Câncer Gástrico

Por Pedro José Ferreira de Miranda | 31/10/2024 | Saúde

CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA

 

 

Integrantes do grupo (nome/matrícula)

·         Gabriella Azevedo (Biomedicina – 24120510)

·         Letícia Barros (Biomedicina – 24117012)

·         Letícia Ranyelle (Farmácia – 24119978)

·         Luíza Souza da Costa (Biomedicina – 24118668)

·         Manuelly Souza (Biomedicina – 24119422)

·         Pedro José Ferreira (Educação Física – 24116593)

·         Rafaela Soares – Farmácia (2411996)

 

 


CÂNCER GÁSTRICO

Fase I

 

 

Funcionamento dos Sistemas Orgânicos

Professora: Patrícia Trindade

 

 

 

Rio de Janeiro, 2024.


 

SUMÁRIO

1.      INTRODUÇÃO...................................................................................... 03

2.      EPIDEMIOLOGIA................................................................................. 04

3.      FISIOPATOLOGIA

3.1.  Etiologia............................................................................................ 04

3.2.  Sintomas............................................................................................ 04

3.3.  Fatores de risco.................................................................................. 05

3.4.  Prevenção........................................................................................... 05

3.5.  Diagnóstico........................................................................................ 05

3.6.  Estadiamento..................................................................................... 06

3.7.  Tratamento......................................................................................... 06

4.      RELAÇÕES E IMPACTOS

4.1.  Relação com a infertilidade............................................................... 07

4.2.  Relação com a obesidade................................................................... 08

4.3.  Impacto na sociedade......................................................................... 08

5.      REFERÊNCIAS....................................................................................... 10


 

1.      Introdução                                                                                                          03

 

Conhecido como câncer gástrico, trata-se de uma neoplasia maligna, que de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), atinge tanto homens quanto mulheres, tendo maior índice de incidência em idosos a partir de 65 anos (Albert Einstein, Hospital, 2024).

No Brasil, o câncer gástrico é o quarto tumor maligno mais frequente entre os homens e sexto entre as mulheres. A causa é multivariada e os componentes de risco conhecidos. Ele tem seu prognóstico e tratamento definidos pela localização e estadiamento do tumor e número de linfonodos ressecados e acometidos.

O câncer gástrico no Brasil é o quarto tumor maligno mais frequente entre os homens e sexto entre as mulheres e contém causas variadas para seu aparecimento (Zilberstein et al, 2013).

Estudos oncológicos qualificados apontam relação causal entre nutrição e câncer de estômago, indicando que há associação entre o tipo e qualidade alimentar e desenvolvimento da doença, associando que o consumo de vitamina C e caroteno diminuem sua ocorrência (Teixeira; Nogueira, 2003).

Além disso, o consumo de álcool e o tabagismo é sabidamente um fator de risco, por lesar progressivamente, a mucosa gástrica, sendo grande responsável pelo fenômeno chamado carcinogênese, especialmente para cânceres de boca, faringe, laringe, esôfago e estômago (Teixeira; Nogueira, 2003).

Existem alguns tipos, dentre eles destaca-se com 95% o adenocarcinoma, que é responsável por 95% dos casos de tumor no estômago. Em seguida existem outros tumores, como linfomas e sarcomas, sendo os sarcomas mais raros (BRASIL, MS. 2024).

Além disso, trata-se de uma das causas mais importantes de morbi-mortalidade no Brasil, diferentemente de outros países considerados de primeiro mundo, e um dos principais motivos que levam a esse quadro está associado ao padrão de dieta adotado pela sociedade num todo (Brito, 1997).


 

2.      Epidemiologia                                                                                                     04

 

De acordo com as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 21.290 brasileiros podem receber diagnóstico de câncer de estômago em 2018, sendo 13.540 homens e 7.750 mulheres. O maior fator de risco para esse tipo seria a instalação de uma bactéria, a Helicobacter pylori, que é responsável por infeccionar até 50% da população mundial, por vezes assintomático. Em outras, poderia ocasionar em úlcera e gastrite. E, em 5% dos casos de contaminação, causaria inflamação crônica estomacal que possivelmente evoluiria para um câncer. Esta bactéria encontra-se em alimentos e bebidas contaminadas, disseminando a infecção (A.C.Camargo, 2022).

