CAPITAL DA ARTE RUPESTRE: DADOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS

Por Amélia Patricia da Silva | 23/08/2016 | Educação

RESUMO

O presente artigo apresentará um estudo sobre aspectos históricos e geográficos apresentados pela Arte Rupestre em Alcinópolis a ponto da mesma ser considerada a Capital da Arte Rupestre em Mato Grosso do Sul. Bem como apontar preocupações que envolvem a Educação para preservação, manutenção e valorização de pontos que apresentam tais inscrições.

 

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo visa mostrar a importância não só de conhecer sobre a história de nosso município, bem como as das pessoas que passaram por nossas regiões. Assim vamos aprofundar sobre as marcas históricas deixadas nas grutas e paredes de Alcinópolis fazendo-a receber o título de Capital da Arte Rupestre.

Assim se faz importante informar que Arte Rupestre é considerada como a representação de atividades de pintura ou gravura representando artisticamente a cultura de um povo, sendo as mais antigas datadas do período Paleolítico Superior (40.000 a.C.). Então se entende que a Arte Rupestre é o histórico de um povo que em determinada época passou por aquela região e por motivos inúmeros deixaram seus registros perpetuados e agregados a história do município.

Estudos recentes estimam que a arte rupestre teve início quando o homem de Cro-Magnon se estabeleceu na Europa, deslocando o homem de Neanderthal. As pinturas da caverna de Altamira, na Espanha, foram encontradas pela primeira vez por Marcelino Sanz de Sautuola, há aproximadamente 150 anos. Nesta época, os acadêmicos consideraram estas pinturas como fraude. Após isso, estudiosos consideraram as pinturas como prova de mentes primitivas e, no decorrer do século XX, formou-se e aceitou-se largamente a ideia de que os homens pré-históricos possuíam a mesma capacidade intelectual e artística do homem moderno. As pinturas mais antigas (a data é razoavelmente confiável) estão na Caverna de Chauvet, na França. PACIEVITCH, Tais. Arte Rupestre. Disponível em: ‹http://www.infoescola.com/artes/arte-rupestre› acessado 25/07/15.

Nestas representações pode se encontrar interpretações de quais espécies de animais viviam naquela região, atividades cotidianas deixando para uma linguagem dinâmica conceitos, símbolos, valores e crença. Destacando que em uma mesma região podemos nos deparar com símbolos visivelmente pertencentes a grupos e épocas diferentes dados as suas peculiaridades.

Estes desenhos deixados nas rochas denominados mais tarde como Arte Rupestre foi encontrada no mundo todo formando uma variedade que pressupõe a diferença de cada cultura dos povos que ali vivia.

Apesar dos estudos sobre tais registros já terem tomado certa dimensão, ainda não se chegou a um conceito fixo sobre os objetivos de cada povo em fazê-lo, no entanto é indiscutível a preciosidade de tais culturas e as variáveis possibilidades de informações que podem se tirar daquelas gravuras.

O estudo da arte rupestre favoreceu o conhecimento de pesquisadores em relação aos hábitos dos povos da antiguidade e a sua cultura. As matérias primas utilizadas para a expressão artística dos povos da antiguidade eram: pedras, ossos e sangue de animais. O sangue, assim como o extrato de folhas de árvores era utilizado para tingir. Silhuetas de mão e pés, portanto, devem ser as mais primitivas expressões artísticas. PACIEVITCH, Tais. Arte Rupestre. Disponível em: ‹http://www.infoescola.com/artes/arte-rupestre› acessado 25/07/15.

Devido a grande quantidade de Sítios Arqueológicos que apresentam registros de Artes Rupestres, Alcinópolis foi congratulado com o título de Capital da Arte Rupestre, no entanto são muitos os munícipes que além de não terem conhecimento sobre este título também nunca visitaram algum desses lugares que hoje é considerado e explorado pela secretária de Meio Ambiente e Turismo como ponto turístico do município.

Não obstante a isto ainda temos o problema da desvalorização por falta de conhecimento e conscientização da importância em se manter intactos tais registros históricos por parte de fazendeiros que tem em sua propriedade este Sítios.

