CAPS - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Por Denise da Silva Rego Pinto | 13/06/2017 | Saúde

Introdução

O Centro de Atenção Psicossocial - CAPS é referência no tratamento dos transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, substitutivo do modelo asilar que visa o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Têm um papel estratégico na organização da rede comunitária de cuidados, direcionando as políticas e programas de saúde mental, com intuito de diminuir as internações e mudar o modelo de assistência dispensado ao doente mental.

Livro relacionado:

Justifica-se pelo fato da população não possuir a dimensão real da capacidade de atuação dos profissionais que prestam serviço nesse centro de saúde, não tendo o direcionamento correto para esclarecer eventuais necessidades e anseios por parte dos usuários e familiares. Não foi encontrado na literatura nenhum trabalho direcionado a exposição das funções exercidas pelos profissionais dentro do CAPS, foi observado durante a coleta de dados que essa informação é falha mesmo dentro da própria unidade, que tem seu Manual de Normas e Técnicas e Rotinas, ainda incompleto, dentro da academia não encontramos nenhum documento ou livro que possa guiar o estudante quanto o funcionamento do centro. O artigo em questão visa não apenas esclarecer aos usuários, mas a população de uma forma geral, incluindo aí os acadêmicos da área de saúde.

Nossa proposta foi informar os usuários através de palestra, apresentação em vídeo e exposição de fotos, a função da equipe multidisciplinar, orientando-os quanto às necessidades que aparecem rotineiramente, também indicando a qual profissional recorrer diante de suas dúvida, com objetivo de mostrar para os usuários e seus familiares as competências e atividades de cada integrante da equipe multiprofissional que é composta por Enfermeiro, Psiquiatra, Psicóloga, Assistente Social, Terapeuta Ocupacional, Farmacêutica, Auxiliar/Técnico de Enfermagem e pessoal de apoio (Auxiliar Administrativo, Cozinheira, Auxiliar de cozinha, Oficineira, Recepcionista, Auxiliar de Serviços Gerais e Porteiro), que têm como finalidade normalizar e padronizar os procedimentos, condutas profissionais dentro do Centro de Atenção.

Desenvolvimento

De acordo com o Ministério da Saúde, CAPS é um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS).Lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida, realizando acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários, 4.

O acompanhamento aos pacientes com transtorno mental é oferecido num espaço terapêutico onde busca entender e instrumentalizar o usuário desse serviço para o exercício da vida civil.

Os profissionais que compõem a equipe multidisciplinar do CAPS II possuem diversas formações de nível superior e médio numa equipe composta por: Enfermeiro, Psiquiatra, Psicóloga, Assistente Social, Terapeuta Ocupacional, Farmacêutica, Auxiliar/Técnico de Enfermagem e pessoal de apoio (Auxiliar Administrativo, Cozinheira, Auxiliar de cozinha, Oficineira, Recepcionista, Auxiliar de Serviços Gerais e Porteiro), que têm como finalidade normalizar e padronizar os procedimentos, condutas profissionais dentro do Centro de Atenção.

Enfermeira

Dentro do CAPS o papel da Enfermeira é de coordenadora, uma "ponte" entre equipe e usuário, a representante perante outros serviços e a comunidade e a centralizadora das questões administrativas e burocráticas da unidade, ou seja, a mediadora de toda e qualquer decisão, seja técnica ou administrativa.

O trabalho da Enfermeira no CAPS deve ser desenvolvido com os seguintes objetivos: planejar, programar, avaliar a assistência de enfermagem, a cada paciente ou grupo de pacientes; criar e manter o ambiente terapêutico voltada para a realização das diversas atividades do CAPS; atuar junto ao cliente, à família e à equipe no atendimento de suas necessidades básicas para obtenção de uma saúde, física e mental; colaborar na formação e aperfeiçoamento de novos profissionais na área de saúde mental e demais profissionais interessados na área, (TOWNSEND, 2002).

Desenvolve ainda funções de: pré-consulta de triagem, dividindo essa atividade com outros membros da equipe; consulta especializada de enfermagem psiquiátrica; organização e liderança de grupos terapêuticos; palestras, orientações, coordenação e elaboração de trabalhos na área de saúde mental para o CAPS, a família e a comunidade; organização e manutenção do serviço de enfermagem e do SAME; atendimento individual, grupal, eletivo ou de urgência, (GOMES, 2008).

Ressaltando que, atualmente, os enfermeiros e enfermeiras são importantes agentes de mudança de modelo no tratamento do doente mental, de um aspecto manicomial e asilar para um tratamento ambulatorial, com o consentimento e participação do paciente e família, 2.

Em relação à proposta de prescrição de medicamentos pelo enfermeiro que atua na área de Saúde Mental, o Ministério da Saúde antecipa um protocolo que ainda não está posto. As noologias para as quais o enfermeiro poderá prescrever configuram, em sua totalidade situações de urgências e/ou emergências psiquiátricas. Não implicam situações eventuais. Protocolos existentes em outros serviços permitem a dispensação (que é diferente de prescrição) de medicamentos pelo Enfermeiro nas seguintes situações: Paciente previamente cadastrado no serviço; Paciente que compareça ao serviço portando a sua última receita ainda válida (30 dias de acordo com a Portaria nº 6 de 29 de janeiro de 1999, Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde); Paciente em estado considerado crônico que não apresente alterações em seu quadro. Essas alterações poderiam implicar em uma necessidade, dentre outros, de reavaliação dos medicamentos utilizados; O enfermeiro pode dispensar os mesmos medicamentos já prescritos por um curto período de tempo (dias), agendando uma nova consulta médica.

O cumprimento das atribuições específicas do enfermeiro já lhe garantirá um volume considerável de ações a serem desenvolvidas bem como trará aos portadores de sofrimento psíquico de sua cidade uma atenção diferenciada e de qualidade, 2.

Psiquiatra

O psiquiatra opera como líder da equipe multiprofissional é o responsável pelos diagnósticos e o tratamento dos distúrbios mentais. Prescreve medicações pondera a condição física, avalia os testes psicológicos que auxilia na escolha da melhor terapia para o usuário. Através do exame físico o psiquiatra avalia o nível de consciência do individuo através da anamnese que irá definir o quadro e a capacidade do mesmo em julgar a realidade também pode afastar ou aprovar a suspeita de um possível tumor cerebral, doenças da tireóide e doenças orgânicas.

As consultas em ambulatório tem duração de 30 a 60 minutos, o psiquiatra analisa o desenvolvimento desse paciente, observa se o usuário melhorou o seu quadro psíquico e rever a terapêutica utilizada.Os diagnósticos utilizados dos transtornos psiquiátricos são dados de acordo com a Classificação Internacional de Doenças – CID 10 é publicado pela Organização mundial de saúde é empregado no mundo inteiro. O "CID" foi criado no intuito de mencionar critérios de diagnósticos com grande aplicabilidade em diversos transtornos, apesar de possuir muitas categorias extensas apresentam sintomas em diversos transtornos. Esse sistema foi criado para melhorar o quadro de diagnóstico e tratamento dos pacientes atualmente é utilizado em vários países. O tratamento se inicia com o consentimento da família e do paciente, como os medicamentos psiquiátricos apresentam diversos efeitos colaterais é necessário um monitoramento constante da droga, 5.

 

 

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