CANTOS DE MINAS

Por João Cândido da Silva Neto | 07/01/2011 | Literatura

CANTOS DE MINAS


Verdade verdadeira eu não sei se é não senhor. Mas o ditado é muito claro: quem conta um conto aumenta um ponto. Logo, convém cismar desse noticiário melindroso que, à boca miúda, corcoveia esganiçado em rompantes de acrimoniosa sinecura.
Já vi muito disso a cá neste arraial. Sujeitos ineptos exibindo com orgulho a mais desleixada desfaçatez, que saem a bestar por esta e outras muitas paragens, apregoando sandices indecorosas, verdadeiros doidivanas tresloucados.
Costumam prosear nas bodegas onde, entre um gole e outro, deixam a língua à deriva e dão rédeas largas às mais vis indecências. Gente de procedimento levadiço e moral desidratada, trovejando gabolices ao arrepio da lisura, coitadinha, que cora languidamente ao fitar os estertores da elegância maltratada.
Eu só deposito confiança no que escuto de pessoas acreditadas, que têm firmeza de atitudes e caráter inatingível a imerecidos reproches.
O tropeiro Vicentão, que viaja muito lá pras bandas do Sertão da Farinha Podre, é reconhecido pela indiscutível probidade da sua prosa e dos negócios que toma a seu cargo. Ninguém nestas estradas e arraiais pode dizer tantinho assim para tentar afrontar-lhe a conduta ou apoucar os atributos que ele sobejamente ostenta!
Ele sempre para aqui neste arraial para prosear e bebericar uns bons goles da cachaça fabricada pelo seu padrinho, o Firmino da Bodega.
Não sabia não? O Firmino é padrinho dele, de batismo e de crisma! E se Vicentão encontrar por estes tempos uma boa moça com intenção de promover um enlace ? juntar os trapos, como se diz a cá -, o Firmino, com toda a certeza, será também o padrinho do casório. Disso eu não duvido! Até porque o Firmino deseja muito ver o afilhado se casar, constituir família, ter uma esposa caprichosa que zele dele com dedicação.
Desde menino Vicentão tem cegueira pelo padrinho, que foi quem de fato o criou, ensinando-lhe vários ofícios e incutindo-lhe as mais ponderadas premissas para uma vida de aplainados méritos, que este é o bem que se deseja para um filho. Deste jeitinho que estou falando! Era padrinho daqui, padrinho dali... Tudo era meu padrinho, meu padrinho... Onde topasse com um achava os dois. Pronto. Cresceu dominando artes e proezas de gente grande e aprendeu desde molecote: palavra empenhada, promessa cumprida. Até acho que foi por isso que ele escolheu ser tropeiro.
Vidinha dura essa de "tropeirar" pelas trilhas e veredas destas imensas Gerais. Só Deus e eles sabem! Mas tem suas compensações. Poucas é verdade, mas o suficiente para enrijecer a fibra, apurando as faculdades morais que, desenvolvidas, determinam o real valor do Ser humano.
Já faz bem tempo que os bandeirantes, corajosamente, abriram caminhos e, a seu modo, mapearam os sertões, indicando as direções àqueles que, inevitavelmente, haveriam de seguir-lhes as pisadas.
Grandes façanhas carinhosamente gravadas na memória de cada proseador digno de tão insigne tratamento. Epopeia viva cultivada pelo zelo heróico daqueles destemidos conquistadores, que tão grandes serviços prestaram ao país. Graças a eles as belezas desta terra começaram a se revelar, afirmando a desvelada exuberância que lhe é característica singular. Esta Minas maravilhosa que nos oferece uma sinfonia divina em permanente processo de elaboração, que vai se complementando a cada som emitido no fundo dos vales, no alto das montanhas, na extensão das campinas. A Natureza é a orquestra que no-la apresenta, pois, do canto melodioso das aves, da brisa inebriante que acaricia as florestas, da meiga fragrância das flores, da suavidade corrente dos rios e cachoeiras emergem os acordes que dia a dia vão-na compondo, com a mais sublime cadência, a mais enlevada ternura.
Cada dia representa um trecho de refinado e esfuziante entusiasmo poético, a extasiar os corações que, em momentos de supremo arrebatamento, sentem-se alçados às alturas numa transcendental espiral ascensional.