Embora alguns projetos educacionais já venham apontando para esta disseminação de incorporação de tais registros como parte da história do município e a Secretária mencionada realizarem projetos para divulgação desta riqueza, ainda há muito que se fazer para restaurar e manter viva a memória de um povo que deixou nos abrigos por onde passou parte do seu cotidiano.

Na vida do Homem pré-histórico tinham lugar a Arte e o espírito de conservação daquilo de que necessitava. Estudos arqueológicos demonstram que o Homem da Pré-História (a fase da História que precede a escrita) já conservava, além de cerâmicas, armas e utensílios trabalhados na pedra, nos ossos dos animais que abatiam e no metal. Arqueólogos e antropólogos datando e estudando peças extraídas em escavações conferem a estes vestígios seu real valor como "documentos históricos", verdadeiros testemunhos da vida do Homem em tempos remotos e de culturas extintas. Equipe Portal da Arte. Pintura Rupestre. Disponível em: ‹http://www.portaldarte.com.br/pinturarupestre.htm#rupestres› acesso no dia 07/11/2015.

É dever de todo educador e particularmente de História e Geografia levar este tipo de conhecimento a seus alunos, por meio de projetos que viabilizem a ida e os estudos das peculiaridades de cada local que compõe o passado deste povo, pois esta arte preservada significa a condição de visitar um museu de seu próprio município.

O estudo da Arte Rupestre se deve não pela interpretação dos desenhos deixados nas paredes e grutas, mas sim em estudar quais foram os possíveis motivos para que eles deixassem tais registros perpetuados apontando os caminhos e acontecimentos da época.

Encontrada em todos os continentes, a arte rupestre divide-se em dois tipos: a pintura rupestre (composições feitas com pigmentos) e a gravura rupestre (imagens gravadas em incisões na própria rocha). O estudo desta arte permite que os pesquisadores conheçam mais e melhor os hábitos e a cultura dos povos da antiguidade, fornecendo informações preciosas acerca da Pré-História. No ano de 1902, os especialistas aceitaram a ideia de que a arte rupestre é obra dos homens da Pré-História SILVA, Débora. A Arte Rupestre. Disponível em: ‹http://www.estudopratico.com.br/arte-rupestre›. Acesso dia 07/11/2015.

Logo é importante que a comunidade conheça sobre as pessoas que passaram por seu território, bem como tom e ciência de quais eram seus costumes e afazeres em geral. No entanto as entrevistas feitas com os demais professores, alunos e comunidade interna, aponta um dado alarmante que muitos são os que nunca ouviram falar do assunto ou superficialmente sabem, mas que vivendo no município nunca visitou um lugar considerado sítio arqueológico.

As pessoas mais antigas e os moradores das fazendas que se localizam os pontos com Arte Rupestre tem aquilo como rabisco feito por qualquer um que ao passar por ali quis anotar informações que para eles não tem importância nenhuma para a história do município, além de mostrar que por ali já foi o caminho de pessoas para locais desconhecido.

No entanto o secretário de Meio Ambiente e Turismo informa de que tão logo o município recebeu o título, várias ações de conscientização e conversa com os moradores desses locais foram realizadas objetivando a apropriação dessa riqueza transformando-os em protetores do local, uma vez que só recebemos este título por ser ter o maior conjunto de Sítios até então catalogados em Mato Grosso do Sul.

O tema foi então sugerido por observar a vastidão de conhecimento histórico e geográfico que podem ser retirado a partir de projetos que chamará a atenção do aluno que muitas vezes nasce, se forma, vai fazer um nível superior fora da cidade, haja visto, que o município só tem até o Ensino Médio, e lá escuta falar da importância da Arte Rupestre e não são raras as vezes que depois que foi embora é que volta como turista para conhecer.

2 ARTE RUPESTRE NO BRASIL

Por se tratar de resquícios muitos antigos, arqueólogos acreditam que os registros de Arte Rupestres encontradas no Brasil são mesmo antes de sua descoberta, assim como também não seria dos índios, mas sim defendem que Gregos, Vickings e Fenícios deixaram em épocas diferentes marcas de seus rituais religiosos, cenas de sexo, lutas, caçadas, animais e representações geométricas que possibilitam uma infinidade de estudos histórico e geográfico.

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