Carma, ser ou não ser, eis a questão
Por Pablo Araujo de Carvalho | 23/07/2016 | ReligiãoKarma uma palavra de origem hinduísta que em sânscrito significa ação.
Carma é a Lei da ação e reação, portanto uma Lei Divina que está ligada a lei das afinidades e ambas constituí a Lei Maior e a Justiça Divina aplicadas e a favor do todo, amparando e sustentado a vida em todos os seus aspectos.
A Lei da ação e reação, tal como a lei das afinidades, são multi-milenares que rege a tudo e a todos surgida junto com o primeiro ser humano. Tal como a estrutura psíquica religiosa que é inerente a todos os seres e desperta em nosso íntimo uma busca natural de uma resposta para nossa existência ou seja, uma busca de um princípio, que nós religiosos denominamos de Deus, a origem, o meio e o fim de tudo e de todos, o Criador incriado, de onde tudo se originou e para onde tudo retornará. Mesmo que essa denominação carma tenha sua origem semântica no hinduísmo e tenha sido popularizada e bem absorvida no kardecismo e no espiritualismo em geral, sabemos que essa Lei é multi-milenar, ou seja, um princípio divino que tem origem no divino Criador como uma Lei universal e que ampara os meios e os seres que vivem nesse meio e tal como a lei das afinidades ela se impõe a tudo e a todos. Porém devemos estabelecer um limite racional para que não venhamos a profanar ou a desvirtuar uma Lei Divina, relegando pequenas inversões tipicamente humanas a essa Lei que é imutável, perfeita e perene. Nem tudo é carma. Nem tudo é fruto de dívidas passadas. Existe um limite que separa o real do abstrato ou ilusório naquilo que se pretende que seja entendido como carma. Nas civilizações mais antigas tal como a civilização egípcia e a indiana, as religiões que ampararam essas civilizações, Por exemplo na Religião hinduísta, que é erigida por uma hierarquia de castas, entende que tudo é regido pelo carma individual e coletivo e que se alguém nasce em uma família ou casta abastada assim foi a vontade da divindade e se alguém nasce em um família ou meio empobrecido ou miserável, também é a vontade da divindade suprema e assim marginalizam e exploram aqueles que são menos favorecidos relegando a casta de dalit não permitindo que sejam ajudados e amparados de forma humana, pois se a divindade assim o quisera, ele precisa ser purificado de seus débitos ou carmas e assim precisam viver resignadamente o seu destino sem reclamar. Outras religiões também de uma forma oculta manifestaram esse vício moral, tal como o judaísmo que antes de Cristo, condenavam aquele que supostamente havia descumprido ou transgredido a lei mosaica e por isso foram condenados eternamente ao inferno judeu, sem a possibilidade de perdão ou retorno, pois não acreditam em reencarnação ou uma nova oportunidade de evolução em outro corpo e em outra vida, pois não acreditam em uma nova vida. Quando nosso amado mestre Jesus abriu uma nova via de evolução aqueles espíritos que já estavam condenados, dizendo: arrependa-se que Deus já os concedeu perdão e disse levanta-te e anda ó homem, ele o mestre Jesus curou uma paralisia que começava no subconsciente daqueles já condenados por uma casta de religiosos, e tal condenação somada a vergonha e a auto punição consciêncial paralisavam e desenvolviam patologias em seus corpos, onde paravam de enxergar e de se locomover, patologia cuja a origem se encontravam no subconsciente devido ao medo e a auto punição por ter infringido leis sociais e religiosas. Quando o mestre Jesus Cristo, um profundo conhecedor da natureza humana, pois foi o mais humano dos humanos e profundo conhecedor das nossas sombras e inclinações, quando Ele em nome do Pai Maior perdoava e dizia-se filho do Pai legitimado a perdoar e dar um salvo conduto aquele que não vibrava nada a mais que dor e arrependimento, abriu uma nova oportunidade e nova via evolucionista transgredindo uma Lei relativa religiosa e dogmática em detrimento de uma Lei universal ou Lei do amor, resgatando as centelhas de Deus que se encontravam perdidas e sozinhas e tal como o pastor, recolhe suas ovelhas perdidas e redirecionam de volta ao caminho que leva ao Pai. Através da catarse, o Sagrado Mestre Jesus, havia libertado muitos do julgo hipnótico de uma Lei religiosa e tirânica que anulava o arrependimento e o retorno à Deus, dividindo os seres em bons e ruins dividindo os seres em salvos (céu) ou perdidos (eternidade no inferno). Como o mestre Jesus disse: não vim alterar os mandamentos do Sagrado Moisés e sim acrescentar mais um, amar a Deus sobre todas as coisa é amai ao próximo como a ti mesmo, ou seja, não fazei ao próximo aquilo que não gostaria que o fizesse.
Precisamos tomar cuidado para tal como narramos acima, não tornar banal ou viciada a lei do carma, somatizando a qualquer circunstâncias e usando como justificativa para nossa paralisia diante da vida, justificando o não posso ajudar pois é carma dele! Ou justificando a minha intolerância ou racismo dizendo tal como Adolf Hitler “existe uma raça pura e outra condenada por Deus” Ou como no velho testamento onde havia um Deus que salvava o seu povo e condenava, excomungava e amaldiçoava aqueles que não se deixasse subjugar pelos seus profetas.
Devemos entender que a ambiguidade é fruto e atributo que pertence a nós seres humanos enquanto ausentes de Deus, que de acordo com nossos interesses pessoais criamos rótulos e estigmatizados aquilo que nos convém, criando um Deus que me ama e um que odeia aquilo que eu não amo ou não acredito.
Criando rótulos ou estigmas sobre aquilo que nossa cultura judaico-cristã nos influência a acreditar, imaginado uma razão ou carma para aquilo que nossa intolerância, ignorância ou falta de humanismo e respeito nos estimula a inventar, criando uma raça superior para escravizar negros e judeus, criando um carma do tipo: olha ele é homossexual porque em outra encarnação ele era muito machista ou agredia mulheres e reencarnou para sofrer e pagar os seus débitos de outras encarnações… blá blá blá.
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