3.      Fisiopatologia

3.1.  Etiologia

 

Entende-se que o CE (Câncer de estômago) surge a partir de alterações na mucosa gástrica, que tende a adquirir um fenótipo progressivamente regressivo de acordo com certos hábitos de vida, dentre eles a dieta recebe destaque cada vez maior, não só a qualidade dos alimentos ingeridos como a forma de conservação deles, como o uso de sal na mesma (Brito, 1997).

O organismo humano é frequentemente exposto aos mais variados fatores carcinogênicos, com efeitos aditivos ou multiplicativos, onde a predisposição tem papel decisivo na resposta final do desenvolvimento e tratamento (INCA, 1999).

Fatores tais como, a incidência, a distribuição geográfica e o comportamento de tipos específicos de cânceres estão relacionados aos fatores inerentes ao sexo, idade, raça, predisposição genética e exposição a carcinógenos ambientais, modo de vida e hábitos, aonde o destaque vai para o uso tabaco e do álcool (Saúde Direta, 2024).

3.2.  Sintomas

 

A dor epigástrica recebe destaque dentre os sintomas descritos em artigos, sejam qualitativos ou quantitativos, entretanto vale ressaltar a incidência de casos descritos como assintomáticos, ou seja, não foi relatado quaisquer sintomas até o recebimento do diagnóstico. Entretanto pode-se citar alguns sintomas mais comuns e frequentes, como: emagrecimento, anemia, plenitude gástrica, náuseas, vômitos, melena, fraqueza e anorexia (Muraro, 2003).


 

3.3.  Fatores de risco                                                                                           05

 

Dentre os principais fatores de risco, destaca-se o excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade), já que se trata de uma série de processos inflamatórios na região (BRASIL, MS, 2024).

Além disso também pode-se abordar outros fatores que influenciam a longo prazo, como alimentação inadequada, consumo excessivo de sal, consumo exacerbado de álcool, tabagismo, além dos mais incomuns que seriam exposições a poeiras de construção civil, radiação e vapores de combustíveis (BRASIL, MS, 2024).

Também deve ser citado como possível fator de risco a presença de parentes de primeiro grau que tiveram ou tenham câncer gástrico, sendo um fator genético que precisa ser citado (Albert Einstein, Hospital, 2024).

 

 

3.4.  Prevenção

 

Um dos métodos de prevenção que se destaca como mais efetivos, é a prevenção primária, que consiste na conscientização da sociedade quanto aos riscos de uma alimentação inadequada e mal supervisionada quanto a aspectos de conservação de alimento, seja o substrato que é utilizado para conservá-lo quanto o método utilizado de forma adequada (Abreu, 1997).

3.5.  Diagnóstico

 

O diagnóstico é realizado a partir da realização de exames endoscópicos periódico e atualmente, os diagnósticos, na maioria dos casos, são realizados quando eles se encontram em estado avançado, isso pode ser devido a ausência de sintomas ou falta de conhecimento dos mesmos, e isso é um fator limitante quanto a eficácia dos tratamentos (Cutait, 2001).


 

3.6.  Estadiamento                                                                                              06

 

O sistema de estadiamento determinado pela American Joint Committee on Câncer (AJCC) em utilização, consta de janeiro de 2018 e é amplamente aplicado a todos os cânceres de estômago, exceto aqueles que se iniciam na junção gastroesofágica (onde estômago e o esôfago se encontram) ou na cárdia (que é a primeira parte do estômago) e crescem na junção gastroesofágica.

Esses tipos de cânceres são organizados (e frequentemente tratados) como cânceres de esôfago (Oncoguia, 2022).

O estadiamento pela AJCC utiliza três critérios para aferir o estágio do câncer apresentado, a saber:

T. Indica o tamanho do tumor primário;

 

N. Apresenta se há dispersão da doença para os linfonodos próximos;

 

M. Indica se existe metástase em outras partes do corpo, como fígado ou pulmões;

Números ou letras após o T, N e M fornecem pormenores sobre cada um dos fatores. Números mais altos significam que a doença está mais avançada.

3.7.  Tratamento

 

Dentre as linhas de tratamento para a neoplasia gástrica, ainda há destaque para o esquema que contém a cirurgia, quimioterapia, terapia-alvo, imunoterapia e radioterapia (Pestana, 2022).

