairros mais novos como o que moro e existem muitas obras, isso é um tormento para os moradores. As donas de casa entram em desespero por causa da poeira e lama de cimento. Fazem massa e concreto em via pública. Outro dia, em frente à minha casa não deu para passar, havia até montagem de ferragens para estrutura. Fiscalização? Está aí um setor que não vi funcionar em Curvelo nos 3 anos que moro aqui. Fui ali ao almoxarifado onde "funciona" a fiscalização e nunca fui atendido em nada. Eles dizem que não tem fiscais. Fui lá por vários motivos e inclusive oferecendo meu veículo para o transporte do fiscal, pois um dos argumentos era a falta de carro. Nem assim. Eles vem com um argumento "furado" que são as vítimas da administração. Teria que haver uma ficalização, e quem fosse construir ou reformar, que usasse o próprio lote e não a rua. É claro que quando os caminhões chegam, despejam na rua, mas logo teria que se guardar o material. Então fica como se fosse normal essa sujeira e bagunça. Institucionaliza a bagunça, e as pessoas vão achando que isso é o certo e normal. 

Outro assunto seriam esses carros de propaganda que rodam o dia inteiro pela cidade atravancando o transito e causando uma tremenda poluição sonora. Isso é caso de saúde pública, gente! Tem que se normatizar isso. Abordarei rápidamente mais alguns ítens que têm solução, é só boa vontade e competencia:

Moto Táxi é outra coisa de saúde pública. Todo desempregado que são muitos, se tem uma moto caindo aos pedaços, cisma em ser moto táxi. Segurança zero. Inclusive esses capacetes que dão para o usuário é um crime: Desconforto e um poço de germes e microbios de todos os tipos. Questão de saúde pública também.

Aquele Mercado Central de Curvelo nem precisa falar, é uma vergonha para a cidade!!!

Cachorros na rua em profusão. Como só tem varrição no centro da cidade, nos bairros os cachorros se incumbem de fazer o contrário: rasgam todo o lixo antes dos caminhões recolherem  e o bairro vira "aquela  maravilha". Se não tem varrição, pelo pelo menos recolham essa cachorrada da rua. Dizem que irão construir um canil para abrigar esses pobres sofredores, mas quando?

Como faço quando um problema aflige à comunidade e a mim, procuro o órgão municipal competente. Há 3 ou 4 meses a cidade está toda esburacada. Procurei o pessoal que trata do assunto e me disseram que não havia material e para o Forró de Curvelo tiveram que tomar emprestado do DER para tapar a buraqueira só da área central. Brincadeira de mal gosto,né? Transito para o meu viveiro 2 vezes por dia rumo ao Bairro Ipiranga. Ali não adianta mais operação tapa buraco. Tem-se que recapiar tudo de novo. Fica aquela parcela da população o ano todo transitando naquela buraqueira. Aposto que não faltam candidatos a fazer campanhas políticas por lá.

Tocando no assunto aproveito para falar o quanto me espanta o número de candidatos sem a menor expressão,tentando um posto sòmente à procura de emprego. Assim não se vai a lugar nenhum. Será que esse pessoal não tem auto-crítica? Nesta administração atual condenaram à morte o Festival da Canção de Curvelo. Gosto muito de música e sou entusiasta desses eventos. Convidei 2 garotos meus conterrâneos que se iniciam na carreira musical a participar há 3 anos atrás. Eles já fazem algum sucesso aí em festas. Compus uma música para eles e os convidei para virem para Curvelo e estavam "afiados". A decepção deles e de todos foi grande. Suspenderam o Festival alegando que havia um surto de gripe suína no país. Depois disso eu e uns amigos agilizamos a eles gravarem um CD e a tal música é a que mais toca em rádio, do repertório deles.

Daí a uma semana Curvelo recebeu mil vezes mais pessoas na Festa de São Geraldo. E a gripe suína? É mais cômodo assim,né? Ou é por que se cobra o espaço aos feirantes!!!

Até hoje Curvelo está sem esta manifestação cultural. Uma coisa que, todos ao lerem este manifesto, verão que não cito o nome de niguém, pois não vem ao caso.

Se todo cidadão, pegasse o papel e caneta e fizesse isso que estou fazendo, acho que nortearia e muito aos polícos sérios nas suas gestões, se realmente considerassem as vozes da rua, do povo em geral. As pessoas ficam por aí discutindo porque Curvelo é uma cidade que não "tira o pé do lôdo". Não deslancha. Eu tenho uma teoria. Curvelo sempre esteve atrelada ao Rural tradicional e esse modelo está falido. Não se pensa mais em apitos de fábrica para empregos, hoje estamos na era dos Serviços. Com a globalização apitos de fábrica fica lá na China. Mão de obra lá é escrava.

Porque Diamantina é mais florescente que Curvelo? Primeiro que está mais longe de BH. Curvelo quase que pertence à Grande BH e fica muito mais fácil irmos à Belo Horizonte fazer compras e tem dezenas de veículos que fazem isso todo dia. Fora outras influências. Segundo detalhe, Diamantina tem uma vocação quase centenária à Educação. Ali naquela cidade era para onde acorria todo o Vale do Jequitinhonha para  estudar. Isso cresceu. Faculdade de Odontologia criada por JK e vieram outras. Hoje se contrói um enorme Campus Universitário na estrada de Mendanha.

A educação e ensino de ponta e de tecnologia chama pessoas.Vêm estudantes de todo o país e na esteira as famílias que sempre estão vindo e apoiando. Fora os Serviços que se criam em função desse fenômeno. Curvelo poderia  começar a pensar nisso.  Nesses moldes só tem o CEFET. Essas faculdades e dezenas de cursos que têm por aqui, são uma fábrica de futuros desempregados. São jovens que se iludem e fazem os pais tirarem sangue das veias para pagarem cursos caros. Se formam e são todos ou quase todos inaptos ao mercado de trabalho. Tecnologia é a palavra de ordem. 

Tem que se pensar em trazer Escolas que formem pessoas nos mais variados níveis de tecnologia. É claro que não se pode esquecer das ciências humanas, mas agregadas às de tecnologia muda-se de figura. Lendo esse documento, alguém pode pensar que só vejo coisas negativas em Curvelo.

Sei que a máquina administrativa não está parada, mas pode melhorar muito. É só ter gente competente e de visão nos cargos por indicação e finalmente,

uma paz política, uma união de forças políticas em nome de CURVELO.

Desde já agradeço a atenção.


ARNALDO VICENTE PINTO DE CARVALHO

(038) 9984-5259  

arnaldoderodeador@hotmail.com.br