O Sol, astro-rei magnificente, rege a imponente orquestra que executa a eterna sinfonia da vida, a se renovar continuamente, transmutando-se em sofisticado esplendor, como a lagarta, que morre crisálida e renasce borboleta a adejar graciosamente, contribuindo com seu colorido multiforme para complementar a poesia eloquente e harmoniosa dos infinitamente belos movimentos de tão magnífico conjunto.
É fácil apreciar a grandiosidade desta tão soberana magnitude. Basta, num momento de serena reflexão, afrouxar os liames que prendem a alma ao corpo e desatar os nós cegos que tanto aperreio e transtorno causam ao processo evolutivo, derradeira expressão e objetivo primordial deste nosso lento caminhar.
Isto feito, com a alma desembaraçada das peias impostas pelo ridículo personalismo; posicionada nas etéreas plagas donde se contemplam as belezas incomensuráveis ofertadas à existência, pode-se assuntar deslumbrado.
Aos olhos fascinados se apresentará uma Minas transbordante de resplandecente fulgor, adornada pela luz cintilante do alvorecer, na candente inocência do seu aureolado despertar.
Terra-mãe dadivosa, que abre os braços com inusitado desprendimento para acolher no seu regaço os filhos que começam a chegar, abrindo trilhas e picadas, adentrando íngremes socavões, até constatar a existência de veios auríferos que vão assanhar a cobiça dos colonizadores. São efêmeros cortejadores de riquezas e já se vão de retorno para esparramar a notícia. Muitos ficam, estabelecendo-se em pousos às margens dos caminhos. Pousos estes que acolherão todos quantos ousarem demandar aquelas sublimes paragens. Pousos que, gradativamente, irão se transformando em arraiais, vilas, cidades.
A Minas infanta já ensaia os primeiros passos. Tem a beleza e graciosidade do beija-flor esvoaçante que habita suas florestas. Os filhos não param de chegar. Ela se enche de indisfarçável zelo e com ostentoso júbilo acolhe-os sem quaisquer restrições. Conhece bem o seu papel de mãe. Sabe que no seu seio eles buscarão a primeva fonte alimentar; na ternura da sua voz encontrarão o consolo para suas inquietações; no calor de seus braços a confiança que os animará; na meiguice dos seus carinhos a força que os confortará; na inspiração da sua alma os valores que os fortalecerão; no exemplo de seus gestos o modelo que os aperfeiçoará; na sua determinação a coragem que os impulsionará à luta.
A população não para de crescer. A vida se desenrola prometendo os variados matizes de uma existência plena de profícuas realizações.
A Mãe orienta os filhos. Guia-os nas adversidades, pois neles a razão ainda não amadureceu, a inteligência avança aos tropeços e o moral busca florescer através das experiências. Com seu terno cantar irradia a energia que harmoniza, a sabedoria que humaniza, o bálsamo que suaviza e o enigmático pulsar da vida e da esperança, impregnando em todos a sua inefável personalidade. Não importa de onde tenham vindo agora são filhos de Minas, carinhosamente aconchegados ao seu peito, delicadamente envolvidos pelo manto natural que as florestas mantém desdobrado e estendido, como um convite permanente ao gozo das supremas delícias.
Os horizontes de Minas se alargam sem jamais se contraírem, majestosamente emoldurados pela edulcorada sinfonia da vida, conduzida com ardorosa intensidade pelo astro regente.
A visão da alma humana se detém na observação de tão esplêndida composição artística. Concentra-se na contemplação das maravilhas de Minas, assimilando tudo que lhe é exibido, tentando abranger o tanto quanto lhe é possível. Avista sete pontos sonoros dos quais emanam as sete notas musicais, sendo que cada ponto emite sequencialmente as sete notas da escala básica, partindo sempre da nota musical que lhe corresponde e retornando a ela no final do dia. Por exemplo:

As notas musicais podem ser representadas pelas seguintes letras:
A = Lá maior; B = Si maior; C = Dó maior; D = Ré maior; E = Mi maior; F = Fá maior; G = Sol maior.