A cirurgia é o método de escolha quando o tumor está limitado ao estômago e aos gânglios linfáticos adjacentes, podendo ser indicada em vários estágios, e realizada por gastrectomia total, parcial ou ressecção endoscópica, a fim de se remover o tumor, com uma margem de segurança, ou seja, ressecar o máximo possível, bem como os linfonodos próximos (Barchi et al, 2021).

Cabe dizer, entretanto, que as técnicas cirúrgicas estão em evolução, sempre destacando que não somente o tumor e sua margem devem ser extirpados, mas os seus linfonodos subjacentes, uma vez que, a via linfática é a principal rota de disseminação da doença.


 

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Inclusive, é possível se atrever que em futuro não tão distante, a cirurgia minimamente invasiva (seja ela laparoscópica ou robótica) será a via de preferência no tratamento do CG, assim como ocorreu na cirurgia bariátrica (Pestana, 2022).

A quimioterapia é importante e consiste no uso de medicação para destruir as células cancerígenas e é administrada em ciclos, por via venosa ou oral, antes, após a cirurgia, bem como junto à radioterapia.

A radioterapia consiste no uso de radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento tumoral, irradiada externamente, antes da cirurgia, associada à quimioterapia, ou após o procedimento (Barchi et al, 2021).

A terapia alvo consiste no uso de medicamentos que identificam e atacam, especificamente, as células tumorais. Dessa forma, há poucos danos às células saudáveis. E, não menos importante, a imunoterapia que compreende o uso de medicamentos que estimulantes do sistema imunológico, para atacar as células cancerígenas, nos estágios mais avançados (Barchi et al, 2021).

 

 

4.      Relações e impactos

4.1.  Relação com a infertilidade

 

Parte significativa da população que merge em sua vida, com diagnóstico de câncer. É de idade inferior a 40 anos (Zilberstein, 2013).

Sendo assim, a oncofertilidade é uma preocupação real e deve ser considerada durante o tratamento, encaminhando-se as mulheres ao acompanhamento para este tipo de serviço, se possível, entre o diagnóstico e o início do tratamento, a fim de se preservar o potencial de fertilidade, orientar o uso de métodos contraceptivos durante o tratamento oncológico, também (Silva et al, 2021).

De acordo com Jayasinghe et al (2018), não é assertivo e determinante, a instalação da infertilidade, após a ocorrência da neoplasia, trazendo o assunto, cercado de muito estigma, medo e resistência em enfrentar este assunto.

E ainda de acordo com seus apontamentos, todo o tratamento oncológico, além de considerar a tipologia, o estadiamento, deve considerar as vontades dos pacientes em


 

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assumir riscos, desejos futuros de reprodução, para juntos, decidirem o melhor tratamento, a fim de preservar o potencial fertilizados masculino e feminino.

4.2.  Relação com a obesidade

 

De acordo com Teixeira e Nogueira (2003), obesos ou com sobrepeso têm probabilidade de desenvolver mais de 13 tipos de câncer diferentes, entre eles, câncer de esôfago, estômago, pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama, ovário, endométrio, meningioma, tireóide e mieloma múltiplo.

Para Lopes et al (2020), o câncer gástrico, especificamente, pode ocorrer em indivíduos obesos, pois o tipo de nutrição pode afetar a microbiota gastrointestinal, o amplamente contribuindo para desenvolvimento das doenças sistêmicas, por conta da instalação de um processo crônico de indução de inflamação, pelo aumento da proliferação celular e da produção de algumas substâncias que afetam a regulação imunológica e a integridade do DNA, a exemplo do butirato.

Sendo assim, salientamos que a obesidade é um problema de saúde publica mundial e que deve ser tratado como coadjuvante a disseminação de graves doenças.

 

 

4.3.  Impactos na sociedade

 

Não menos importante que os aspectos biológicos que envolvem o surgimento desta neoplasia, estão, sob impacto elevado, os fatores socioeconômicos inerentes à doença.

Para Santarnecchi (2018), inúmeros são os fatores predisponentes ao adoecimento pelo câncer gástrico, mas é importante compreender que boa parcela dos casos diagnosticados, até 40%, tem como fator comum, os abusos de tabaco, álcool e demais substâncias.

Sendo assim, os impactos sociais causados pela instalação da neoplasia e seus desdobramentos a médio e longo prazo, dentro da produção social e afastamento do trabalho, é um caso intensamente grave para a comunidade.


