Cara de um
Por Fernando | 13/07/2015 | AdmVocê já deve ter visto muitas pessoas que são a cara do pai ou da mãe, não é? Em algumas regiões, os filhos muito parecidos com um dos pais são chamados de “chaveirinhos”, ou seja, réplicas em miniatura deles; em outros diz-se “filho de peixe, peixinho é” (ainda que essa expressão também tenha outros significados). Mas no fim das contas, o que se quer dizer é que alguns filhos realmente são muito parecidos com seus genitores, tão parecidos que a paternidade (ou a maternidade) não deixam nenhuma dúvida!
Assim também é com as empresas. Cada uma tem sua própria aparência, sua própria “pegada” dependendo do tipo de negócio e de público que ela alcança. Essa sensação subjetiva de identificação é passada através dos aspectos físicos das empresas e também de seu funcionamento; por exemplo, uma oficina mecânica “tem cara” de oficina mecânica por seu próprio aspecto. Mas os funcionários que lá trabalham também carregam a identificação visual de seus locais de trabalho, tanto pelos uniformes profissionais que usam quanto pelas eventuais manchas de graxa e de óleo que se impregnaram neles.
Só de bater o olhos, já se sabe
Essa identificação visual é praticamente imediata e constitui-se numa das formas de comunicação entre a empresa e o público mais eficientes que se conhece, ainda que não seja dita uma única palavra. Por exemplo, se você visse um dos mecânicos trabalhando de terno e gravata na oficina, não o identificaria como funcionário da oficina – provavelmente pensaria que é o dono de um dos carros ajudando o mecânico que, quem sabe, talvez esteja debaixo do carro. Discriminação? Não. É porque todos nós sabemos que terno e gravata não são roupas apropriadas para trabalhar com motores e óleos! Da mesma forma, você não espera jamais ser atendido em um escritório de advocacia, por exemplo, por um homem vestindo calça de brim, camisa surrada e mãos sujas de graxa – pensaria que ele é o mecânico “desaparecido” que talvez também tenha ido procurar assessoria jurídica.
A identificação visual é a primeira forma de diferenciação da espécie humana há muitos, muitos séculos e está entranhado tão profundamente em nossas cabeça que é praticamente impossível dissociar isso da vida prática a curto prazo – e na verdade, nem seria prático fazer isso. Essa diferenciação é necessária para que identifiquemos o outro rapidamente. E é assim também com as empresas e a forma como elas são representadas cá fora.
Empresas de tom mais sério, como consultórios de advocacia (vamos manter o exemplo), sempre buscam um tom mais sério e sóbrio em sua aparência e também na aparência de seus funcionários, desde a secretaria até os advogados. Não é hábito ver uma secretária ou um office-boy de uma instituição como essa usando camisa de malha com a logo do escritório pintado em silk nas costas. Isso porque esse tipo de uniformes profissionais não transmite a sobriedade necessária; o que veremos são secretárias em terninhos nas cores do escritório e office-boys com calça (social ou jeans) e camisa social – dentro da calça, nunca fora. E nada de sapatos informais, como tênis e rasteirinhas.
A confusão desvia a atenção
Mas será tão importante assim manter a atmosfera da empresa nos uniformes dos funcionários? E se ela já tiver um nome formado no mercado? É muito importante. Se a empresa ainda estiver se firmando, ela precisa já ir demonstrando a que veio: seriedade, compromisso, ética, eficiência... E se já estiver consolidada, precisa manter sua identidade.
No caso da oficina, se ela fosse recente e mostrasse seus mecânicos trabalhando de terno, os clientes pensariam que ali é um lugar de loucos porque ternos não são as roupas mais adequadas pra esse tipo de trabalho – e nem as mais práticas, pois ele não permite a gama de movimentos corporais que um mecânico precisa realizar durante uma manutenção. E no caso do escritório de advocacia já consolidado, se de repente os advogados começassem a comparecer ao trabalho de calça de tactel e camisa surrada, ninguém entenderia o que estava acontecendo. Em ambos os casos, a confiança nas empresas cairia devido ao estranhamento. “Bobagem...”. Não. É sério.
Por isso, é muito importante que cada gerente, cada proprietário se mantenha sensível quanto ao clima e à “pegada” de sua empresa e adeque os uniformes profissionais de seus funcionários ao que ele quer transmitir através deles para que essa mensagem também fique clara para o público. Com a mensagem certa sendo transmitida da maneira correta, não haverá dispersões motivadas por confusão de entendimento e esse público poderá se concentrar nas melhores características que a empresa do funcionário que ele está vendo tem a oferecer.