No coração de Minas, pouco adiante da Cachoeira Véu de Noiva, já subindo a Serra do Cipó, fica o ponto sonoro que emite a nota Lá maior a partir das seis horas da manhã. As notas seguintes ? Si, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol ? são emitidas na sequência até as doze horas, quando se inicia o processo inverso ? Fá, Mi, Ré, Dó, Si, Lá ? findando às dezoito horas.
A sonoridade se propaga através de ondas em todas as direções, cobrindo toda a extensão de Minas, amalgamando-se com todas as outras seis emissões, mesclando-se os tons musicais e tonalidades de cores, estas portadoras de energias específicas.
A emissão de uma nota musical tem tempo determinado de duração, passando à nota seguinte da escala conforme se vê no quadro abaixo. Veja como exemplo, o ponto sonoro Norte de Minas, que emite a escala a partir da nota SI maior:

PONTO SONORO "B" ? Norte de Minas:

Emissão ? Si maior ? das 6h:00 às 6h58m.
Dó maior 6h:59 às 7h35m.
Ré maior 7h:36 às 8h11m.
Mi maior 8h:12 às 8h47m.
Fá maior 8h:48 às 9h23m.
Sol maior 9h:24 às 9h59m.
Lá maior 10h:00 às 12h00.

Retorno: Sol maior 12h01 às 13h.
Fá " 13h01 às 14h.
Mi " 14h01 às 15h.
Ré " 15h01 às 16h.
Dó " 16h01 às 17h.
Si " 17h01 às 18h.


Pontos Sonoros

1
Serra do Cipó

2
Norte de Minas

3
Serra da Mantiqueira

4
Serra da Canastra

5
Serra do Caparaó

6
Serra do Espinhaço

7
Grande Sertão: Veredas

O quadro a cima mostra os pontos sonoros relacionados de um a sete conforme os períodos de tempo em que são emitidas as notas musicais nas respectivas sequências de ida e de volta.

*******
Em qualquer momento do dia, em qualquer lugar, se ouvirá uma maviosa e envolvente melodia permeando a atmosfera de Minas; penetrando rios e florestas, adentrando casas, percorrendo estradas e plantações, galgando as montanhas e deslizando pelos vales. Sempre enaltecendo a vida bela, recheada de fulgurantes dádivas delicadamente mimoseadas pela Natureza que as esparrama com íntimo e suave gozo, no mesmo ritmo da sinfonia e com igual intensidade.
A Mãe que à noite vela o sono dos filhos os desperta aos primeiros sinais do amanhecer. Ouve-se um canto languidamente sussurrado a deslizar pelas dobras do véu que a noite já se prepara para recolher:

"Vem vindo Aurora
nos braços de Noite;
Sonho pergunta a Raio de Sol
se Mestre Orvalho molhou as flores
com carinho pra ela passar.
Lá vai a Estrela, a Estrela do Dia..."

Naquela casinha simples alguém se levanta e emite aos céus um fervoroso mantra:

"Senhor, por tua graça e infinita bondade
um novo dia está nascendo.
Abençoa-nos, Pai, em todos os momentos;
protege quem ainda descansa
e dá força e esperança àqueles que,
neste momento, partem
buscando obter com o suor do rosto
o abençoado pão de cada dia.
Salve Deus".