 

5.      Referências                                                                                                      09

 

1.      Abreu, E. de. A prevenção primária e a detecção do câncer de estômago.

Cadernos de Saúde Pública, v. 13, p. S105–S108, 1997.

2.      Barchi, L. C. et al. Consenso. Ferraz, Á. A. B. et al. BRAZILIAN GASTRIC CANCER  ASSOCIATION  GUIDELINES  (PART  2):  UPDATE  ON

TREATMENT. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo) [online]. 2021, v. 34, n. 01 [Acessado 22 setembro 2024], e1563. Disponível em: . Epub 14 maio 2021.          ISSN 2317-6326.                                  https://doi.org/10.1590/0102-

672020210001e1563.

3.      Britto, Anna Valéria de. Câncer de estômago: fatores de risco. Cadernos de Saúde Pública [online]. 1997, v. 13, suppl 1 [Acessado 15 setembro 2024], pp. S7-S13. Disponível em: . Epub 30 Ago 2006. ISSN 1678-4464. https://doi.org/10.1590/S0102- 311X1997000500002.

4.      Cutait, R.; Garicochea, B.; Cotti, G. C. de C. Diagnóstico e manejo do câncer gástrico familiar. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 28, n. 4, p. 288–292, jul. 2001.

5.      Jayasinghe, Y.L.; Wallace, W.H.B.; Anderson, R.A. Ovarian function, fertility and reproductive lifespan in cancer patients. Expert Rev Endocrinol Metab. 2018;13(3):125-36. » http://dx.doi.org/10.1080/17446651.2018.1455498.

6.      Lopes, A. C.; Cruz, L.V.; Sobrinho, H. M. da R. Association between obesity and gastric câncer. Revista Brasileira Militar de Ciências, v. 6, N. 14, 2020.

7.      Muraro, C. L. P. M. Câncer gástrico precoce: contribuição ao diagnóstico e resultado do tratamento cirúrgico. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões,

v. 30, n. 5, p. 352–358, set. 2003.

8.      Instituto Nacional de Câncer (Brasil). Controle do câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. 3. ed. rev. Rio de Janeiro: INCA, 1999. 304p.

9.      Pestana, R. Quais são os principais tratamentos para câncer de estômago?

Disponível em: https://robertopestana.com.br/quais-sao-os-principais- tratamentos-para-cancer-de-estomago/. 2022.

10.  Teixeira, J. B. do A.; Nogueira, M. S. Câncer gástrico: fatores de risco em clientes atendidos nos serviços de atenção terciária em um município do interior paulista. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 11, n. 1, p. 43–48, jan. 2003.

11.  Silva, S. da et al. Fertilidade e contracepção em mulheres com câncer em tratamento quimioterápico. Escola Anna Nery [online]. 2021, v. 25, n. 1 [Acessado 22   setembro   2024],   e20190374.   Disponível   em:

.  Epub  03 Ago 2020.

ISSN 2177-9465. https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2019-0374.

12.  Santarnecchi, C. O perfil socioeconômico dos pacientes com tumores gástricos.

INCA, Trabalho de Conclusão de Residência Multiprofissional. 2018.

13.  Zilberstein, B., Malheiros, C., Lourenço, L., G., Kassab. P., Jacob, C. E., Weston, A.C., Bresciani, C. J.C., Castro, O., Gama-Rodrigues, J. e grupo do consenso. Brazilian consensus in gastric cancer: guidelines for gastric cancer in Brazil. ABCD arq. bras. cir dig. 2013;26(1):2-6.

14.  https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/estomago. Acesso em 12 set

2024.

15.  https://vidasaudavel.einstein.br/cancer-de-estomago-o-que-e-fatores-de-risco-e-

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16.  https://www.saudedireta.com.br/docsupload/1340285423cap2%20(1).pdf.

Políticas públicas de saúde e Fisiopatologia do câncer. Acesso em 15 setembro de 2024.

17.  https://accamargo.org.br/sobre-o-cancer/tipos-de-cancer/estomago. Acesso em 22 de setembro de 2024.

18.  https://www.oncoguia.org.br/conteudo/estadiamento-do-cancer-de- estomago/940/274/. Acesso em 22 de setembro de 2024.

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