Amanhece. A vida, ainda sonolenta, reinicia sua tarefa infatigável, aos modos habituada pela incessante repetição.
Numa casa de fazenda o rádio começa a tocar uma canção que é uma sincera, embora dolorosa, homenagem ao roceiro:

"Vai o roceiro caminhando pela estrada;
a passo firme vai varando a madrugada.
Seu corpo ágil não demonstra a fadiga
desta vida tão sofrida
que no seu rosto se lê.
Seu olhar calmo reproduz felicidade,
não denota a ansiedade
deste longo padecer.
O Sol que nasce
traz à lembrança o seu viver,
agora um resto de esperança sem saber.

No peito a fé, ao ombro a enxada,
vai caminhando ao romper da alvorada.

No peito a fé, ao ombro a enxada,
o seu destino vai seguindo pela estrada".

Antes do fim da música o locutor da emissora, com voz pausada e firme, brinda os ouvintes com um singelo hino de louvor, complementando a mensagem da melodia:

"Vai, roceiro,
lança à terra tua semente de esperança;
não deixa nunca da tua fé brotar o desengano,
porque nas tuas mãos calejadas
um sonho de vida renasce
a cada grão lançado neste solo
onde derramas o teu suor".

No pequeno povoado uma moça entoa uma singela cantiga, revelando suas preocupações momentâneas:
"O Sol nasceu, galo cantou,
um novo dia raiou;
s?imbora gente buscar água
porque Mainha mandou.

Pote d?água na cabeça,
descalça, de pés no chão;
no olhar uma certeza,
no cantar uma ilusão..."

Se alguém perguntar de onde vem aquele ardor que tanta força empresta ao seu cantar, ela completará a canção:

"Olha, seu moço, eu não sei responder não,
a beleza do sertão é que bem pode explicar.
De madrugada, quando o galo canta,
a gente se levanta para o dia começar.
A Natureza com muita delicadeza
preparou esta beleza
eu só faço é admirar".

Numa tímida escolinha do interior a professora ensaia as crianças transmitindo-lhes o domínio do canto, uma das espontâneas e sinceras formas de expressão da alma de Minas:

"Nós somos sete anões engraçadinhos,
vivemos na floresta a trabalhar:
de dia, proteger os passarinhos;
de noite, ir para casa descansar.

Andamos a floresta inteira
cuidando dos nossos bichinhos;
assim a nossa vida é linda,
pois vivemos a cantar".

Do Sul vem o canto do boiadeiro, que justifica sua sina:

"Sou boiadeiro, venho vindo lá das
bandas do Rio Grande.
Há muito tempo
eu deixei no meu rincão
a moreninha de olhar tristonho
porque meu sonho
é tanger gado no sertão".

Ao Norte uma donzela fita com tristeza o horizonte e, pensativa, cantarola:

"Sei que foges de mim, boiadeiro.
Ignoras minhas preces
e finges não ver
as lágrimas que inutilmente derramo.
Teu coração só ouve
o bater de cascos do teu cavalo;
e tu estás sempre onde alcança
o mugir da boiada que
corre solta pelas campinas".

Em alguma trilha lá pelo Vale do Jequitinhonha, os chapadeiros entoam cantigas enquanto percorrem em fila indiana os ásperos caminhos:

"O teu rosto é como a fulô do maracujá;
tua fala dengosa faz do vento lembrar.
Escrevi o teu nome numa casca de coco
para não esquecer de meu bem nem um pouco.

Se gosto de farinha trago um pouco pra ti;
Tapioca quentinha pra nós dois escondi.
Aquela rapadura está guardada pra nós,
vamos comer mais tarde,
bem juntinhos, a sós".

Numa curva da estrada que cruza a Serra do Cipó em direção a Morro do Pilar, uma morena saudosa entoa com ternura um canto que, se denota tristeza também alimenta sua esperança:

"Você foi embora, nunca mais voltou;
as flores murcharam, o tempo parou;
na noite singela ? que coisa tão triste! ?
uma estrela bela nunca mais brilhou.

Desde então, a noite vem me convidar
para essa tristeza comigo expulsar,
mas meu canto triste é amarga queixa
deste coração que vive a penar.

Sigo caminhando sem fim,
não quero saber de nada, nem saber de mim.
Sigo caminhando sem parar,
não sei onde estou, aonde quero ir,
quando vou chegar.
O meu pensamento galopa o vento,
voa igual a abelha que pousa na flor;
mas a abelha traz o saboroso mel
e meu pensamento me traz outra dor.

Vejo as andorinhas que ao Verão avisam,
porém não me dizem onde está você;
vão brincar sozinhas na torre da igreja,
nem se preocupam com o meu sofrer".

Naquela modesta pousada à margem do Ribeirão das Antas, a um galope do Arraial de Campo Místico, no alto da Serra da Mantiqueira, um viajante solitário encontra refúgio para se proteger do frio da montanha. E dedilhando a viola ao crepitar da lenha no fogo ele relata sua vida:

"Pegue essa quenga de coco,
deixe bem ali no chão;
afaste esse pilão
e se achegue para cá.
Ajeite mais um toco dessa lenha no fogão;
pra aumentar o fogo empurre aquele tição.
Depois escute se, porém, lhe der prazer,
vou narrar a minha história pra você me conhecer.

Sou da Terra das Esmeraldas,
nascido em Curral Del Rey;
venho de remotas plagas,
por vales e montes passei;
venho de tanger boiada,
em cada curva de estrada
uma saudade eu deixei.

Da minha vida a beleza
eu retiro deste chão;
não sei viver de tristeza
guardada no coração.
Trago no gesto a nobreza,
na voz tenho a sutileza
de cantador do sertão.

No período dessa andança
conheci toda a Nação;
meu canto animou festança,
gerou rima de canção.
Pra avivar a lembrança,
enquanto o gado descansa
sou porta-voz do sertão.

Cai a tarde como de hábito bela e harmoniosa. O Sol já diminui a intensidade da sua brilhante energia, passando a emitir brandamente poemetos de luminosidade purpúrea, numa frequência vibratória que lentamente vai se reduzindo.
A passarada reunida nos galhos das árvores eleva ao espaço um barulhento cântico de louvor, cada um a seu jeito, agradecendo pelo dia que termina e saudando a noite que já é-vem calmamente debulhando raios acinzentados, forrando o chão antes de estender o seu delicado manto.
Na casa da fazenda, num radinho de pilhas, a moça donzela que cuida dos seus afazeres ouve uma melodia romântica interpretada por uma dupla feminina de belas e afinadas vozes:


Canto na boca da noite
para despertar as estrelas do céu;
rogo a elas que venham
trazer-me um sonho com sabor de mel.
Quero um sonho de amor
para me acordar quando amanhecer;
quero ver a aurora com uma braçada
de raios de Sol alumiar você.

Quero ver você sorrindo
no instante lindo do alvorecer.
Quero me sentir amada,
musa adorada deste seu viver.

Tento ameigar o canto,
aguardar o encanto do seu retornar;
ser como a carícia da brisa que passa
e a flor serena faz desabrochar.
Quero enfeitar meu corpo
com palavras belas ditas por você;
ouvir da orquestra, no meio da mata,
a bela serenata do entardecer.
Saiba que a minha vida
começa e termina junto de você.
Quero adormecer cantando,
antecipando os sonhos d?outro amanhecer.

O canto dos filhos de Minas se propaga pelos rios, montanhas e florestas ovacionando a perenidade deste augusto encantamento.
As sombras da noite envolvem com ternura a vida que repousa enquanto refaz as suas indispensáveis energias.
Uma brisa suave percorre as dobras do etéreo véu negro fazendo-o ondular levemente e novamente aquietar-se após cada lufada.
No silêncio reinante notam-se apenas o gotejar do sereno que permeia a atmosfera; e uma voz serena que, aos murmúrios, conclui uma prece singela:

"... durmam em paz, filhos de minha alma".